* Por Bruno Muratori
Não existem pessoas desconhecidas, existem amizades que ainda não tivemos a alegria de conhecer. Pensando nessa máxima, a festa BOHO, no Rio de Janeiro, cria uma deliciosa atmosfera daqueles badalos de garagem, meio petit comité, em que cada um traz uma coisa e, assim, todos podem se esbarrar com gente querida e fazer novos melhores amigos de infância, curtindo uma deliciosa noite. Não importa qual som vai rolar, o importante é ser feliz com as pessoas que amamos! A data escolhida para esse novo encontro foi nesta sexta-feira (25/7) no Espaço Rampa, local já eleito pela rapaziada alegre como ponto da esbórnia. E se via de tudo por lá, com meninos e meninas bem descolados comemorando o niver do produtor da festa, Marcio Lima, e saboreando a vista para a Enseada de Botafogo que, mesmo em uma noite chuvosa, continua sendo um tapa na cara da sociedade.
Logo na entrada da festa, ainda rolava uma parada para fazer aquele esquenta na “barraquinha da tia”, com direito a tenda com luzes de “buati”, parada obrigatória para sensualizar. Ou melhor: para pré-sensualizar. Point para rolar uma paquerada, uma encarada de soslaio, meio de ladinho, tipo aquela “frexada do teu olhar…” E, claro, se um bom badalo precisa de cara ter uma equipe comprometida em atender bem os convidados, a BOHO acerta em cheio! Desde da porta até o staff interno, todos mandam bem, além daquela gente bonita e sarada nos bares que acaba sendo um incentivo à parte para ir ao balcão com maior freqüência e dar aquela consumidinha básica, dirigindo o olhar para o bíceps tatuado de algum bartender.
A festa já leva em sua bagagem quatro anos alegrando a Cidade-Maravilha e sempre com muitos adeptos cheios de energia que fazem tudo ser tão especial. Foram mais de mil pessoas bem próximas à “pixta” (para usar o sotaque do carioquês que domina o agito) – facilitando a azaração, apimentada dessa vez com o tema latino, o “Meu Sangue Ferve Por Você” e com o pocket show de um mega convidado. Quem? Bom, obviamente o cigano que sacolejava dentro da camisa de botão aberta com calça justa de couro na cena nacional oitentista e que roubava corações democraticamente, das patroas às empreguetes. Vai aí a dica e se você não se ligou, claro que se trata do eterno Sidney Magal! E o mote da noite acabou mesmo sendo “Me chama que vou”. Quem foi, foi mesmo e arrasou, sucateando na pista até o dia amanhecer! O artista esquentou a noite cantando os seus maiores hits, pontificando essa noite de celebração e mimos para o aniversariante e sócio-produtor do badalo. Em momento terno (sim, os brutos também amam!), Marcio Lima até recebeu todo o carinho da galera e dos outros organizadores: Anaterra Freire e Leonardo Sanclart. Ternura!
E, aproveitando a deixa, quem rasgou a seda numa pausa e não poupou elogios foi o próprio Magal, que se disse orgulhoso de manter uma amizade há 20 anos com o produtor: “Este é um dos maiores motivos para eu vir bailar aqui nesta noite na BOHO”, disse ele cheio com olhos quase marejados, mas sin perder el gingado jamás! Pow, Magal, entregar a idade do colega, não pode!
A noite contou ritmos para todos os gostos, em mistureba digna com muito pop, MPB, house e funk. E sobrou até beijinho no ombro para quem tivesse disposição porque, afinal, não existe noitada sem carão. A cabine ficou na responsa de um time da pesada: os DJs Felipe Malfoy, Leonardo Gattuso, Babi Deejay e Tatah Toscano. E ainda rolaram projeções espertíssimas do VJ Hugo Matos. Bem, foi caliente! HT deu aquela circulada pela festa e perguntou aos flappers de plantão o que faz o coração deles ferver pela BOHO? E, negando a famosa frase de Nelson Rodrigues que afirma que toda unanimidade é burra, a resposta foi quase em uníssono: “O prazer de estar entre amigos e poder reviver as músicas que fazem parte de algum momento de nossas vidas.” E, como época de badalo anos setenta – com “Dancing Days” reprisando com sucesso no Canal Viva e “Boogie Oogie” prestes a estrear no horário das 18h na TV Globo -, a ordem mesmo é abrir as asas, soltar as feras e cair na gandaia sendo você mesmo. Nessa festa vale tudo, dance bem, dance mal, dance sem parar, esse é o espírito. Ficou com vontade? Segura a onda, mês que vem tem mais!
Confira as fotos de Caio Oliveira (Divulgação)
*Carioca da gema e produtor de eventos, Bruno Muratori é uma espécie de fênix pronta a se reinventar dia após dia. No meio da década passada, cansou da vida de ator e migrou para a Europa, onde foi estudar jornalismo. Tendo a França como ponto de partida, acabou parando na terra do fado, onde se deslumbrou com a incrível luz de Lisboa e com o paladar dos famosos pasteis de Belém, um vício. Agora, de volta ao Rio, faz a exata ponte entre o pastel de Belém e a manjubinha
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