* Por Junior de Paula
Não dá para negar, Diógenes Queiroz, ou Bjay para os íntimos – ou seja, para todo mundo –, é nome quente no Rio de Janeiro e adjacências. E aí inclui-se Búzios, Trancoso, São Paulo e até St. Barths, para onde embarcou no fim do ano passado com uma comitiva de amigos comandada por Caio Fischer – que incluía Thaila Ayala e Isis Valverde. Agora, às vésperas do Carnaval, ele está a mil com os convites que deve enviar para o camarote do Porcão, o mais bem falado da Sapucaí em 2013; além dos bailes de Carnaval de Ricardo Amaral e Luiz Calainho, que, desta vez, deixam o MAM e migram para a Hípica; da festa Mardi Gras, na terça-feira de Carnaval, no Morro da Urca; acrescentando-se aí o seu cargo de embaixador do Baile da Vogue, que rola hoje, quinta-feira. Ah… e ainda temos de incluir a Dolcetteria, sua fábrica de doces que criou o hit das sobremesas do fim de ano: uma torta inteira de palha italiana.
Quem está chegando agora ao círculo de Bjay, entretanto, pode pensar que sua ascensão foi repentina, do dia para a noite ou fruto do seu bom humor e dos bons relacionamentos. Ledo engano. Natural de Manaus, ele viu sua vida se transformar aos 17 anos, quando seus pais se separaram e ele acompanhou o pai, que se mudou para Maricá, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, onde, aliás, mora até hoje. Dali para o mundo, como o RP que mais vem ganhando destaque no mercado – e na imprensa, claro – não foi um pulo. A epopéia, aliás, é melhor que ele conte.
“Costumo brincar que cheguei no Sudeste em uma caixa da Gradiente, vindo da Zona Franca de Manaus, com 17 anos. Entrei para a faculdade de Hotelaria e consegui um trabalho em uma companhia aérea. Foi um período bem cansativo. Morar em Maricá, pegar duas horas de ônibus até o Santos Dumont, onde era a minha base, trabalhar o dia todo e ainda seguir à noite para a faculdade, que pagava com esse meu primeiro trabalho. Para completar a renda, nos finais de semana, era barman em boates. Aos trancos e barrancos, me formei e saí do ramo da aviação para trabalhar como garçom no Garcia & Rodrigues. Aqui, cabe um parênteses: eu amava trabalhar lá e fez despertar em mim o sonho de ter meu próprio restaurante. Foram quatro anos no Garcia, passei pelos mais diversos setores, mas o trajeto Maricá x Leblon ia ficando cada vez mais longo”.
Tal qual uma novela, a hora da virada veio em seguida, quando o nosso mocinho recebeu o convite – e que ele encarou também como um desafio – para cuidar da abertura de um restaurante. “Aceitei sem pensar, já que passaria a ganhar dinheiro suficiente para alugar uma quitinete (amo esse nome) na Prado Junior, vizinhança bem agitada, mas com vista para o mar de Copacabana (risos)”, brinca. O próximo passo foi uma pós-graduação em São Paulo por um ano, com direito a trabalho em outros restaurantes, até voltar ao Rio para gerenciar o Quadrucci. “Foram cinco anos na varanda sobre a Dias Ferreira, onde fui muito feliz. Até a vida mostrar que eu deveria profissionalizar o RP que eu já fazia informalmente e viver disso. E cá estou”, resume Diógenes.
Entre uma lista e outra, uma ponte aérea e outra, e uma foto e outras nas redes sociais – onde ele brinca de montagens toscas, e mostra sua rotina a bordo de jatinhos, ônibus sem ar condicionado, kombis, helicópteros, mototáxis e lanchas em Angra dos Reis acompanhado das pessoas mais legais da cidade -, Diógenes conseguiu um tempo para responder algumas perguntas para a gente. Vem:
HT – Qual a diferença do Diógenes que morava em Manaus para o Diógenes de hoje?
DQ – A maior diferença.é que agora tomo banho de mar e não de rio. Brincadeiras à parte, não sinto diferença dos tempos passados para o de agora. Continuo o mesmo manaura de sempre. Amo a minha cidade natal e faço questão de visitar e levar os amigos para conhecer.
HT – Você sempre foi bem-humorado, uma característica que adquiriu no decorrer da sua história ou uma proteção para se defender das muitas pauladas que foi recebendo?
DQ – Ah, paulada a gente sempre vai levar né? Nada foi fácil para mim, mas nunca reclamei, muito pelo contrário, eu transformo essas dificuldades/pauladas em desafio e as respondo com mais trabalho. Como dizem: “Que me desculpem os chatos, mas bom humor é fundamental”.Vai ser difícil? Vai. Então, vamos pelo menos deixar as coisas mais divertidas!
HT – Às vezes se sente sozinho, mesmo estando sempre rodeado de muita gente?
DQ – Sou muito ativo, não consigo ficar parado, sou uma pessoa com muita sorte por ter os amigos que tenho e amo tê-los por perto. Mas adoro ficar em casa sozinho fazendo uma das coisas que mais gosto: ler.
HT – Dizem que você é ótimo cozinheiro e ótimo anfitrião também, né? Quais suas especialidades e como são os famosos jantares na sua casa?
DQ – Adoro receber! Uma das coisas que me deixa mais feliz é ver a minha casa cheia! Adoro servir, me faz bem saber que estão satisfeitos, se divertindo. Na minha casa ou na de amigos, onde costumo cozinhar também. Amo gastronomia, gosto adquirido por ter trabalhado ao lado de grandes chefs e por ser sempre muito curioso. Posso dizer que sou um bom cozinheiro. Faço desde risotos e frutos do mar até a minha famosa Feijoajay, feijoada criada por mim e que faz o maior sucesso entre os amigos.
HT – Você tem inimigos? Alguém que sabe que fala mal de você ou alguém que você atravessa a rua quando vê? Como se protege disso?
DQ – Já dizia Anitta: “expulsa as invejosas” (risos) Na real, nem me importo com isso, já que não dá para agradar todo mundo, não é? Quem não agrega para mim não faço questão de ter por perto. Minha proteção é me afastar.
HT – Você agora é um promoter badalado, assinado algumas das listas mais concorridas da cidade. Como você lida com os interesseiros, com os amigos magoados por não serem convidados e afins?
DQ – A administração disso vai de acordo com o briefing que o cliente me passa. Sou um prestador de serviço, e tenho que me ater aos interesses do cliente e não a questões ou interesses pessoais. Mas é muito difícil as pessoas entenderem que a festa não é minha, e que estou simplesmente prestando os meus serviços e não comemorando meu aniversário!
HT – Você tem muitos amigos famosos, certo? Quais as vantagens e desvantagens de tê-los por perto?
DQ – Tenho amigos famosos que adquiri antes disso tudo, que são amigos mesmo, e trato como qualquer outro amigo. Como todo ser famoso, eles têm algumas regalias.Poder acompanhá-los em viagens bacanas, eu diria, que é uma das grande vantagens (risos) Desvantagem é que todo cliente acha que eles têm a obrigação de ir aos eventos que eu estou fazendo. E ninguém, a não ser que esteja sendo pago, tem a obrigação de nada nessa vida.
HT – Como é trabalhar enquanto todo mundo se diverte? Você consegue se divertir também?
DQ – Como disse lá atrás, amo servir, adoro ver que estão se divertindo, me divirto com isso. Fora as mil situações engraçadas que presencio. Amo meu trabalho e faço com a maior tranqüilidade do mundo.
HT – Aonde você quer chegar?
DQ – Vamos vendo… Tenho mil outras aptidões. Teremos algumas surpresas por aí. Se tudo der errado, já deu certo.
Fotos: Arquivo Pessoal
* Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura.
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