Com Baby do Brasil cantando Carmen Miranda, “Viemos do Egyto” faz seu Pré Karnaval Dy Ouro


Bloco queridinho dos cariocas e de gente como Caetano Veloso e Dudu Bertholini lotou o Circo Voador na noite desta sexta com muito glitter, axé e uma animação faraônica

*Por João Ker

Cheio de glitter e purpurina, o Viemos do Egyto invadiu o Circo Voador na última sexta-feira (16/1), realizando o seu Pré Karnaval Dy Ouro (sobre o qual você tinha lido aqui), que teve como musa inspiradora Baby do Brasil cantando sucessos de Carmen Miranda. O bloco que já caiu no gosto dos cariocas encheu a casa da Lapa no início do fim de semana e, com suas três Pyrâmides parangolés (Kéops, Kéfren e Mikerynos) , a intervenção do Bloco “Minha Luz é de LED”, DJs egípcios, seus súditos devotos e muito axé, deu uma prévia do que está por vir na terça-feira de Carnaval, quando sai do Cine Odeon em busca das pirâmides do Rio.

Quem estava por lá conferindo o agito faraônico foi o escritor/ator/autor Gregório Duvivier, que assistia ao samba do bloco pela primeira vez. “Cara, eu estou adorando! Só de ver Baby cantando Carmen Miranda já é demais, né?”, comentou com HT, contando ainda que só curte o Carnaval se for em bloco de rua, especialmente nos do Centro e de Santa Teresa. O estilista Dudu Bertholini, que é figurinha fácil tanto nos desfiles quanto nos ensaios, já se diz fã declarado do Viemos: “Eu amo o tema e essa coisa super brasileira da festa”, afirmou o designer, que se sente dividido entre a energia da Sapucaí e a manifestação dos blocos de rua na hora de aproveitar a folia.

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Embaixo da lona, a setlist invocava não só os deuses egípcios como também todas as outras entidades possíveis no palco, com bastante axé representado por Daniela Mercury, Araketu, Sarajane e Olodum, mas passando também por hits mais comuns em baladas, como Black Eyed Peas. As Pirâmydes mágicas, dentro das quais só sabe o que acontece quem já foi, faziam a ronda costumeira no ambiente, enquanto Makunaíma Krooner, o Faraó daquilo tudo, comandava as danças de cima do palco.

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Com um pouquinho de atraso, Baby do Brasil subiu ao palco do Circo para mesclar sucessos nostálgicos dos Novos Baianos com alguns poucos hinos de Carmen Miranda, como “Disseram que voltei americanizada”. A cantora optou pelos cabelos roxos combinando com sua saia de frufru pink e o público se satisfez assistindo à imagem do ícone e ouvindo aquela voz absurdamente potente, enquanto ela se dividia entre as notas prolongadas, os improvisos e os discursos meio religiosos. “Eu fiquei me questionando ‘Meu Deus, como eu vou cantar em um bloco que é do Egito e com todas aquelas barbaridades que aconteciam por lá?’ No Egito sempre teve muita escravidão. Mas aí eu orei e pensei: ‘Eles estão vindo do Egito, então estão deixando isso tudo lá para trás. Eles não estão no Egito, eles VIERAM DO EGYTO'”. Claro que, depois de ela ter ungido o palco e repreendido as garrafas que estavam ali em cima, o público não se espantou tanto com a declaração. Mas como toda boa diva, Baby terminou o espetáculo soltando o vozeirão em “A Menina Dança”, ao que, claro, todos também dançaram.

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Rapazes de saias douradas, garotas com turbantes, glitter em todas as partes do corpo imagináveis e possíveis (até dentro dos bolsos), muita animação, axé nas caixas de som e uma energia imensurável. É assim que foi o Pré Karnaval Dy Ouro do Egyto, e assim – para melhor – que será a saída do bloco durante o Carnaval 2015. Até lá, os súditos da folia esperam ansiosamente a volta do Faraó (eu falei Faraó-ó-ó!) .

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