Exclusivo! Carmo Dalla Vecchia fala de Síndrome de Rapunzel, atuação na Itália e igualdade: “Sou simpático a respeitar toda a forma de vida”

Carmo Dalla Vecchia, carazinhense de 44 anos, concorda com a reportagem: o príncipe da vida real – uma utopia até no nome -, aquele homem carinhoso, que valoriza a mulher e move mundos e fundos por ela, está em extinção. Para o ator que em partes viveu um tipo desse em “A regra do jogo”, novela das 21h da Rede Globo, os tempos são outros. “O que acho raro é atualmente as pessoas terem vontade de se doar. Todo mundo diz que quer uma relação feliz, mas as ações do dia a dia nem sempre vão ao encontro disso. Eu conheço casais que conseguem com muito diálogo serem príncipes e princesas em suas relações”, conta ele, que metaforiza: “Uma relação é como duas pedras a serem polidas. Se o resultado disso for um diamante ou um carvão, depende de dois, não de um”.

(Foto: Divulgação)

Quando a gente diz que Carmo viveu  na novela um príncipe “em partes”, nos referimos aos últimos acontecimentos envolvendo César, seu personagem que, na verdade, é um fugitivo da família após ficar traumatizado em ter causado a morte dos filhos em uma acidente automobilístico. Ele escondeu seu passado  e seu matrimônio da então nova namorada, Domingas (Maeve Jinkings). Mas, antes da reviravolta, o mote era outro: Domingas vivia apanhando de seu então marido e César chegou como uma personificação de luz do fim do túnel. Com essas cenas, o debate em torno da triste – e infelizmente recorrente – história da mulher que apanha do marido, se vê num relacionamento abusivo e por vezes não consegue deixar aquela situação, inflou.

“Tudo é muito real. Conhecemos histórias horríveis a respeito de abusos de todos os tipos. Hoje, campanhas como #MeuAmigoSecreto e outras colocam luz sobre a questão e abrem espaço para que muitas mulheres contem suas experiências e deixem claro que tudo é mais comum e mais real do que se imagina”, alertou. O movimento, onde vítimas usam a hashtag para narrar casos de abuso e machismo nas redes sociais, foi encabeçado pela militância feminista, sobre a qual Carmo Dalla Vecchio se posiciona de forma clara. “Sou simpático à igualdade. Sou simpático a respeitar toda a forma de vida e saber da responsabilidade de nossas escolhas”, salientou ele que, de poucas palavras, admitiu o motivo de sua tardia entrada na novela de João Emanuel Carneiro: para não repetir, logo de supetão, uma dobradinha em mesma trama com Alexandre Nero, seu parceiro em “Império”.

Continuando na troca de assuntos, Carmo também comentou nessa entrevista exclusiva ao HT sobre o fim das gravações de “Di Padre In Figlia”, minissérie italiana em que ele interpreta Jorge, um brasileiro descendente de italianos. A produção pertence a TV RAI, localizada em Roma, empresa de televisão e rádio estatal. A empreitada tem gosto especial para o ator. E o motivo é nobre. “Foi lindo ter a chance de trabalhar num país em que meus antepassados tiveram que sair por não terem trabalho ou até mesmo comida. Me senti revolucionando uma história familiar”, disse. No mais, Carmo Dalla Vecchia também tem outra interessante pauta: a popularmente conhecida Síndrome de Rapunzel. EM seu Instagram, ele volta E meia publica foto de pessoas mordendo seus próprios cabelos. “Não tem muito a explicar. Tem a minha viagem pessoal a respeito de uma doença chamada Tricofagia e a tara de muitas mulheres por seus cabelos”, finaliza, meio misterioso como na TV. Daqueles casos que a arte imita a vida.