Para quem não tem pique para o rala-rala, nem para comemorar gol do Brasil na base da camisa suada com a rapaziada no boteco cool da esquina, surge uma opção temporária que, cá entre nós, poderia durar bem mais do que a Copa do Mundo: o Fat Radish, um dos restaurantes bacanérrimos de Nova York, localizado no Lower East Side, abriu um clubhouse nesta noite de quarta-feira (11/6) em um palacete em Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
O restaurante, cujo nome significa rabanete gordo (epa, tudo bem, esses tubérculos são redondinhos, fofinhos, mas gordos?!?) surge agora com restaurante, bar, sala de jantar private e piscina, além de sala de projeção de jogos, já que dura por aqui somente durante este agito esportivo no país. Uma pena, podia vir para ficar. Durante a noite, o espaço abrigará festas fechadas, mas de dia fica a aberto para sócios, com shows ao vivo, drinks, exposições e eventos de arte. Tudo a ver, já que o Brasil faz futebol-arte.
Para dar início à partida, a casa fez evento fechado só para felizardos nesta noite de quarta, em parceria com a NK e a Veuve Clicquot. Nem é preciso dizer que o badalo – bem americano, com hora de começar e acabar – rolou firme e tudo mundo saiu calibrado no champanhe. Além do Dj Tee Cardaci, Rodrigo Peirão e Marcelo Cotrim se revezaram nas carrapetas, e o menu, criado especialmente pelo chef internacional Nick Wilber, complementou os pratos tradicionais do Fat Radish com ingredientes orgânicos daqui do país. Ele deve se amarrar no Brasil, porque, como bom gringo que sabe das coisas, incluiu pães de queijo entre as iguarias finas e ainda fez um casting de top waiters fofoletes que fizeram a alegria das bonitas e da turma alegre. Aliás, o bolinho de risotto de ravióli com damasco era acepipe indispensável. Se fosse chique, HT teria feito um farnelzinho para comer em casa, na hora de rever o último capítulo da quarta temporada de “Downton Abbey”.
Confira as fotos de Miguel Sá (Divulgação) e, depois, leia abaixo o artigo de Junior de Paula, direto de Nova York, sobre a matriz de lá!
* Por Junior de Paula
O Fat Radish é um dos restaurantes mais legais de Nova York e é uma delícia saber que está abrindo um clubhouse temporário no Rio, durante o período da Copa do Mundo. Portanto, é preciso uma certa dose de bom relacionamento para poder adentrar o maravilhoso universo do Fat Radish. Estive no de Nova York, que fica numa parte não tão bonita do Lower East Side, mas que, nem por isso, impede a turma de antenados a desembarcar em peso na porta do restaurante, formando filas e esperando a sua hora de sentar para comer um dos cardápios mais fresh and fun da cidade. Tudo por lá é fresco, orgânico e quase direto da terra para o seu prato.
Um item imperdível no cardápio é a batata frita em gordura trufada de pato, as saladas – em especial a que mistura cenoura, kale, abacate e hijiki – e os pratos principais. Meu favorito é a truta da Pensilvania com quinoa vermelha, camomila e manteiga de pinho, e o bacon cheeseburger que vem acompanhado de pickles preparado à moda Fat Radish e as tais batatas fritas em gordura de pato. É bom que já mata dois coelhos – ou dois patos! – numa cajadada só.
O ambiente, diga-se de passagem, dá vontade de morar nele. Funcionando numa antiga fábrica de salsichas, as paredes conservam a história e é possível ainda perceber resquícios de outros tempos, como anotações em caneta e coisas do tipo. Entra-se, primeiro, pelo café localizado na porta e, mais ao fundo, descortina-se um grande salão branco, com muita luz durante o dia, e leveza à noite por conta do branco em quase todos os detalhes: das mesas às paredes.
O público também é um capítulo à parte, que reúne os amantes dos orgânicos, vegetarianos e hipsters apaixonados pela ideia de estar onde todo mundo gostaria de estar. Mais do que recomendado.
Fotos: http://www.thefatradishnyc.com
*Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura
Artigos relacionados