Do ‘Miami Ink’ ao Rock in Rio: Ami James faz maratona de tatuagens entre show do Metallica e surfe na Prainha


“Eu moro em uma maleta de viagem”, brinca tatuador, que tem cinco estúdios espalhados pelo mundo.

Por Beatriz Medeiros

A segunda semana de Rock in Rio começou com o dia dedicado aos metaleiros e também aos fãs de Ami James, tatuador israelense que, através dos reality shows ‘Miami Ink’ e  ‘NY Ink’ foi alçado ao posto de celebridade, ídolo e até símbolo sexual. Para comprovar, era só reparar no tamanho da fila que foi formada na porta do lounge da Sky no festival – onde Ami está tatuando 18 pessoas ao longo dos sete dias de shows, entre celebridades, convidados e sete ganhadores de uma promoção da operadora de TV por satélite -, a maior até agora e, apesar da disposição do cara para sorrir com os fãs, algumas pessoas não conseguiram o tão desejado clique.

“É a minha primeira vez no Brasil. Sabia que tinha uma grande base de fãs por aqui, mas não imaginava que ela era tão grande assim. Foi chocante. É muito bom ver as pessoas te recebendo de braços abertos desse jeito e te apoiando’, nos contou Ami, que veio ao país sem a mulher, Jordan, e as filhas, de 5 e 2 anos de idade.

No lounge da Sky, Ami James tatuará 18 pessoas durante os sete dias de festival (Foto: Vinicius Pereira)

Ami James tatuará 18 pessoas durante os sete dias de Rock in Rio (Foto: Vinicius Pereira)

Nestes quatro dias de Rock in Rio, nomes como Dinho Ouro Preto, Marco Túlio, guitarrista do Jota Quest, Felipe Solari, Gisele Itié e até Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, já passaram pela cadeira vermelha de Ami, que não tem a ambição de tatuar um ídolo. “Eu fico feliz em tatuar qualquer um que sentar na minha cadeira, gosto de manter as coisas simples. Essa experiência aqui está sendo bem desafiadora. Não tenho a mesma estrutura disponível em um dos meus estúdios (logo, serão 5 espalhados pelo mundo, o mais novo, a ser inaugurado na Irlanda, em algumas semanas), mas tenho a missão de dar ao cliente o que ele quer, de fazer com ele saia feliz e satisfeito daqui. Apesar das dificuldades, é divertido”, comentou Ami, que prefere ouvir sua própria seleção de músicas no mini estúdio montado na Cidade do Rock ao invés de prestar atenção no que está rolando nos palcos. “Não consigo ouvir direito e também prefiro focar no trabalho ao invés de prestar atenção nos shows. Mas, se eu consegui terminar o meu trabalho cedo, quero ir assistir ao show do Metallica, com certeza, e também o do Iron Maiden, no domingo. Gosto muito do Sepultura também”, disse.

Vários corpos tatuados observam o trabalho de Ami por aqui todos os dias, mas ele conta que a cada dia menos repara nas tatuagens alheias. “Atualmente muitas pessoas têm tatuagens, então eu observo menos. É claro que, se o trabalho for bom, eu reparo, mas acredito que 85% dos tatuadores no mundo é ruim”, afirma o tatuador, que, além dos estúdios, quer expandir seus negócios através do site TattooDo.com, que reúne uma espécie de galeria de tatuagens. “Quero atingir o mundo através do design, me conectar com todos não importando a distância”, define Ami, que aproveita para aconselhar os ávidos por um rabisco na pele: “Procure o melhor artista, não o mais barato. As pessoas costumam gastar um bom dinheiro em um par de sapatos, mas não em uma tatuagens, isso é ridículo”.

Felipe Solari, Marco Túlio e Dinho Ouro Preto foram algumas das celebridades tatuadas por Ami James no Rock in Rio. (Fotos: Divulgação)

Felipe Solari, Marco Túlio e Dinho Ouro Preto foram algumas das celebridades tatuadas por Ami James no Rock in Rio. (Fotos: Divulgação)

No meio da maratona no festival, o artista aproveitou os três dias de folga fora da Cidade do Rock para conhecer um pouco das nossas praias: circulou por Ipanema, Copacabana, Leblon e ainda conseguiu surfar na praia da Macumba e na Prainha. Nesta segunda-feira (23), Ami volta para os Estados Unidos para passar dois dias com sua família e, em seguida, embarcar rumo a Londres. mas, antes de tudo, precisa conseguir um tempinho para comprar alguns presentes para suas filhas. “Eu moro em uma maleta de viagem”, brincou. “A primeira coisa que elas me perguntam quando chego em casa é onde estão os presentes que comprei. Elas ficam esperando, portanto, preciso arrumar alguns”, finalizou.