Atualmente, pacientes pós-câncer submetidas à radioterapia e que, por conta disso, sofrem uma alteração na textura e na elasticidade da pele, podem fazer a reconstrução das mamas através da mamoplastia híbrida. Trata-se de uma cirurgia que associa a inclusão de próteses de silicone com enxertos de gordura. Além de favorecer o aumento da espessura da pele, tornando a reconstrução mais natural, a gordura tem o efeito de melhorar a qualidade do tecido local. A gordura transferida tem fatores de crescimento e células pluripotentes – ou seja, capazes de promover a regeneração do bloco.
Agora essa técnica também vem sendo utilizada em cirurgias estéticas. A intenção é tornar mais natural o contorno do polo superior das mamas de pacientes que têm glândula muito fina ou tórax muito magro. Trata-se de uma boa alternativa às próteses musculares. Antes, apenas a inclusão da prótese no plano muscular era capaz de esconder ou camuflar o polo superior das mamas. Entretanto, a cirurgia do implante submuscular é mais dolorosa e tem um potencial maior de complicações.
A transferência de gordura torna a cirurgia mais simples, dando, também, ótima cobertura aos implantes: além de não deixar o colo “esqueletizado”, as próteses não ficam muito marcadas. Afinal, esse não é o desejo da paciente. A transferência de gordura é uma técnica simples que, hoje em dia, tem sido associada não só às cirurgias de mama com próteses, mas até mesmo a algumas tentativas de aumento das mamas única e exclusivamente com enxerto de gordura.
É claro que esses aumentos são sutis. Não devemos ultrapassar muito a introdução de 200ml ou 300ml de gordura em cada mama. O que se pensava antes, que as transferências de gordura poderiam causar alguma alteração nos exames de imagem no rastreamento do câncer de mama, não se verifica. Com a ressonância magnética e até mesmo com a mamografia não existe a possibilidade de alteração de imagem ou confusão de diagnóstico. A técnica é bastante segura e os resultados estéticos são muito bons.
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