Às vias de completar 46 anos, Naomi Campbell ainda está com tudo e não está prosa. Mesmo com a idade avançada (nota: no mundo da moda, são raras as tops que continuam relevantes depois dos trinta anos), a britânica continua fazendo barulho na cena fashion. E a prova foi sua mais nova campanha publicitária. Naomi é o novo rosto da La Perla e nas peças surge ora com um sutiã de renda preto em um fraque igualmente total black, ora em um maiô super decotado em tom dourado. E, como você pode reparar pelas imagens, continua exalando sex appeal.
Esses cliques do duo da fotografia fashion Mert Alas & Marcus Piggott, sob a direção artística de Fabien Baron, não são os únicos exemplos da plena atividade de Naomi Campbell. Bem recentemente, ela deu pivô pela Givenchy durante o desfile de lançamento da coleção masculina da marca em Paris, exibindo novamente sua plena forma na catwalk, com lingerie e seu carão característico. Isso sem falar na participação de Naomi na série “Empire”, que vem arrancando elogios da crítica e do público.
Curvas à parte, os dois recentes trabalhos de Naomi fazem HT refletir sobre uma tendência crescente, que é das grandes divas em idade avançada ainda roubando a cena com bons trabalhos. Elas vêm mostrando que não é só das ninfetinhas que o mercado gosta. Madonna, por exemplo, estrelou a última campanha da Versace aos 56 anos. Outra foi Cher, aos 69 anos, escolhida como a musa da nova temporada de Marc Jacobs. E não é só: a própria Givenchy, depois de ter usado Julia Roberts, aos 47 anos, para as peças de publicidade da marca, escolheu para a próxima temporada a ‘colega’ de profissão, Donatella Versace, do alto de seus 60.
A moral da história? Como aqui já falamos, foi a maneira da indústria de contornar o hype em torno de novas modelos e fresh faces, e destacar a importância de artistas já consolidadas em suas carreiras. Mas, não sejamos ingênuos. Essa virada do jogo tem seus motivos econômicos por trás. Explicamos: Em 2010, os consumidores acima de 50 anos gastaram mais de U$8 trilhões em todo o mundo, com um poder de compra anual entre R$2,1 bilhões e R$2,4 bilhões apenas no Brasil, de acordo com pesquisa divulgada pela InfoMoney. A publicação também mostra que, apesar desse poder de consumo, 42% dos entrevistados na terceira idade não encontram roupas adequadas ao seu estilo. E, talvez, a resposta para atrair esse público esteja justamente no uso de figuras conhecidas por eles.
Por fim, nada mais é que uma questão de esperteza antes de qualquer pensamento militante em torno das questões da terceira idade. Ah, e não que Naomi esteja no nível etário de outras tantas aqui citadas, mas ela está provando sim, por a+b, que sua carreira ainda terão tanta longevidade quanto a das outras – ou até mais.
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