*Por Zé Pedro
Foi no último domingo, às dez da manhã, que eu proclamei nas redes: Cauã Raymond será o assunto incessante da semana por sua participação no clipe “Your Armies” de Barbara Ohana, essa ótima new face do pop brasileiro que ainda não havia atraído tantos olhares para si. Deu de tudo: os politicamente corretos reivindicando transexuais de verdade no clipe, os tira-sarro-de-tudo chamando Cauã de Grazi Massafera, enfim, o que importa é que a música é excelente, Cauã emprestou sua grana para viabilização de um vídeo maravilhoso e vamos em frente rumo ao próximo “quebra internet”!
Aliás, para quem gosta de experiências videoclípicas trans, temos também no cardápio Arcade Fire – “We Exist” e The Knife – “Pass This On”.
O Prêmio da Música Brasileira é o nosso Oscar. Ficam todos em frente à televisão rosnando de ódio e morrendo de amores a cada resultado anunciado. E lá no Teatro Municipal ao vivo, a disputa por um espaço no tapete vermelho é desumana. Por trás e pela frente disso tudo, o obstinado e apaixonado Zé Mauricio Machline que criou essa premiação há muitos anos. Eu já fui indicado milhares de vezes com meus discos de remixes e com os álbuns que lancei na minha gravadora Joia Moderna, portanto, mantenho minha emoção sob controle nessa noite de corações na boca. Mas ontem não deu pra segurar. Ver Fafá de Belém receber dois prêmios, pelo disco que fizemos juntos e o de melhor cantora, me levou aos gritos e lágrimas. Sua total aceitação das minhas ideias de produzirmos um álbum inédito para comemorar seus 40 anos de carreira, deu no que deu: “Do Tamanho Certo Para o Meu Sorriso” esgotou sua primeira tiragem em 48 horas e inicia sua turnê pelo Brasil num show potente dirigido por Paulo Borges. Eu amo a música brasileira!
Sorry tem sido palavra de sorte dentro do universo pop. Primeiro Justin Bieber veio poderoso e maravilhoso com uma canção com esse nome e agora Beyoncé prossegue sua trip político-musical com o clipe de uma música de mesmo título. Pedir desculpas nunca esteve tão em voga. Aliás, quero dizer que estou amando Rihanna e Beyoncé se levando a sério e lançando discos interessantes. Ser comercial e ter algo a dizer poderia virar moda por aqui também!
Quando a tristeza profunda de Portishead se encontra com a alegria kitsch do grupo ABBA gera um choque estético da melhor qualidade. Essa semana entrou no ar o vídeo de “S.O.S.”, todo denso, todo emocionante como só minha musa existencialista Beth Gibbons poderia ser.
Marcelo Sommer é um dos estilistas de maior identidade desse país. Num possível quiz, você logo responderia quais são peças desse grande criador. Depois do sucesso absoluto de sua coleção para a Tok&Stok ( eu estava lá no primeiro dia e disputei a tapas certas peças!), Marcelo volta com Oliveira sua nova marca, cheia de camisetas e moletons orgânicos em preto e branco que já viraram desejo só de ver as fotos divulgadas. A modelo da campanha só poderia ser Luciana Curtis com uma camiseta bapho fotografada por seu marido Henrique Gendre.
Falando em moda, e os uniformes de entrega das medalhas dos Jogos Olímpicos que foi revelado ontem? O povo tá explodindo em gargalhadas e críticas. E eu, na base do “diz pra eu ficar mudo” kkkkkkkkk
“Gosto de alegria em tudo
Bom humor nunca fez mal
Para todos que eu encontro
Eu faço um carnaval”
(Péricles Cavalcanti)
* Zé Pedro é um artista dedicado à Música Popular Brasileira. Apesar de ser conhecido com um DJ que toca vários estilos musicais, é considerado uma enciclopédia da MPB. Nessa área, ele atua em qualquer esfera de produção de remixes, a publicação de um livro e a inauguração do selo Jóia Moderna, em 2011, que já conta com mais de 20 discos lançados até agora, resgatando o trabalho de cantoras de outras gerações, criando tributos a grandes compositores e lançando novos talentos do pop brasileiro. Mais recentemente criou o Canal da Véia (como ele se refere a todo mundo e a si mesmo) no YouTube, que já é um sucesso.
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