*Por Dr. Alessandro Martins
A lipoaspiração é uma das cirurgias que tem grande procura tanto por pacientes jovens como por aqueles de meia idade. Ela consegue promover mudanças muito positivas no contorno corporal e o objetivo é a remoção da gordura localizada, muitas vezes difícil de ser perdida mesmo com atividade física e dieta. Vemos casos nos quais é necessário, antes do procedimento, um emagrecimento e a queda do percentual de gordura. Por outro lado, observamos pacientes que não querem emagrecer tanto, porque estão no peso ideal, mas desejam uma forma diferente.
A técnica é muito procurada tanto por mulheres quanto por homens. Existem diferentes tipos de lipoaspiração, desde a realizada em pequenas áreas até a lipoescultura e a HD (High Definition, ou alta definição). Os grandes medos de algumas pessoas com relação a estas cirurgias vêm de acidentes e uma correlação criada há muitos anos sobre a lipo e o risco de morte. É claro que quando há um incidente e a mídia divulga tais casos chamam muito a atenção por serem, na maioria das vezes, ocorrido em uma paciente saudável.
Entretanto, esta relação entre risco de vida e lipoaspiração não é tão direta como, muitas vezes, o leigo ou a mídia acabam divulgando. Como em qualquer outro tipo de cirurgia existem regras que devem ser seguidas para minimizar riscos. Desde o pré-operatório até o pós-operatório, que são muito importantes em relação à segurança.
O primeiro ponto que temos que considerar com relação à segurança é o peso ideal do paciente. Como eu falei, a lipoaspiração não é uma cirurgia emagrecedora. Não é para aquele que está fora do peso e que quer tentar emagrecer com a cânula de lipoaspiração, porque existe um percentual de gordura definido que pode ser lipoaspirado.
Procedimentos volumosos levam a perdas sanguíneas e, com isso, o paciente tem risco de anemia e de complicações clínicas relacionadas ao próprio procedimento, mesmo que não haja nenhuma intercorrência. Grandes lipoaspirações de 8 a 9 litros levam a uma espoliação do paciente com anemia, pós-operatório demorado, podendo ele ter síncopes, desmaios, taquicardia…
Depois de falarmos sobre o tópico de segurança sobre o volume a ser lipoaspirado, a gente aborda agora a as técnicas anestésicas e operatórias. A técnica de lipoaspiração não pode ser realizada em consultórios ou clínicas. É totalmente proibida. Somente pode ser realizada em ambientes hospitalares com o acompanhamento de um anestesista e de uma equipe com cirurgião plástico formado e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O uso do anestésico local em hipótese nenhuma pode ser feito em consultórios, porque atua até 12 horas e o paciente pode vir a evoluir a óbito quando já está em casa. Portanto, a hoje tão falada hidrolipo também não pode ser feita em consultórios ou clínicas. Não há qualquer permissão também pelo Conselho Federal de Medicina.
No ambiente hospitalar, o ideal é que o paciente fique internado por 24 horas nas operações de maior volume ou pelo menos por 12 horas em lipoaspirações de menores volumes. As complicações e riscos que têm se falado sobre óbito de pacientes nessa cirurgia seriam as embolias gordurosas e perfurações de órgãos. Estas últimas são erros técnicos que não podem ocorrer. Na hipótese de que haja tal erro, ele deve ser imediatamente corrigido com operação de emergência. A análise precisa ser feita cuidadosamente, porque trata-se de um risco para o paciente e tudo deve ser realizado ainda na sala de operação para salvar uma vida.
Quando se fala em técnica cirúrgica… A diferença entre lipoaspiração pequena, lipoescultura, de alta definição partem do princípio do resultado que o paciente espera.
A lipoescultura pode ser realizada em múltiplas áreas de gordura, como as encontradas em costas, barriga, braço, coxa, culote. A gordura em excesso é removida de alguma região do corpo para preencher, aumentar e modelar outras áreas, proporcionando um melhor contorno corporal. Porém, lembrem-se: a quantidade de gordura retirada tem como referência de 3 a 5% do peso corporal do paciente. Portanto, as áreas devem ser definidas como prioridade para que, em hipótese alguma, se aumente o volume da gordura a ser lipoaspirada.
As lipoaspirações de alta definição valorizam as marcas musculares. Então, não são indicadas para os pacientes que não fazem exercícios físicos, porque ficarão extremamente artificiais. É para aqueles que já possuem algum grau de massa muscular, e que só serão ressaltadas no abdômen, por exemplo. Não pode ter flacidez de pele e o paciente deve estar perto do seu peso corporal ideal.
Dicas:
Se você quer fazer uma lipoaspiração em primeiro lugar esteja próximo do seu peso ideal, faça uma reeducação alimentar antes de ser submetido ao procedimento para que seja lipoaspirado o que é extremamente importante para melhorar o seu contorno corporal.
Procure um médico conhecido e que você saiba sobre o histórico do trabalho dele.
Faça a cirurgia dentro de um hospital e até de preferência um hospital geral, onde haja unidade de terapia intensiva, banco de sangue e centro de imagem.
Com relação ao pós-operatório: são importantíssimos um programa complementar de tratamento com um fisioteraputa para acelerar a recuperação e preservar os resultados obtidos na cirurgia; o uso de cinta, de tiras adesivas e que seja feita a drenagem linfática, melhorando os edemas e reduzindo os inchaços de uma cirurgia, pelo período indicado pelo médico.
Hoje há uma técnica com a utilização do taping, ou bandagem elástica, adesivo colado imediatamente após a cirurgia com forma, direção e tensão correta, proporcionando diversos benefícios como a melhora de hematomas, a diminuição do inchaço e as manchas roxas. O paciente que decide fazer uma lipoaspiração tem de estar disposto a cumprir rigidamente as regras do pós-operatório para evitar fibroses e aderências, prejudicando o resultado de uma cirurgia tão sonhada.
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