O segundo dia de atrações do Arena Banco Original seguiu animado pelo Armazém 3 do Boulevard Olímpico, mostrando que além da muita música boa também abre espaço para outros tipos de entretenimento. Tudo com muita brasilidade e a qualidade que só os nossos artistas têm a oferecer, claro! Se na sexta-feira, Nando Reis tomou conta da abertura do evento ao lado de Roberta Campos, a noite de sábado ficou nas mãos da garota carioca suingue sangue bom Fernanda Abreu. E, ela não chegou sozinha. Ao lado de Toni Garrido e Fausto Fawcett, a cantora provou por a mais b que os dez anos que passou sem lançar discos só a fizeram bem. Em plena forma, ela promoveu um encontro entre diversas gerações que fizeram coro ao som de clássicos como “Rio 40º”, “Katia Flávia – A Godiva do Irajá”, “Paisagem de Amor” e as novas do álbum “Amor Geral”, lançado em 2016. Antes disso, o público teve a oportunidade de fazer uma volta ao passado com a abertura do espetáculo “Elis – A Musical”. E entre uma atração e outra, o DJ Marcelinho da Lua ainda atacou com suas pickups destilando ritmo, groove e muita empolgação. Nós do site HT, que não perdemos um só flash desta festa, contamos tudinho o que rolou. Espia, só!
Para dar início aos trabalhos, o espetáculo totalmente dedicado à biografia de Elis Regina brindou com muita emoção a trajetória daquela que é considerada uma das maiores cantoras do Brasil. Em uma apresentação no melhor estilo pocket show, Lilian Menezes falou, com exclusividade ao site HT, sobre a oportunidade de expandir os horizontes do teatro. “É uma experiência maravilhosa ser a primeira peça a se apresentar em eventos que geralmente dão visibilidade apenas à música. Viver essa mulher nos palcos foi, definitivamente, transformador para todo o nosso elenco”, destacou a atriz, que tem um caso de amor antigo com a saudosa Pimentinha. “Minha professora gostava muito de MPB e colocou a música ‘Corujinha’, que Elis canta no disco ‘Arca de Noé’ (com músicas de Vinícius de Moraes para crianças). Aquilo me cativou de uma tal maneira… eu não entendia bem o que significava o poder daquela mulher, mas sempre a achei uma grande artista. É a minha maior referência”, revelou.
Com texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade e direção de Dennis Carvalho, conhecido por seus trabalhos em novelas da Rede Globo, o musical já foi visto por mais de 300 mil pessoas em todo o país. Lilian, por sua vez, sempre teve o desejo de um dia contar essa história em cima dos palcos. “Elis é uma figura emblemática na história de nosso país. Desde menina, ela faz parte da minha vida artística. Quando descobri que haveria de fato a montagem desse espetáculo, eu fiz de tudo para participar. Queria até um papel sem destaque. Nem nos meus maiores sonhos eu pensei que chegaria a interpretá-la”, recordou ela, ressaltando que a responsabilidade que foi embarcar nessa aventura. “O artista vive de desafios, né? Esse trabalho me deu dois: o primeiro, logicamente, de ser Elis e o outro foi substituir a Laila Garin, que é um furacão”, disse. As primeiras temporadas do espetáculo foram protagonizadas pela atriz baiana, que segue no ar em “Rock Story” e no musical “Gota D’Água [a seco]”.
As audições para a escolha do elenco, no entanto, duraram quase um mês, com mais de 3 mil inscritos disputando os papéis. Só para viver a personagem título mais de 200 candidatas foram testadas e sete chegaram à fase final. Lilian e Laila foram as escolhidas para se alternarem no papel. Aplaudida de pé, ela não esconde a vaidade, mas se afastou ao máximo de uma cópia fidedigna da intérprete gaúcha. “A energia da Elis flui muito pela boca, pelos olhos e pelas mãos. O que fiz foi tentar captar por que suas mãos são tão expressivas: em que momento da vida Elis entendeu que elas também podiam falar? Para isso, precisei compreender de onde ela veio, que família teve, com quem se relacionou e como o fez, de onde vem certa ansiedade. Entre o processo decido fazer a minha própria Elis, afinal, ela é inimitável”, completou.
Minutos depois do final do espetáculo, Marcelinho da Lua mostrou por que é considerado um dos maiores DJs da cena contemporânea do nosso país. Figurinha carimbada em festas que estão bombando na urbe carioca, ele ressaltou que a cidade precisa de mais eventos como o Arena Banco Original durante todo o ano. “O verão é a cara do Rio. Nessa época, a gente tem grandes encontros como esse que está acontecendo agora. Abrir o show para a Fernanda Abreu é especial, porque ela é uma artista que mistura muitos ritmos, é assumidamente funkeira e é uma pessoa com quem tenho uma relação. Agora, deveríamos aproveitar esse momento para expandir esse olhar para as outras estações do ano também”, relatou.
Prestes a lançar um novo disco recheado de participações especiais, Marcelinho adianta que tem sonhos ainda maiores para o futuro. “Acabei de lançar uma parceria com o Marcelo D2, que, inclusive, vai estar no meu próximo CD. Entretanto, meu plano mais ousado ainda estar por vir. Acabei de abrir o meu próprio estúdio, tudo muito artesanal, mas que em breve a ideia é que ele se transforme em um selo, onde a gente possa trabalhar com novos e antigos artistas. Se a pessoa tem o que dizer e o discurso for bom a gente fecha”, declarou ele.
E, para finalizar a noite com chave de ouro, Fernanda Abreu subiu ao palco do Armazém 3, da zona portuária do Rio, para mostrar que ainda tem muito amor para compartilhar com seus fãs. Dona de uma malemolência tipicamente carioca, a cantora mostrou que depois do hiato de dez anos uma nova flor brotou dentro de seu universo musical em “Amor Geral”. Abrindo os trabalhos de 2017 de sua mais nova turnê, ela falou sobre a nova fase. “Foi lindo abrir o ano com esse show e essa energia maravilhosa. A partir de agora vamos rodar o Brasil e futuramente, lançar um DVD para registrar esse retorno depois desse tempo”, destacou.
Além da banda poderosa e da energia de menina que reforçaram seu brilho no palco, Fernanda ainda contou com a presença de dois grandes companheiros de estrada: Toni Garrido e Fausto Fawcett, que não pouparam elogios à diva. “É sempre um prazer participar de um show dela, porque, obviamente é a continuação de algo que a gente já faz fora dos holofotes. É uma grande celebração. Esse novo álbum dela desafia as tensões que a gente vive hoje em dia”, disse Fausto, comentando sobre o que achou do novo evento que promete entrar no line-up carioca. “O Rio precisa de um ponto de referências como este. Com a zona portuária totalmente revitalizada, é preciso que a gente explore cada vez mais com muita arte e cultura”, ponderou.
Já Toni Garrido fez um retrospecto da admiração por Fernanda. “A minha admiração por essa mulher começa desde a época da Blitz. Depois viramos colegas e nos aproximamos pelos gostos pela soul e black music. Estamos sempre envolvidos em diversos projetos. É uma amiga querida e a gente dá o que tem de melhor”, contou, antes de ser cumprimentado pela turma por trás do Arena Banco Original, como Marcos Lacerda, diretor de marketing do Banco Original e Luiz Calainho e Flavio Pinheiro, nomes por trás da Musickeria, realizadora do evento. “É o primeiro de muitos grandes eventos de pop rock no verão que vamos realizar ainda aqui na região do Porto”, contou Calainho, complementado por Flavio: “Escolhemos os melhores de cada área. É um espaço novo para os turistas e até para os cariocas. Então, desperta o interesse e a curiosidade de muita gente”. “O carioca está respirando arte e entretenimento de uma forma bem democrática”, finalizou, com razão, Lacerda. Pois foi exatamente isso que temos visto nos dois primeiros dias do evento.
Hoje, a programação continua a todo vapor. Por lá, o dia começa em clima super família com o infantil “Sambinha”, às 15h e logo em seguida a casa começa a aquecer os tamborins para o carnaval com o Bloco da Favorita com show do Bloco da Preta, MC Leozinho e DJ Helen Sancho.
Artigos relacionados