Em papo exclusivo com HT, Lexa, a nova diva do batidão, afirma: “Abriu um rombo no pop e o funk tomou o lugar”


A carioca de 20 anos acaba de assinar contrato com a gravadora Som Livre e já planeja um CD que mistura o funk até com o R&B para o fim do primeiro semestre

* Com Lucas Rezende

É mais fácil o nível da água do Cantareira subir do que encontrar Lexa – a revelação do funk – à toa uns minutos para bater um papo. Também pudera: depois de lançar show na Fundição Progresso (RJ), estrear o clipe de “Posso Ser”, e assinar – há duas semanas – um contrato com a gravadora Som Livre, a carioca de 20 anos está com rotina de diva do batidão.

Lexa, para quem não sabe, é a nova aposta da empresária Kamila Filho, a responsável por moldar o furacão Anitta para o mundo da poplândia. Anitta, depois de alguns anos, rompeu o contrato com a K2 em um processo que se arrasta pelos tribunais.  Mas o assunto aqui é outro. HT, que sempre fareja o que vai dar o que falar no mundo do entretenimento na música, conseguiu fazer um pit stop com Lexa para uma entrevista exclusiva. Aos fatos!

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HT: Você é um rosto novo, que bombou junto com o lançamento do seu single “Posso Ser”. Como começou essa história toda?

Lexa: Desde muito nova eu canto, e minha família está envolvida também, então eu sempre tive muita influência. Sempre foi o sonho da minha vida cantar, mas mesmo assim não larguei os estudos. Aí eu descobri na faculdade que eu queria mesmo era seguir carreira musical. Na época, há uns dois anos, minha mãe que cuidava da minha carreira, fazia tudo para mim. E o DJ Batutinha me produzia. Hoje ele continua comigo, mas me apresentou a Kamilla [Fialho, empresária do funk] e estou há duas semanas fechada com a gravadora Som Livre.

HT: Você só tem 20 anos e já tem contrato com gravadora, turnê pelo país e clipe na TV. Não é muito para uma jovem?  

Lexa: Ah, eu vou aprendendo. A gente está sempre em constante aprendizado e eu estou cada vez mais aprendendo a lidar com essas coisas todas.

HT: O que você já pode adiantar que vai sair dessa parceria com a Som Livre?

Lexa: Vai ser um CD incrível para o final do primeiro semestre. Acabamos de entrar, então esse é o meu primeiro foco.

HT: Que pegada você quer dar para esse álbum?

Lexa: Ele é muito diversificado. Em uma das faixas eu toco piano, tem muita música romântica, tem muita R&B, tem até reggae. É um CD extremamente diversificado. Depois que eu ganhei uma banda, eu vi que podia aproveitá-la de tantas formas…

HT: Nas suas músicas a mulher sempre tem poder, sempre é superior. Tem um quê de feminismo?

Lexa: Na minha música realmente eu falo o que eu acredito. A mulher ela tem que ter cada vez mais atitude. A gente já sofre preconceito historicamente, então a mulher tem que estar sempre trabalhando para que quebre esse paradigma. A mulher tem que fazer o que achar melhor, mas arcar com as responsabilidades. Sempre está no alto.

HT: Aliás, o funk está dominado de mulheres, de divas do ritmo, como Anitta, Ludmilla e Valesca. Você tem medo de comparações?

Lexa: Quem quiser comparar tem esse direito. Com a Anitta, então, com a Ludmilla…O segmento é o mesmo, então as pessoas acabam fazendo isso. Mas o público está começando a ver as diferenças já. Uma trabalha mais o funk, outra a sensualidade, outra toca piano, e por aí vai.

HT: E o seu diferencial, qual é?

Lexa: O meu é tocar piano. Mas olha, meu show tem de tudo. Eu procuro passar muita verdade e as minhas músicas levantam uma bandeira.

HT: Qual a sua?

Lexa: A bandeira da mulher que arca com tudo o que faz. Mas eu também falo muito de romance, de amor. A gente fala de atitude para a juventude.

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HT: O funk começo nas comunidades, narrando as mazelas sociais, e chegou na ostentação. Hoje, com essa pegada mais pop, acha que o ritmo elitizou? Agora é coisa de mauricinho e patricinha?

Lexa: Graças a Deus (risos). Eu acho que o funk esta cada vez mais popular, para todos. Abriu um rombo no pop e o funk tomou lugar. Ele acabou entrando em todas as classes e está cada vez mais pop, com mais batidas. Você vê eletrônico no funk agora. Todos estão aderindo ao ritmo.

HT: Uma recente publicação dava conta que a personagem da “inimiga”, da “recalcada” estava voltando para as composições do funk. Você também acha que vai haver sempre uma dessas por aí?

Lexa: Elas sempre vão estar por aí. Sempre tem uma recalcada. Até porque a mulher se veste para outra, não para homem, tá? Nós estamos cada vez mais decididas, mais desencanadas.

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HT: Na música “Posso Ser”, você diz que pode ser “do Betinho, do Gabriel, do Ronaldinho” e por aí vai. Afinal de contas, seu coração é de quem?

Lexa: De ninguém. Está impossível.

HT: Faltando tempo ou homem?

Lexa: Os dois (risos).

HT: Como está a agenda de shows?

Lexa: Até junho eu tenho show todos os finais de semana. Estava semana passada fazendo entrevista pelas rádios, que é muito importante. Aí, eu volto para o Rio toda quinta-feira e já tem apresentação. Está faltando tempo até para a família.