Se fosse um casamento, Antônio Fagundes já teria ultrapassado as Bodas de Ouro de sua relação com o teatro. Este ano, o ator comemora 52 anos de carreira e foi homenageado no 5º Prêmio Cesgranrio de Teatro. A cerimônia, que ocorreu no Rio de Janeiro na última terça-feira, 30, consagrou a trajetória de Fagundes nos palcos e o presenteou com a maior honraria da Fundação Cesgranrio, uma medalha de mérito. “Ele é um ícone do teatro com qualidades fantásticas. Além de competência e talento, ele tem uma coragem muito grande. Parece que o Fagundes tem uma sinergia com o público que faz com que ele consiga colocar os espetáculos de pé com ou sem patrocínio. Essa coragem também é ancorada na simplicidade dele. É um homem incrível”, disse o presidente da instituição, Carlos Alberto Serpa, sobre a escolha.
Pelo lado de Antônio Fagundes os elogios também não foram poucos. De acordo com o ator, um evento como o Prêmio Cesgranrio de Teatro que, pelo quinto ano reúne os principais nomes das artes em uma noite de homenagens e reconhecimento, dignifica a profissão. “Um prêmio para ser importante ele precisa ter constância e visibilidade. Nós já estamos aqui pelo quinto ano e isso é muito bom e temos uma linda festa com muitas pessoas importantes. Então, é uma honra receber esse prêmio de uma instituição tão forte e que é super respeitada pela classe”, agradeceu Fagundes que acrescentou um tempero extra à homenagem.
Na noite da cerimônia, o ator potencializou a representatividade da medalha que recebeu comentando o cenário cultural que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos. “É muito difícil fazer teatro no Brasil e mais ainda ter o nosso trabalho reconhecido”, apontou o ator que, vencendo as dificuldades, estrela a peça “Baixa Terapia” há um ano em São Paulo e comemora a marca de mais de 80 mil espectadores. “Esse prêmio vem também em um momento bonito em que estou fazendo uma peça de sucesso”, destacou.
No entanto, quem vê Antônio Fagundes comemorando as plateias lotadas não imagina que o ator também passe por dificuldades nos bastidores. Além de brilhar no palco, ele mantém há 40 anos sua carreira paralela de produtor de teatro. E, principalmente sob este prisma, Fagundes analisou o cenário complicado que vivemos. “Só temos dificuldades. Mas, ao mesmo tempo, sentimento um prazer imenso de ver que ainda tem muita gente acompanhando e querendo consumir arte”, disse o ator que completou: “Quem faz teatro no Brasil tem raça”.
E é desta forma que ele segue. Com raça, talento e, como o presidente da Fundação Cesgranrio apontou, coragem, Antônio Fagundes trilha seus 52 anos de carreira na televisão teatro e cinema. Por falar nos outros veículos, o ator estreia em breve “Se eu Fechar Os Olhos Agora”, minissérie da Globo inspirada no livro homônimo de Edney Silvestre.
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