Dr. Alessandro Martins, na linha de frente da saúde em tempos de Covid-19, relata as boas atitudes dos seres humanos


Em sua coluna quinzenal, o cirurgião plástico, que também é intensivista e está ajudando a salvar vidas de pessoas em CTIs de hospitais afirma: “Nesse período é importante que todas as pessoas se unam em prol de um bem maior: do controle de uma doença que tem grande capacidade de progressão. Estamos vendo a população em isolamento social, mas unida e se protegendo como uma forma de ajudar e cuidar do próximo”

*Por Dr. Alessandro Martins

Depois de quase 30 dias de isolamento social nas cidades brasileiras, por conta da crise mundial do novo Coronavírus, o que podemos perceber é que a humanização sempre fala mais alto. Afinal, as crises trazem à tona atos de compaixão e solidariedade, mostrando que somos capazes de ajudar sempre ao próximo.

Estamos passando por um período de suma importância para o controle da pandemia de Covid-19 e tentar frear os casos de contaminação é fundamental. Importante ver toda a sociedade se unindo em prol de um bem maior, da contenção de uma doença que tem uma grande capacidade de progressão, atingindo a todos e, na maioria, as pessoas dos grupos de risco, como os idosos, por conta de um sistema imunológico mais vulnerável, desenvolvendo formas mais graves dessa enfermidade. O que vemos é a população dando as mãos e se unindo, mantendo o distanciamento social e se protegendo como uma forma de ajudar e cuidar do próximo. Só assim, cada um fazendo a sua parte, a propagação do vírus diminui e todos acabam sendo beneficiados.

Dr. Alessandro Martins (Foto: Fábio Calvi)

É nesse momento em que estamos juntos, mesmo distantes fisicamente, que percebemos como muitos passam a enxergar o próximo com mais afeto, observando que o amparo social vem com muita força no voluntariado com a doação de alimentos, materiais de proteção e limpeza para a população carente que vive em ambientes que oferecem o maior risco de contágio. Estamos vendo uma corrente de ajuda psicológica e também de doação de materiais de proteção e antissépticos para os profissionais de saúde. É perceptível que apesar dessa pandemia, a sociedade está unida. Um cuidando do outro, mesmo em um momento de crise. O ser humano se supera e mostra seus valores com atitudes humanitárias e positivas.

Eu atuo como cirurgião plástico, mas, também sou intensivista e, neste momento, estou no atendimento em unidades de terapia intensiva, onde pessoas estão em ventilação mecânica, e vim para a linha de frente para ajudar os pacientes com Covid-19. O que vemos dos esforços dos nossos profissionais de saúde é muito bonito. São profissionais que precisam de equipamentos de segurança (EPIs), que necessitam do uso de luvas descartáveis, máscaras, óculos de proteção, avental e em alguns casos gorro. Muitas vezes, nós ficamos por 12 horas com esses equipamentos para garantir ao máximo a nossa segurança, de nossos colegas de trabalho e familiares. Tenho observado in loco o empenho de todas as equipes da unidade em que atuo: médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, os profissionais de limpeza que estão empenhados e suscetíveis a todo o risco, por estarem expostos a diretamente à contaminação.

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É um trabalho árduo, porque além dos nossos esforços para ajudar os pacientes a diminuir os danos dessa doença, em muitos casos ainda temos a privação do convívio com os nossos parentes em uma tentativa de tentar conter essa pandemia e comemorar cada caso de cura. Por isso, pedimos cada dia mais para a população que não trabalhe em serviços essenciais, que pode, que respeite esse isolamento para que o mais rápido possível possamos voltar a conviver em sociedade e ter o maior número de vidas salvas dentro dessa doença mundial.

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