*Por Dr. Alessandro Martins
Durante muito tempo, a sociedade criou padrões de beleza do que seria o belo com relação às estéticas corporais e faciais. Entretanto, nem todas as mulheres e homens se encaixavam dentro desses ditos “padrões” e regras. Isso sempre fez com que pacientes tentassem se moldar ao status quo. Não só com dieta e atividades físicas, mas também com cirurgias plásticas buscando algo que, às vezes, não era compatível com o biotipo tanto físico quanto facial.
Isso sempre ocasionou em mulheres e homens de qualquer idade problemas de autoestima e buscas incessantes por cirurgias estéticas, muitas vezes desnecessárias. Não por que as pacientes precisassem, mas, sim, pela vontade de se encaixar no tal modelo. No entanto, problemas de autoestima, comportamentais e psicológicos até hoje são detectados por esse culto exacerbado ao modelo de beleza ditado pela sociedade.
No Brasil, temos uma grande miscigenação, vários tipos de belezas de diversas etnias. E o belo, na verdade, é o que combina com cada biotipo, ou seja: com a genética e estrutura física. Diferente dessa questão, nós verificamos problemas que realmente necessitam de cirurgia e que fazem com que as pacientes tenham a autoestima deteriorada. Não por um padrão de beleza, mas por, possuírem realmente indicações cirúrgicas.
Nesse grupo de paciente, temos questões de deformidades congênitas, como, por exemplo, orelha de abano, problemas em membros de parede torácica, respiratórios com o septo nasal com giba óssea proeminente, mamas muito volumosas, abdome em avental após grande perda de peso. Esses pacientes têm a autoestima deteriorada, mas, realmente, possuem indicações cirúrgicas e não apenas para se encaixar em um padrão.
Muitas pessoas têm a autoestima massacrada desde a infância por bullying, levando a alterações psiquiátricas e comportamentais. Então, a cirurgia plástica se torna terapêutica, pois, quando o cirurgião consegue corrigir uma orelha de abano de uma criança evita que ela seja considerada “diferente” ou sofra problemas de relacionamento na escola.
Quando uma mama muito volumosa é operada em uma paciente que começa a ter problemas com a postura e com a coluna por conta do peso dos seios ou quando você opera o abdome em avental que por conta da pele tem até problemas de higiene, a cirurgia plástica está atuando não só na parte psicológica reintegrando essa pessoa na sociedade como realmente está resolvendo uma questão de saúde, que poderia causar danos a longo prazo. E, com isso, a cirurgia plástica proporciona a esse paciente a volta de uma autoestima que abalava até relacionamentos e atuação no meio do trabalho. Portanto, a cirurgia plástica está sendo terapêutica não só do ponto de vista corporal e estético, mas ajudando o paciente a superar um problema psicológico ou autoestima baixa que ele teve durante muitos anos de sua vida.
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