Chegou ao fim! Depois de uma super maratona cultural com shows, festas e teatros, a Arena Banco Original fechou o ciclo do verão carioca em grande estilo. Ontem, Rodrigo Penna ocupou pela terceira vez o Armazém 3 com seu repertório plural e cenografia brilhante na festa Bailinho. No ano em que o evento completa uma década de história, o DJ e produtor cultural confirmou que o Bailinho é um sucesso por onde passa. Na plateia, a tradicional lista de celebs de Rodrigo Penna mais uma vez agitou a festa. Entre os presentes, direto de Miami, Carolina Dieckmann, Bruno de Lucca e a fã de carteirinha e presença fiel Luana Piovani e o marido, Pedro Scooby, marcaram presença.
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Se, tradicionalmente, o evento já é um sucesso, ontem foi ainda mais especial. Para fechar a programação da Arena Banco Original, Rodrigo Penna potencializou a experiência Bailinho com a apresentação do coletivo Bonobando. Entre as pessoas que curtiam a festa, dez atores fizeram performances e intervenções artísticas como parte do espetáculo “Cidade Correria”. Como explicou e destacou os idealizadores e diretores do coletivo, Adriana Schneider e Lucas Oradovschi, somente em uma festa como a de Rodrigo Penna poderia haver uma interação entre teatro, música e arte tal como acompanhamos ontem. “Quando o Rodrigo idealizou este evento, ele trouxe sua veia do teatro. Para mim, ele é um artista completo. E isso abre oportunidade para que essa não seja só mais uma festa com um DJ legal”, analisou Adriana que reconheceu que performances artísticas já fazem parte do DNA da festa. “O Bailinho também traz um lugar afetivo com algumas pílulas, como ‘Somos Todos UERJ’ ou uma frase bacana sobre o momento político que estamos vivendo. Ou seja, o Bailinho está tentando costurar a festa e a política e nos mostrando que esses dois fatores estão unidos também”, completou.
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Na prática, o coletivo Bonobando apresentou três performances que mostram as experiências de se morar em uma cidade como o Rio de Janeiro. Como fragmento do espetáculo “Cidade Correria”, os atores propuseram a ideia de que bárbaros poderiam invadir a urbe para recivilizar a nossa sociedade. “É um número muito arrebatador porque foi construído de forma totalmente coletiva, colaborativa e criativa. No elenco, os atores são moradores da periferia ou das favelas do Rio de Janeiro. Então, não são aqueles artistas de classe média que tiveram mais oportunidades e que, em geral, já fazem teatro”, apontou Adriana.
A diretora do coletivo, inclusive, acredita que a origem dos atores ajude a traduzir o conceito criativo do espetáculo nas performances apresentadas. “Como é um número criado a partir da vivência dos atores, que em geral moram em favelas e na periferia e são negros, o enredo aborda muito dessa experiência pessoal de cada um em uma cidade que vive em guerra e com fronteiras. Esse trabalho tem uma pegada muito forte porque ele fala do Rio de Janeiro como um todo a partir das nossas experiências de vida. No enredo, nós tratamos de todas as condições nas quais vivemos hoje. Ao mesmo tempo que o Rio é uma cidade violenta, caótica, excludente, também é poderosa, maravilhosa, festiva e alegra. Ou seja, o espetáculo traz essa potência carioca”, analisou.
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Além da apresentação de ontem no Bailinho no último dia de Arena Banco Original, Adriana Schneider e Lucas Oradovschi contaram que o coletivo Bonobando também vão ocupar outro espaço super cultural do Rio de Janeiro. Em maio, o grupo apresenta no Teatro Ipanema, na Zona Sul, o espetáculo completo “Cidade Correria” e a peça infanto-juvenil “Jango Mamulengo”. Honrados e felizes com a oportunidade, os diretores do coletivo destacaram a importância de artistas da periferia e das favelas cariocas ocuparem um espaço tradicional da Zona Sul da cidade. Segundo Adriana Schneider, essa temporada do Bonobando no Teatro Ipanema resgata a essência e a identidade do centro cultural. “Nos anos 1980 e 1990, os grupos de jovens mais relevantes do cenário cultural do nosso país se apresentaram ali. O Teatro Ipanema é um palco histórico para a produção da juventude. Então, é uma forma de a gente voltar ao Teatro Ipanema e resgatar essa potência dos nossos artistas do futuro”, disse Adriana Schneider.
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