Desde o início da sua linha do tempo, o jovem ator Bruno Ahmed demonstra gostar de vilões. Tal gosto revela o apreço do rapaz de 22 anos por desafios. Mas ele simplifica, afinal modéstia é privilégio dos grandes, mesmo quando ainda pequenos: “Não é exatamente preferência, já fiz alguns mocinhos, mas vilão mexe mais com minha criatividade”, diz. Bruno começa o ano na segunda fase da novela “Em Família”, da Rede Globo, que estreia nesta segunda. Ele interpreta Fred, namorado da vilã Shirley, interpretada por Alice Wegmann, outra promessa. Não será uma duplinha fácil, pelo jeito. Sua outra aparição na TV foi na novela causadoras de histeria de adolescentes, “Rebelde”, e tudo indica que os produtores de elenco da Globo também estavam procurando esse tipo de confusão quando escalaram o ator para a nova novela de Maneco. No meio dessa rebeldia toda, na novela da TV Record, o personagem de Bruno era, talvez, o pior deles. O polêmico Beto, como ele diz “era o bad boy, da galera que tocava o terror no colégio, fazia bagunça, brigava, oferecia drogas, fugia do colégio, fazia festa escondido do diretor”. Péssima influência. E o rapaz que sonha com um papael de vilão em filme de 007 arremata: “foi um personagem bem marcante e tive o prazer de dar vida a ele”.
Em entrevistra exclusiva com a gente, o carioca cita que, como muitos “aspiras” a ator, começou sua experiência teatral no Tablado em 2005 e permaneceu lá até 2011, trabalhando com diretores como João Brandão, Guida Vianna e Fernando do Val. No teatro fez “Solidão a Dois”, com direção de Daniel Herz, e “Os Melhores Anos das Nossas Vidas”, sob batuta de Bia Oliveira. No cinema, já fez o longa “A Novela das Oito”, com direção de Odilon Rocha, e o curta “Na Escuridão da Estrada”, de Luana Macedo, onde interpreta um jovem que sonha em ser fotógrafo e enfrenta uma doença que o deixará cego.
Obstinado, o rapaz é daqueles que malha e pratica esportes – passou uma lista tão vasta que não se sabe como consegue conciliar, ainda mais agora, no ritmo intenso das gravações –, mas já se prepara para viajar com a peça “Comum de Dois”, que conta a história de um triângulo amoroso proibido pelas convenções sociais. Ele faz Vicente, filho abandonado que volta para pegar a herança deixada pelos pais para, em seguida, descobrir que o que o levou a ser mandado a um colégio interno é não ser amado por eles. O rapaz gosta mesmo de grandes papéis, mas, pelo jeito, esse promete. Nesta conversa com o ator, ele mostra o quanto seus olhinhos brilham quando se trata de desafios. Confira!
HT: Como é para você sair de “Malhação” e “Rebelde”, novelas voltadas para um público jovem, e cair de cabeça em uma novela do Manoel Carlos, sempre querida pelo público mais velho, com uma quantidade maior de personagens mais maduros (embora agora tenha um núcleo mais) e tramas que englobam crises existenciais da meia-idade? Você precisou se reinventar de alguma forma?
BA: De certa forma sim. São linguagens diferentes, é outra pegada. O importante é você entender isso e usar a seu favor. A experiência que tive em cinema ajudou muito a entender a linguagem, e saber que o Jayme (Monjardim, diretor geral da novela) é diretor de cinema colaborou para eu utilizar isso, me aproximando do texto do Maneco e da sua levada.
HT: Fez algumas mudanças para parecer mais velho, como deixar a barba crescer?
BA: Mudamos o corte de cabelo, e deixamos a barba tipo “por fazer”, levemente. Leve caracterização, afinal, a Globo quer investir e mostrar o novo rostinho, não é, rsrsrs! Só uma sujeirinha a mais para dar mais maturidade ao personagem. E continuei a academia para encorpar um pouco mais, ganhar mais massa.
HT: Qual o ator ou atriz da novela com quem você já contracenou que te rendeu mais orgulho de ter dividido a cena?
BA: Oscar Magrini foi um paizão pra mim dentro e fora de cena. Trocamos muito ideia, ele praticamente deu um workshop para galera jovem sobre a carreira. Inclusive, tem um momento em cena, que deixou até nós em dúvida se era real ou ficção, só pela interpretação dele (do Oscar). Rimos muito disso depois. Adorei trabalhar com ele e quero voltar a trabalhar.
HT: E com qual você “gelou” ao contracenar?
BA: Ainda não gelei ao contracenar não. Costumo ficar à vontade. Agora, com o Jayme dirigindo até que dava um “gelinho”, tipo mini iceberg, rs!
HT: Como é o clima das gravações entre o elenco?
BA: Sensacional, com muita troca de experiência, muita sintonia, diversão, generosidade e muito aprendizado junto coma rapaziada mais experiente. Fui muito abraçado e bem recebido por todo elenco.
HT: Como é trabalhar com Jayme Monjardim?
BA: Uma das melhores experiências de trabalho que já tive. A resposabilidade pesava um pouco, mas ele é um lorde. Muito educado, direção de cena impecável, direção de ator sensacional, um verdadeiro maestro. Trabalhar com ele é ganhar umas 3 estrelas na minha caderneta, ou mais até.
HT: Se pudesse escolher um papel, qual personagem de Manoel Carlos gostaria de fazer se tivesse uma reedição de novela?
BA: O Diogo de Mulheres Apaixonadas. Ou, claro, um vilão de Manoel Carlos.
HT: Você tem preferência por vilões?
BA: Preferência não. Já fiz alguns mocinhos, mas óbvio que vilão mexe mais com minha criatividade. Em “Rebelde”, vivi o Beto, era um bad boy, suas cdenas rendiam sempre ,muita confusão. Até oferecer drogas ele oferecia, fugia do colégio, fazia o capeta. Foi um personagem bem marcante e tive o prazer de dar vida a ele.
HT: Qual o grande vilão você sonha em fazer?
BA: Nunca pensei muito sobre isso, mas um vilão de algum filme do 007, daqueles de esculachar, seria incrível. Venho de uma geração-pipoca e claro que isso é sonho, né?
HT: Como você cuida do corpo? Você malha ou pratica esporte? Cuida da alimentação? Faz tratamentos?
BA: Mudei meu lifestyle. Alimentação mais saudável, fugindo de frituras e gorduras. A famosa “dietinha”. Cuido do cabelo e da pele com uma dermarto. Malho 2 ou 3 vezes na semana, jogo futebol, às vezes volei de praia, frescobol, surf, stand up paddle e corridinha na orla ou Lagoa.
HT: Está namorando?
BA: Solteiro..haha(ri, despistando, mas dando a entender que, agora, esse assunto é página rasgada de livro aberto, já que precisa se concentrar na novela)
HT: Como a sua futura gatinha deve se comportar para ganhar pontos com você?
BA: Tem que ser divertida, bem humorada, gostar de cultura, gostar de passear e é claro que beleza conta, mas não é tudo. O mais importante é a energia boa que ela passa.
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