O termo popular ‘mulherão’ simboliza uma mulher atraente, charmosa, inteligente, independente, talentosa, espirituosa e que chama atenção por onde passa, mas podemos definir este conceito em apenas duas palavras: Anajú Dorigon. Com apenas 24 anos, a paulista conseguiu traçar uma trajetória de vida repleta de nuances e reviravoltas dignas de uma novela das 6h –onde, por coincidência ou não, integra o elenco de Orgulho e Paixão. Em cada etapa que viveu até então, a atriz soube se reinventar com propriedade mostrando sempre para o que veio.
De Miss New Model Universe 2010 à atriz da Globo, Anajú saiu do interior de São Paulo para desbravar o mundo. Mesmo, na época, com menos de 20 anos, ela conseguiu levar palavras de sabedoria a projetos sociais enriquecedores como a conscientização da AIDS, na Colômbia. Exatamente por irradiar tanta luz, o site HT a convidou para ser a estrela do editorial desta semana realizado no Rio Othon Palace, em clima de diva rockstar. Com cliques de Guilherme Lima, styling de Tracy Rato e beleza de Everson Rocha, a gente teve a oportunidade de bater um papo exclusivo com a potência feminina que é Anajú Dorigon. Vem se apaixonar com a gente!
Um dia, a mãe da atriz, Rosana Aparecida Dorigon Pereira, disse que Anajú deveria se tornar a melhor profissional naquilo que se propusesse a fazer. E foi isso que ela fez. Com apenas 24 anos, ela já ganhou, por dois anos seguidos, o título de Melhor Atriz Jovemno Prêmio Jovem Brasileiro. E, atualmente, se você perguntar a Anajú como está sendo a sua trajetória em Orgulho e Paixão, provavelmente, verá os olhos da atriz brilharem de felicidade. Antes de começar a falar sobre a novela, ela pediu um pouco de paciência já que precisava de muito controle para não cair no choro.
“Dentre as personagens que já interpretei, eu tenho certeza que vou levar a Cecília comigo para sempre. De todas as minhas faces, talvez, ela seja uma das minhas favoritas. Foi muito bacana vê-la crescer e enfrentar tantos desafios, afinal, é um papel que está me permitindo experiências que nunca pensei. Possui uma delicadeza e doçura que me deixam apaixonada. Estou muito feliz por poder interpretá-la”, comemorou. O papel foi inspirado, majoritariamente, na personagem Catherine do livro Abadia de Northanger,de Jane Austen.
A paixão pelas artes cênicas surgiu aos 16 anos, quando fez uma participação no longa O Vendedor de Passados, de Lula Buarque de Hollanda. Desde então, começou a voar alto chegando, até mesmo, às telonas internacionais. Em 2019, será lançado nos cinemas o filme Jesus de Nazareth, uma co-produção entre Estados Unidos e Espanha. A história foi rodada inteiramente em espanhol e filmada no deserto da cidade de Almeria, no território da Espanha. “Estou super ansiosa para o lançamento. Foi uma experiência magnífica e enriquecedora, tanto como atriz quanto como pessoa. Sem contar que atuar falando castelhano foi mais um sonho realizado, porque sempre tive a vontade”, comemorou.
No longa, ela teve a responsabilidade de interpretar uma das três mulheres mais próximas a Jesus, Martha. “Independentemente de ser um filme religioso, esta história faz parte de todos nós que vivemos no planeta Terra. Acreditando ou não, todo mundo já ouviu falar sobre Jesus, por isso ajudar a contar esta narrativa, com atores que eu admirava muito, foi uma dádiva”, relembrou. A artista contracenou com Julián Gil, Gaby Espino e Lincoln Palomeque que eram celebridades que admirava na sua adolescência, já que morou muitos anos em diversos países na América Latina.
Mesmo Jesus de Nazareth sendo o seu primeiro filme estrangeiro, a atriz já possui uma trajetória internacional. Anajú é formada por uma das escolas cinematográficas mais renomadas do mundo, a New York Film Academy. Durante os seus estudos por lá, ela teve a oportunidade de aprender com referências das telonas e palcos americanos, tendo aulas práticas na Universal Studios, por exemplo. Mesmo tendo tamanho destaque no exterior, ela tomou a decisão de retornar às terras brasileiras e construir a sua carreira por aqui.
“Sendo bem sincera, um dia sonhei com uma mulher que me dizia para retornar ao Brasil, porque eu tinha muito o que fazer aqui. Acabei voltando por causa disso e, duas semanas depois, já estava em Malhação. E, por ser brasileira, é claro que sempre tive vontade de ver de perto a nossa teledramaturgia também”, comentou. E mesmo podendo ter uma carreira de sucesso lá fora, como almejam muitos profissionais da área, ela garantiu não se arrepender desta decisão. “Estou muito feliz e grata por conseguir ganhar o meu espaço na dramaturgia nacional. Sempre fui muito aberta para o universo e quem sou eu para questionar o que Deus tem guardado para mim?”, questionou.
Para chegar até a carreira de atriz, Anajú percorreu um grande caminho. Desde os 3 anos, ela já trabalhava como modelo infantil e, aos 13, recebeu uma proposta que mudaria sua vida para sempre. “Fui convidada para participar de um concurso de Miss em São Paulo e acabei indo porque tudo o que é novo sempre me encantou. Vi naquele projeto uma oportunidade de conhecer o mundo. Fui ganhando todas as etapas e os trabalhos começaram a dar certo. Foi uma jornada muito bonita e uma benção”, comentou.
Em apenas um ano desde que embarcou neste universo, ela já estava morando em outros países da América Latina, onde ficou até os seus 19 anos. A partir disso, foi eleita a Miss New Model Universe 2010, na República Dominicana, e Miss Teen Universe 2011/2012, no Equador. “É muito complicado falar sobre estas competições, porque as pessoas têm uma ideia pré-estabelecida. No entanto, na América Latina, dificilmente a mais bonita ganha, porque não é só isso. São mulheres representando os seus países e tocando projetos sociais, vai além do físico. Somos porta-vozes”, comentou. Anajú Dorigon tenta sempre que pode desconstruir preconceitos sobre estes concursos de beleza, afinal, eles mudaram a sua vida por completo.
A verdade é que basta conhecer a trajetória de vida humanitária da atriz para mudar automaticamente de pensamento sobre este tipo de competição. Durante os anos que teve seu reinado como miss, ela foi embaixatriz da conscientização da AIDS na adolescência, na Colômbia; trabalhou com crianças carentes, no Equador; e exerceu um projeto de reciclagem e conscientização ambiental nas escolas da República Dominicana.
Com apenas 15 anos, Anajú já se tornava um exemplo de mulher e uma referência para os adolescentes que viviam em situação precária. Ela viu de perto a pobreza, a miséria e a dor de quem sofre diariamente com o descaso público. “É impossível sair de um projeto deste da mesma forma que entramos. Tive um amadurecimento em pouco tempo. Afinal, tinha duas escolhas: me fechar ou mergulhar de cabeça neste universo da pobreza e da conscientização de doenças. Nunca pensei, na verdade, na primeira opção”, comentou.
Apesar de Anajú ter trabalhado incansavelmente na causa de prevenção à Aids, os casos de infecção pelo vírus HIV, no Brasil, aumentaram recentemente. De acordo com uma pesquisa de 2017 feita pelo UNAids, órgão das Organização das Nações Unidas, houve um aumento de 3% no número de pacientes. Mesmo não sendo tão alto, vai de encontro à redução de 11% dos casos no resto do mundo. Sendo assim, para ela, ver este resultado toca em lugares e lembranças mais complicadas. “A minha geração não tem noção do que é a AIDS. Sabemos o que é, claro, mas não vivemos o começo da epidemia. Acredito que exista uma defasagem com relação à educação sexual”, comentou.
E a atriz acrescentou: “O ser humano não é uma máquina que pode ser reiniciada, por isso a gente precisa falar mais sobre a saúde pública e entender o que está acontecendo. Saúde e educação de qualidade são direitos básicos e todos devem ter acesso. Nós temos recursos para tornar isto uma realidade e, como população, nós devemos exigir isto. País com saúde de ponta não é utopia. É necessidade”, garantiu. Para ela, é imprescindível o incentivo à busca pela educação e informação.
A preocupação pela qualidade da saúde pública acabou fazendo parte não apenas de projetos sociais mais de uma causa mais pessoal do que Ana gostaria. No final de sua adolescência, com 19 anos, ela precisou depender de profissionais de qualidade para o bem de sua própria saúde. Na época, ela descobriu que tinha um quadro de hipoglicemia reativa, ou seja, depois de ingerir altas quantidades de carboidratos ou glicose, o seu corpo liberava altas doses de insulina o que gera cansaço, depressão, nervosismo, irritabilidade, rinite e muitos outros sintomas.
“Atualmente, esta é uma questão muito tranquila para mim. Nem é mais uma questão. Tive uma crise muito forte com 19 anos e, naquele momento, descobri que tinha uma quantidade de açúcar muito baixa no meu sangue, o que me fazia ter picos de insulina no corpo. Isto me fazia inchar muito e agravava o quadro de síndrome do pânico e depressão que tive. A partir disso, passei a fazer escolhas em prol da minha saúde e não necessariamente estética. Foi uma jornada muito interessante de reeducação alimentar e emocional”, comentou. A partir da superação deste episódio, ela se tornou vegetariana e passou a controlar mais o que iria comer. E foi só o início da revolução que Anajú impôs em sua própria vida que, hoje, aos 24 anos, começa a colher frutos bem importantes. E alguém duvida de que é só o começo? Voa alto!
Equipe:
Foto: Guilherme Lima
Beleza: Everson Rocha
Styling: Tracy Rato
Assistente de foto: Hugo Machado
Produção de Moda: Letícia Bueno
Assistente de maquiagem: Yago Maia
Agradecimentos:
Rio Othon Palace
Hoteis Othon
Montenegro & Raman
Paulinho Santos
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