*Por Dr. Alessandro Martins
Estamos em uma fase de controle de internações em que os sistemas privado e público estão limitando as cirurgias eletivas com a intenção de não superlotarem as unidades hospitalares que precisam de leitos para os pacientes com o Covid-19. Ainda há uma expectativa em relação à progressão da doença e não sabemos qual vai ser a ocupação geral dos hospitais. Algumas áreas no Rio de Janeiro estão com mais casos de incidência da doença do que outras, mas o fato é que estas unidades tentam deixar a maioria dos leitos livres para que, se houver um crescimento descontrolado da pandemia, tenhamos vagas em quartos, enfermarias e unidades de tratamento intensivo para dar suporte aos pacientes.
Dessa forma, as cirurgias eletivas ficaram mais restritas. E, no caso da cirurgia plástica, nós seguimos normas específicas. No entanto, existem cirurgias que não dependem dessa restrição, como as de pacientes com câncer que têm um prazo para serem submetidos a uma operação. Cito um exemplo do câncer de mama relacionado à quimioterapia ou radioterapia e que há um momento ideal para a operação proporcionando um bom controle da doença. Essas pacientes não podem perder o timing do tratamento.
Então, as cirurgias reparadoras e reconstrutivas continuam sendo liberadas. No caso do câncer de mama, as reconstruções imediatas – as que uma paciente faz a mastectomia no mesmo momento – são permitidas. Entretanto, as reconstruções tardias daqueles pacientes que já operaram a mama, fizeram há cerca de cinco a 10 anos atrás a mastectomia, devem ser postergadas até que a pandemia esteja controlada.
Outras cirurgias oncológicas além dos tumores de pele e o câncer de mama, como as de membros, sarcomas que levam a ressecções de grandes partes de tecidos de pele, músculos e, por vezes, ósseos, também continuam sendo liberadas para reconstrução feita pelo cirurgião plástico.
É claro que estão permitidas nesse momento que estamos atravessando as de urgência. Entre elas, as dos traumas automobilísticos relacionados à fraturas, nos quais os pacientes têm perda de tecidos ou exposições ósseas. São operações também em que a cirurgia plástica continua atuando na reconstrução.
Os médicos também estão autorizados a operar os pacientes que sofreram graves queimaduras. O importante é que nesse período os cirurgiões plásticos priorizem o que realmente é fundamental para que possamos ter um equilíbrio das vagas nos hospitais e também auxiliar de toda forma os pacientes que sofrem de alguma patologia em que haja necessidade de operação de urgência.
As cirurgias estéticas e outras que não têm tanta premência estão sendo remarcadas. Dessa forma, vamos conseguir manter os hospitais livres para os casos graves em geral e médicos e pacientes estarão fazendo o bem para que retornemos o mais breve possível com as cirurgias que tanto proporcionam auto-estima e bem-estar.
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