Se você já assistiu o canal de humor Porta dos Fundos, então conhece Thati Lopes. Divertida e irreverente, a atriz acaba de terminar as filmagens de seu primeiro longa, com Fábio Porchat e Gregório Duvivier, “Contrato Vitalício”, e vai fazer as malas em breve para abrir o Palco Mundo todos os dias no Rock in Rio Lisboa, em maio deste ano, com o musical do festival. A expectativa é grande: “Quando a gente canta acapella, aquele público cantando junto conosco, é emocionante!”, disse ao HT.
Além disso, ela também tem em seus planos rodar o Brasil com sua peça “Era para ser um Stand Up”, uma comédia romântica estrelada ao lado do namorado, Victor Lamoglia. Como é a relação do casal em cena? “O diretor ficava chocado em como a gente se dava bem”, disse.
Desde pequena, Thati falava que ia ser artista. O amor pela profissão começou de surpresa, quando aos 10 anos, foi inscrita em um curso de teatro, como distração, após sua mãe ter falecido. A partir daí, as oportunidades foram aparecendo e a morena fez um pouquinho de tudo: peças infantis, musicais, novelas até chegar no famoso canal do Youtube, que tem mais de 11 milhões de inscritos. “A gente faz uns vídeos surreais, umas ideias muito absurdas de diferentes”, auto analisa. Só descer.
HT: Você está no Porta dos Fundos desde o início, mas virou integrante fixa há um ano. Como você se envolveu com o projeto? Como foi virar parte da equipe?
TL: Eu sempre fiz participações especiais, mas eu estava trabalhando com musicais na época, e o musical te toma muito tempo. Nunca dava para conciliar. E aí calhou de eu estar fazendo a novela, e a novela estar quase acabando, e a Letícia (Lima) estava para sair do Porta, então eles já me ligaram e eu assinei com eles. Ser parte da equipe, foi incrível! Eu já amava, já tinha participado em webséries deles. É um sonho realizado, porque eu sou fã de todos eles, e estar com eles, trabalhar e aprender todos os dias, é ótimo.
HT: Em que a participação em um canal de tanto sucesso mudou na sua vida?
TL: O que mudou mais é o reconhecimento das pessoas. Na rua, nas redes sociais, a galera falando, mandando mensagem. No trabalho, eu comecei a conviver muito mais com a equipe, gravamos várias vezes por semana, e como atriz eu venho crescendo muito, observando a atuação dos meus colegas, como eles conduzem o texto que recebem do diretor, tem sido um aprendizado muito grande trabalhar com pessoas que eu admiro tanto.
HT: Qual foi seu vídeo preferido até hoje e por quê?
TL: Isso é muito difícil, porque tem vários. Eu gosto dos mais surreais, em que eu consigo crescer como atriz. Eu gosto muito do “Sucesso”, com o Latino, ficou incrível,o “Novela Bíblica” e o “50 tons”.
HT: A internet está ganhando cada vez mais espaço e há quem diga que vai substituir a TV. O que você acha disso?
TL: Eu acho que sim, falo isso sempre em rodas de conversa. O adolescente de hoje não assiste tanto a novela, como eu assistia na minha adolescência. A galera quando chega em casa não vai ligar a televisão, vai assistir no Youtube, vemos o sucesso que os canais fazem entre os jovens, e no Netflix. As coisas estão mudando, a TV está perdendo a audiência, mas eu não acho que vai acabar, vai se transformar. E já está! O Porta foi precursor disso na questão do “novo humor”, que a gente assiste também no “Tá no Ar”, (Rede Globo), completamente diferente do que era feito antes.
HT: Vocês fazem vídeos brincando com tabus na sociedade, como religião, política, sexualidade, etc. Vivemos um momento muito difícil, no qual a escala de ódio é grande. Você acha que isso atrapalha ou ajuda o humor?
TL: Muito! Ou amam demais, ou odeiam e falam mesmo, mas é feito sempre com responsabilidade. A forma com que o Porta levanta essas questões é ótima, mesmo quando criticam, é bom que está sendo visto, está sendo colocado em pauta. Cada vídeo vai atingir alguém, basta você saber levar aquilo de outra forma, com humor.
HT: Mesmo assim, o projeto começou a se “entregar” para a TV, com vários programas na grade da Fox. Ficar só na internet é sinal de perder dinheiro, possibilidades, e público?
TL: Não acho é questão de se entregar. O projeto foi crescendo e foi tendo essa necessidade de fazer um trabalho mais completo, como “O grande Gonzalez”. Acho que a palavra não é se entregar. Vai crescendo, e precisamos também mostrar em outros veículo. E tem muita gente por aí que está na internet e está rico. O nosso trabalho envolve toda uma produção, não é como um vlog, que a pessoa só senta e fala, e vai fazendo uma publicidade aqui e ali. Temos muita coisa envolvida, e é um trabalho muito bonito e artístico.
HT: Você acabou de gravar “O Contrato Vitalício”, do Ian SBF. Me conta um pouco da sua participação no filme? Como foi gravar o seu primeiro longa?
TL: Eu faço a Fernanda, que é namorada do protagonista (Fábio Porchat), e ela é uma blogueira fitness, que está o tempo todos nas redes sociais, só que ela é muito fútil, para ela só vale a imagem, o Instagram. Eu amei fazer cinema, e estou encantada com cada pedaço da produção, e até a pós, tenho acompanhado tudo e estou aprendendo muito. Eu tive uma preparação muito grande para fazer a Fernanda, a equipe me colocou por dois meses na academia, com personal trainer, de dieta, e estudei muito sobre esse mundo. Ainda bem que as blogueiras postavam tanto nas redes sociais, porque aí eu tive muito material! Eu entrava no Snapchat e acompanhava o dia todo delas, 24h. Quem eu gostava muito de acompanhar, pelo jeito de falar, era a Gabriela Pugliesi.
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