Depois do BBB, Jessi Alves ainda sonha com a TV, lança projeto de meio ambiente e revela interesse em outro reality

*Por Brunna Condini

“Não me vejo representada só na mídia do capitalismo em si, da venda, da publicidade. Também quero me ver na mídia social, falando da biologia, do meio ambiente. Quero usar a visibilidade que ganhei com o reality não só para ganhar dinheiro. Desejo também transformar outras vidas”, frisa Jessilane Alves, ex-participante do BBB22. “Minha vida se transformou totalmente, mas tenho meus pés no chão”, pontua. E é isso que ela vem fazendo. Nesta entrevista, Jessi fala com entusiasmo do novo projeto, que une a Biologia, sua paixão e formação, ao audiovisual. “É o Jessiologia e já está nas minhas redes sociais. Vai acontecer por temporadas. Biologia é vida, o todo. Vou falar de temas ligados à ela, de forma simples, descomplicada”. Jessi também anuncia que participaria de um outro reality.

Tenho vontade de fazer esses realities de campo, em que as pessoas vão para o meio do mato, um No Limite, por exemplo. Gosto de estar na natureza, já fiz curso de sobrevivência, acho que me sairia bem” – Jessi Alves

Jessi Alves lança projeto e fala da vontade de fazer outro reality (Foto: Iude Richele)

Vida nova

A influenciadora saiu de Valparaíso de Goiás (GO) há quatro meses e foi morar em São Paulo com a mãe, a irmã – que trabalha com ela – e o cunhado. “É muito importante tê-los por perto. A vida melhorou muito. Até brinco que hoje consigo comer todo dia delícias que não conseguia antes, como queijo e presunto, por exemplo (risos). Quando vou ao mercado, eu compro um bifão para cada um, sem preocupação. Nunca vivi isso antes”, comemora.

Adoraria ter um quadro, um programa sobre educação ambiental na TV- Jessi, professora e influenciadora

“Quando entrei no BBB ganhava R$ 1.600 reais por mês dando aulas. Recebia meu salário, pagava as contas e, muitas vezes, não tinha R$ 50 reais no dia seguinte. O que recebia dava para sobreviver e passava o resto do mês sem um tostão no bolso. Hoje fecho um único trabalho e ganho 10, 15 vezes o que seria um ano inteiro desse salário, por exemplo. Então, preciso construir uma outra mentalidade financeira. Esse dinheiro tem que render, estar ali caso aconteça algo, para me amparar. É um processo, porque como muitos brasileiros, eu cresci sem educação financeira. Mas minha vida sempre foi baseada na educação para tudo, então preciso aprender, estou buscando isso”.

Jessi comemora as mudanças na vida e faz planos como apresentadora (Foto: Vitoria Camara)

E revela como tem lidado com sua nova realidade financeira: “Tenho guardado, mas também me permitido usufruir. Quando entrei no BBB sonhava em melhorar a minha qualidade de vida e da minha família, e estou conseguindo. Minha mãe precisou fazer uma cirurgia de retirada do útero, e conseguiu ficar em um hospital particular, com todo amparo. Claro que sou muito grata ao SUS, porque minha mãe já teve dois aneurismas cerebrais e foi tratada na rede pública. Mas poder garantir que ela terá atendimento a hora que precisar é muito importante para mim. Estou conseguindo realizar sonhos”.

Hoje fecho um único trabalho e ganho 10, 15 vezes o que seria um ano inteiro desse salário como professora – Jessi Alves

“Minha vida se transformou totalmente, mas tenho meus pés no chão” (Foto: Vitoria Camara)

Pés fincados no chão e cabeça nas alturas

Dentro do BBB, Jessi se destacou pela franqueza, por levantar pautas sociais e por sua história como professora. Pós-confinamento, ela vem aprendendo a lidar com a fama, que tem durado bem mais que os 15 minutos das celebridades instantâneas. “Minha vida se transformou totalmente, mas tenho meus pés no chão. E como toda boa sagitariana, também tenho a ‘cabeça nas alturas’, meus sonhos. Estou estudando para me tornar apresentadora, adoraria ter um quadro, um programa sobre educação ambiental na TV. Falaria de forma simples, direta, sobre um tema tão urgente. Seria um instrumento para conscientização. Pensar sobre também é uma ação, e a partir disso conseguimos desenvolver outras”, observa.

“Quero continuar fazendo publicidade nas redes, mas também ser agente de transformação. Viajei recentemente para a Amazônia, à convite do Greenpeace, e vi a situação alarmante por lá por conta do desmatamento e do fogo na região. O primeiro sentimento quando chegamos em um ambiente que acabou de ser queimado é o de luto. É como se a morte deixasse de ser algo abstrato e virasse algo físico. Dá vontade de chorar’.

Participaria do No Limite. Já fiz curso de sobrevivência, acho que sairia bem” – Jessi Alves

E conclui: “Hoje estou exposta a tudo e a trabalhos positivos. Quando os projetos são bons, tomam uma proporção grande, e quando são ruins, também. Às vezes me questiono se consigo lidar com tudo. Por isso é tão importante neste processo a família estar próxima, fazer terapia, ter a assessoria, o marketing, é uma rede de apoio fundamental. Sozinha, eu provavelmente não conseguiria. Saí de uma vida em uma dimensão micro e fui para uma dimensão big macro. Mas estou feliz, quero aproveitar as oportunidades e trabalhar muito”.

“Sai de uma vida em uma dimensão micro e fui para uma dimensão big macro, mas estou feliz” (Reprodução/ Instagram)