Quem nunca teve um amigo que participou de todos os momentos da sua vida, mas depois de um tempo se revela um verdadeiro inimigo? Barbara Paz já passou por esta experiência e, no momento, está usando de inspiração para a sua personagem em O Outro Lado do Paraíso. “Quando isto acontece com uma amizade momentânea é mais fácil superar. No entanto, dói muito quando é uma pessoa que conhecemos há anos e faz parte da nossa vida. Machuca mesmo. Ela era minha melhor amiga e acabei cortando relações. As pessoas sempre acham que o motivo destas brigas são homens, no entanto a falta de confiança pode vir em questões cotidianas. Sou aquele tipo que dá uma chance ou duas, mas depois esquece. Esta parceria importa muito para mim”, contou.
Na trama, Joana era a melhor amiga de Elizabeth, vivida por Gloria Pires, mas sempre a invejou, por isso ajudou a armar uma cilada que culminou no desaparecimento da colega. A atriz comparou a situação com o enredo do filme Meninas Malvadas que mostrava uma adolescente querendo tomar o lugar da outra. “Não existe coisa pior do que isso como mulher. A gente, às vezes, finge não ver ou não consegue enxergar mesmo, mas têm muitas pessoas assim na nossa frente”, lamentou. A artista faz parte do núcleo carioca de Juca de Oliveira, por causa disso passou a conhecer melhor Gloria Pires e garantiu que ambas já se tornaram grandes amigas, diferentemente de suas personagens. “Ela já é uma pessoa para toda a vida. Fico com pena de fazê-la sofrer, porque é uma pessoa muito bacana. Mas a personagem da Gloria vai mudar bastante”, prometeu.
Como a própria chamada da novela diz: tudo que vai, volta. A filosofia do karma faz parte do enredo da trama e garante que todos os vilões terão o que merecem ao final da história. “Acredito muito nisso. Tudo o que nós fizermos de maldade ou de bom vai voltar. Pode até demorar, mas vai ter o troco. Às vezes parece que o ruim leva mais tempo para chegar, mas tudo tem o seu tempo”, afirmou. Para nos livrarmos de um fim trágico, Bárbara Paz lembrou a importância de fazer boas ações e entender qual o sentimento que estamos colocando em determinadas funções. “Sou uma pessoa muito sensitiva, presto muito atenção na energia das coisas que estou fazendo e dos objetos que estão ao meu redor, porque é preciso estar em sintonia. Sou muito espiritualizada. Tenho um pouco de todas as religiões como o catolicismo e o budismo. Acredito na força do universo e da natureza, por isso é preciso estar em harmonia, sem desmatar e matar. Temos que conversar com o nosso mundo e aproveitar o tempo aqui, porque daqui a pouco passa”, garantiu. Apesar de não praticar apenas uma doutrina, a artista destacou a importância de ter fé. Segundo ela, se não acreditamos não somos felizes.
A religião e a fé são importantes para a construção da vida em sociedade, para a atriz. No entanto, quando isto se mistura com a administração pública pode acabar prejudicando as pessoas. A atriz relembrou as recentes polêmicas no Brasil referentes ao nu artístico e influência que a religião teve neste cenário. “O que está acontecendo hoje no Brasil é um absurdo, um retrocesso, um fanatismo e uma pena. Sou totalmente contra. As religiões que podem ajudar muitas pessoas estão atrapalhando, por estarem sendo usadas de forma errada. Sou uma artista que caminha com o meu tempo, por isso não defendo o retrocesso. Infelizmente, o Brasil precisa de educação, mas como o nosso governo não dá acabamos esbarrando em casos deste tipo. Não estou generalizando, mas muitas pessoas não sabem o que é uma exposição devido ao déficit nos estudos. Deveríamos ter mais museus e mais cinemas nas periferias e cidades do interior. Nasci em Campo Bom, Rio Grande do Sul, por exemplo, e lá não existiam salas de filmes até pouco tempo”, lamentou. Bárbara Paz já usou o nu artístico no palco e garantiu não ver problema nenhum neste tipo de nudez, porque, segundo ela, a arte de expressão não tem limite.
Recentemente, a atriz precisou se apoiar muito em sua fé. Há cerca de um ano, ela sofreu com a perda de seu marido, Hector Babenco, após uma parada cardiorrespiratória. “Eu preciso recomeçar, reaprender a viver. As palavras ‘superação’ e ‘luto’ não cabem muito a mim, porque sou uma pessoa muito ativa, com muita energia e gosto da vida. Temos que transformar a dor em poesia. Eu estou bem. A vida é muito curta e por isso acho que precisamos saber viver e amar mais”, comentou. Uma das armas que está ajudando Bárbara a lidar a perda é o envolvimento com o documentário do cineasta que, atualmente, está em fase de maturação. A previsão de lançamento do material é no segundo semestre de 2018.
Apesar do tempo que está levando para recomeçar, Bárbara não pretende se fechar para futuros relacionamentos. A artista não divulgou se começou a procurar por um novo amor. “Penso com certeza em me relacionar com outras pessoas, sou nova. O Hector ia me matar se fosse diferente, ia ficar muito bravo se eu não amasse de novo, porque ele sabe que sou muito mais feliz amando e ao lado de alguém compartilhando a vida. Então, agora é só bater a química”, garantiu.
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