*Por Dr. Alessandro Martins
Estamos passando por um período de combate à disseminação de uma infecção viral, o coronavírus (Covid-19). Trata-se de um inquilino que compromete o sistema respiratório humano. É importante que os pacientes compreendam que a maioria dos casos, com sintomas leves, parece com um resfriado. Observamos espirro, tosse seca, podendo não haver febre e sintomas gerais de mal-estar. Assim como qualquer outro quadro viral.
A questão que envolve esta contaminação é a característica deste vírus, que pode agravar alguns casos, em torno de 10 a 20%. Levando esses pacientes, então, a precisarem de suporte ventilatório. É importante frisar que apenas uma pequena parte desses pacientes é que vão evoluir para os casos graves, porém o coronavírus tem uma grande capacidade de contágio. Ou seja, a disseminação dele é muito rápida, o que gera um elevado número de casos. Fatores responsáveis pela classificação pandêmica desse vírus, observado em diversos países do mundo.
Reiterando, a capacidade de infecção desse vírus é grande, no entanto a capacidade dele causar doenças graves não é tão potente assim. Como mencionado acima, cerca de 10 a 20% dos pacientes vão desenvolver quadros graves, entre eles o principal grupo de risco são os pacientes idosos. Todas as medidas estão sendo tomadas, na verdade, na tentativa de evitar a disseminação desse vírus entre a população. Ou seja, evitar que essa epidemia ocorra aqui no Brasil.
Por isso todas as medidas restritivas são importantes e precisam ser respeitadas. Para que não venhamos a passar por uma catástrofe, com grande número de pacientes contaminados e com óbitos como a gente viu, por exemplo, na Itália e na China.
As condutas de higiene, como lavagem de mão e cuidados, devem ser ainda maiores com quem tem sintomas respiratórios. Evitar de ir à rua, por exemplo, é bastante importante. A colaboração de cada um, nesse momento, é vital para que não haja uma evolução e/ou disseminação com grande número de casos, o que levaria, inevitavelmente, o aumento de casos graves. Já que a estatística aumenta como um todo.
Em relação à nossa especialidade, que é a cirurgia plástica, observamos que as cirurgias eletivas estão sendo suspensas nos hospitais públicos. A ideia é diferente do que as pessoas pensam. Não significa que o hospital seja o espaço com maior risco de contaminação. As unidades estão sendo liberadas para caso tenhamos uma epidemia haja maior número de leitos livres para atender esses pacientes se necessitarem de internação.
Então as cirurgias eletivas estão bloqueadas em hospitais públicos. Os hospitais privados ainda não têm uma normatização e a tendência é que se evitem cirurgias desnecessárias. Principalmente naqueles hospitais que possuem emergência aberta. Aqueles que estão atendendo pacientes com casos suspeitos. É claro que algumas cirurgias eletivas não podem ser suspensas, como de câncer, cardíacas e por quadros emergenciais. Essas vão continuar existindo. Mas dentro do nosso painel da cirurgia plástica, a ideia é selecionarmos o que pode ou não ser operado nesse período de quarentena.
Por fim, o problema maior das cirurgias é evitar que as vagas em unidades hospitalares fiquem preenchidas de pacientes para no caso de uma grande epidemia a gente ter um número de leitos satisfatórios livres. Importante que todos colaborem, para que juntos consigamos impedir que essa epidemia ocorra aqui no Brasil.
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