Ser tímido na escola transformou Marco Luque em um dos humoristas mais bem sucedidos da televisão brasileira atual. Ainda pequeno, o paulistano era atração no colégio, tendo espaço reservado por uma professora, ao final de cada aula para apresentação de suas imitações. “Enxergava no humor uma forma de ser eu mesmo e de alegrar as pessoas. Me senti sempre feliz de ver os outros sorrindo a partir de um comentário meu e até hoje é assim”, afirmou Luque em uma conversa com o site HT. Só em 2018, Marco Luque ficou em cartaz com o filme Talvez Uma História de Amor, de Rodrigo Bernardo, interpretando Otávio, melhor amigo do personagem de Mateus Solano. Depois, em setembro, estreou em O Homem Perfeito, dirigido por Marcus Baldini e protagonizado por Luana Piovani. No filme, o seu personagem se envolveu em um triângulo amoroso com Piovani e Juliana Paiva. O ator também participa do programa da Globo, Os Melhores anos das nossas vidas com Ingrid Guimarães, Rafa Brites, Lúcio Mauro Filho e Marcos Veras. Recentemente o humorista voltou à nova temporada da Escolinha do Professor Raimundo, dessa vez para viver o personagem Patropi, vivido pelo ator Orival Pessini. Além disso, ele integra há dois anos a equipe do programa Altas Horas, da Rede Globo. Ufa! E acha que parou por aí? Nada disso, 2019 que o aguarde!
O sucesso, entretanto, não veio fácil. Foi preciso exercer outras profissões para conseguir pagar as contas, quando a atuação ainda não era financeiramente suficiente. Foi preciso ser garçom de buffet, animador de festa infantil e até monitor de acampamento. “Levo muito aprendizado de cada profissão que exerci, amadurecimento pessoal e profissional, além de histórias para contar. Hoje sou muito grato por todas as oportunidades que tive, tudo sempre somou na minha vida”, ressaltou Luque. Essa realidade para conciliar a profissão que ama com trabalhos secundários é vivida por muitas atores e atrizes no Brasil, segundo o humorista. “Infelizmente, em nosso país, é difícil viver somente da arte. Nossa profissão sofre preconceitos porque as pessoas generalizam e acham que tudo é glamour, quando não é. Trabalhamos muito, há esforço, dedicação, suor e estudo por trás dos palcos, câmeras e telonas de cinema”, afirmou Luque que é formado em Artes Plásticas pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
A atuação chegou de forma natural para Marco Luque, quase sem perceber através do humor ele se descobriu ator. Uma coisa levou a outra e ele acabou se apaixonando e se dedicando à atual profissão. O talento permitiu que Luque fosse um profissional versátil, ele participou de programas de rádio, fez filmes e atualmente aceitou o convite para participar de um musical convidado por Miguel Falabella. Soltar a voz em um musical exigiu muito do artista que se preparou por seis meses até a estréia do espetáculo Os Produtores (The Producers) em abril. “Foi um grande desafio para mim. Eu só cantava no chuveiro antes”, disse Luque aos risos. Depois de doze anos trabalhando sozinho nos palcos em stand ups, agora o humorista se viu fascinado pelos musicais. “Era preparação de 9h às 18h, foram dias intensos e que me deram condições e estruturas para participar das temporadas de SP e RJ. Só agradeço pela oportunidade que Miguel Falabella me concedeu. Espero fazer mais musicais, o bichinho deles me picou”, completou.
Dono de personagens marcantes como o motoboy Jackson Five, o taxista Silas Simplesmente e a diarista Mary Help, Luque atuou em peças como Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos, e Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. Tanto trabalho e dedicação geraram frutos, o ator foi convidado a integrar o grupo do projeto Terça Insana a partir de 2007, idealizado pela atriz e diretora Grace Gianoukas e de lá nasceram os personagens icônicos que continuam presentes nas apresentações do ator até hoje. Por trás de tanto talento, Marco Luque tem consciência sobre o papel social do humor dentro de um contexto social e político como o atual momento brasileiro. “Precisamos do humor que questiona, promove reflexões e ajuda na cidadania. O humor precisa ser usado, como já é, na função social, ainda mais no país como o nosso”, contou, antes de completar: “Sou feliz trabalhando com humor, me sinto 100% realizado”.
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