O momento não é de se esconder para Julia Almeida. Diagnosticada com epilepsia há oito anos, a atriz contou sobre a sua condição na semana passada, em papo com Marina Caruso, no Jornal O Globo, e hoje promove um evento no Rio de Janeiro para falar sobre a doença. No auditório do Jockey, ela irá receber profissionais da saúde em um encontro no Purple Day, considerado o Dia Mundial da Epilepsia, com o objetivo de alertar e informar sobre os riscos e tratamentos do quadro. A atriz, que está morando em Londres e acabou de interpretar Eva em “Tempo de Amar” na Globo, acredita que terapia e diálogo são importantes aliados no controle da doença que não tem cura. “Faço terapia e indico para quem é diagnosticado. Também acho muito importante conversar com pessoas que têm a mesma condição, para ver que você não está sozinho e não se vitimizar”, disse Julia Almeida em entrevista à Veja Rio.
No entanto, a vinda de Julia ao Brasil teve razões ainda mais especiais do que o evento de hoje. Além de sua ação social, a atriz também retomou a carreira na telinha com uma participação em “Tempo de Amar”, novela das 18h que se despediu há alguns dias. Na trama, Julia foi Eva, uma personagem que chegou de Londres para bagunçar um pouco a história de Alcides Nogueira. “Quando recebi o convite para fazer a participação, fiquei muito feliz. Principalmente pelo produto, foi uma novela extremamente bem cuidada em todos os aspectos. É sempre bom passar uma temporada no Brasil”, contou Julia que voltou a atuar depois de seis anos e não escondeu a tensão anterior às gravações. “Tem que vestir a camisa, sempre. Principalmente em tv aberta. Claro que dá frio na barriga, mas tem que confiar na equipe e nas ferramentas que tem e se jogar no personagem”, comentou.
E ela confiou e se jogou. Porém, mesmo morando em Londres, Julia Almeida contou que não deixou de acompanhar a cultura de seu país e, inclusive, a carrega por todos os lados. “Tenho meus livros de poesia de Drummond e Clarice Lispector na cabeceira. Sobre o que passa na televisão, me reúno com uns amigos de vez em quando para assistir programas pela Globo Play comendo pão de queijo”, disse a atriz que se mudou após conhecer o marido. “Chegamos a morar aqui enquanto eu fazia “A Vida da Gente”. Mas, quando vi, estava me casando em Londres, montando um business, comprando uma casa e adotando cachorro e gato”, lembrou.
Há quatro anos na Europa, ela não fez queixas sobre o Brasil. Pelo contrário. Para Julia Almeida, o país tupiniquim é “maravilhoso” e possui problemas como os outros. “O Brasil tem energia, alegria e soul. Isso não se encontra em qualquer lugar. É um país lindo, que tem um povo batalhador”, analisou a atriz que, mesmo de lá, afirmou estar aqui – pelo menos nos costumes. “Sempre tenho um pé aqui seja comendo pão de queijo ou tomando uma água de coco que já vende engarrafada no mercado do lado da minha casa. Também acompanho notícias e leio meus poemas à noite”, contou.
Porém, o que não dá para Julia Almeida acompanhar de Londres e a surpreendeu nesta última passagem foi o clima por aqui, como apontou. “A mudança de tempo chamou muito a minha atenção desta vez. Estava uma loucura, ninguém acertava a previsão do dia seguinte”, destacou a atriz que reforçou que isto não fora um problema que motivou sua ida para Londres. “Está assim no mundo todo”, completou.
Faça chuva ou faça sol, este é o momento de Julia Almeida aproveitar a tropicalidade do Brasil para investir em negócios. Mês que vem, a atriz se lança como empresária à frente da marca de moda praia sustentável Florita. “A ideia de começar a marca surgiu quando estava de férias nas Maldivas com meu marido, comprei alguns biquínis europeus, daqueles grandes, e não gostei. Então, como já estava querendo fazer alguma coisa que não fosse ligada à arte e as pessoas simpatizam muito com o Brasil, resolvi montar a Florita”, explicou Julia que acrescentou sobre o conceito sustentável da marca. “Eu acredito em ciclos. Tudo que se tira do universo, deve se devolver da melhor forma possível. Foi aí que me interessei pelo slow fashion e me encontrei”, disse.
Como empresária, ela passou a descobrir como funcionam as engrenagens do novo negócio. E, como confessou, tudo tem sido um desafio nesta nova fase de sua vida. “Aprendi tudo na Florita fazendo e colocando a mão na massa. Gosto de aprender as coisas assim, mas quando se trata de um business seu, pode ser bem complicado as vezes”, afirmou Julia que tem calma, mas expectativa para o futuro do projeto. “Desejo que a marca seja recebida assim, no seu tempo, com um olhar de respeito e profissionalismo”, completou.
Mas, se parece que agora Julia Almeida irá se dedicar exclusivamente ao negócio de moda, ela garantiu que a carreira artística segue como sua profissão. A diferença, no entanto, é que ela terá uma rotina de negócios radicada em Londres. “Cresci sendo atriz e sempre serei atriz, mas tenho um lado que precisa de uma estabilidade profissional e de uma rotina. Criar e produzir a Florita me deu isto”, explicou. Assim, conciliando projetos, profissões e experiências, Julia Almeida volta para Londres com vontade de estudar e crescer ainda mais. “Talvez faça uns cursos neste semestre. Mas a Florita é um trabalho contínuo… não para, não para. Isso que me dá o frio na barriga de todos os dias. E, sim, minha vida está em Londres”, concluiu Julia Almeida. Mas sem esquecer do pão de queijo!
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