Jesse Harris é um compositor de Nova York com mais de 20 anos de estrada e contribuições em 70 álbuns, incluindo os seus 13 autorais. É também o vencedor do Grammy de Melhor Música em 2003, por “Dont Know Why”, sucesso gravado por Norah Jones e que, no Brasil, ficou ainda mais conhecido após entrar para a trilha sonora de “Mulheres Apaixonadas”, um dos folhetins mais elogiados de Manoel Carlos.
Por aqui, ele já colaborou com gente como Tiê, Maria Gadú, Tiago Iorc e Marisa Monte. Amante da música brasileira desde adolescente, Jesse Harris, agora, lança o disco “No Wrong No Right” com o duo Star Rover. De passagem rápida pelo Rio de Janeiro, onde toca logo mais no Solar de Botafogo, Jesse bateu um papo com HT e respondeu cinco perguntinhas que você lê abaixo:
HT: O que inspirou esse novo álbum, “No Wrong No Right”, e como ele é diferente dos anteriores?
JH: Nos últimos discos, eu toquei sozinho em grande parte. Agora, convidei o duo Star Rover para participar comigo na guitarra e na bateria. Eu vi os músicos tocando em Nova York através de um amigo em comum e os achei incríveis. Comecei a ir em vários shows deles. Esse álbum ficou com muito mais energia e é bem voltado para o rock.
HT: Desde 1995, você tem lançado praticamente um álbum por ano, fora suas colaborações. Como é seu processo criativo?
JH: Não há nenhuma rotina. Eu normalmente toco música para me acalmar e escrever. Não costumo pensar na composição de músicas enquanto ando na rua. Comecei a escrever quando tinha 17 anos, mas não eram músicas boas (risos).
Maria Gadú & Jesse Harris – “I Know It Won’t Be Long”
HT: Você já colaborou com vários artistas brasileiros. Qual foi seu primeiro contato com a música feita aqui?
JH: Eu escuto música brasileira desde quando era adolescente, mas comecei a estudá-la quando vim ao Brasil pela primeira vez, há 10 anos. É algo que me deixa muito animado, eu realmente gosto de trabalhar com artistas brasileiros. Há muitas semelhanças no jeito que eles compõem e um certo tipo de harmonia complexa que eu sempre amei. Faço bons amigos aqui. As primeiras músicas que ouvi foram jazz, Tom Jobim e Djavan, por causa do meu pai. Depois, comecei a conhecer mais gente como Caetano Veloso, Jorge Ben etc.
HT: O que mudou na sua vida depois de ter conquistado um Grammy?
JH: As pessoas começaram a prestar bastante atenção no meu trabalho e eu fiquei bem mais ocupado (risos). De uma maneira geral, meus próprios discos receberam mais atenção.
Norah Jones – “Don’t Know Why”
HT: Você é cantor e compositor, com décadas trabalhando na indústria fonográfica. Qual a sua opinião sobre streaming gratuito?
JH: Eu acho que ninguém está sendo pago da maneira correta. Os empresários precisam encontrar um jeito de fazer com que isso seja mais rentável tanto para o cantor quanto para os outros artistas envolvidos. As pessoas já se cansaram de CDs e até de downloads – ninguém mais quer ocupar espaço no hard drive para ouvir músicas. Todo mundo vai querer ouvir por streaming no futuro – então tem que ser algo justo.
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