Que Cleo Pires é uma mulher de opinião e atitude ninguém pode negar. Além de seu talento nato que, por acaso, vem de berço – afinal ela é filha de ninguém menos que Glória Pires e do cantor Fábio Jr, a atriz já mostrou que não precisa provar para mais ninguém que é capaz de transitar por diversas áreas dentro da dramaturgia, do cinema, da música ou seja lá onde for. Basta ela querer. Prova disso foi a declaração que a artista deu ao HT garantindo que não tem certeza nem se pretende trabalhar com televisão pelo resto de sua vida. “Não sei se serei atriz para sempre. Não consigo dizer que quero uma coisa para sempre. É difícil, porque eu sempre mudo. Todos mudam. Me reservo a esse direito. Acho que é bom para a evolução do ser humano”, salientou ela, que já mostrou interesses variados para um futuro não tão distante daqui. “Gosto de música e também acho que seria uma boa empresária”, afirmou.
No ar como a rebelde Tamara, de “Haja Coração”, ela também está prestes a estrear novo produto da emissora carioca: a tão aguardada série de suspense “Supermax”, que estreia nesta terça-feira e pretende deixar os telespectadores grudados no sofá. Na obra de José Alvarenga Jr, a atriz encara o desafio de viver Sabrina, uma psicóloga que resolve se arriscar em um reality show macabro, onde 12 pessoas serão trancafiadas em uma penitenciária de segurança máxima no meio da Floresta Amazônica. O vencedor sairia do programa com um prêmio de R$ 2 milhões. Mas tem um detalhe: cada participante esconde um passado sombrio. E qual seria o segredo de Sabrina?
“Mistério. Ela é uma psicóloga, virou guerrilheira, e está no programa porque acredita no jogo e quer vencer. Ela pretende usar esse dinheiro em prol de uma causa maior. O que eu acredito ser muito justo da parte dela. Ela é verdadeiramente uma guerreira”, defendeu a atriz. Na trama, com o passar dos dias de confinamento, os participantes percebem que o programa não é bem o que parece. A produção começa a desaparecer e eles têm que lutar para sobreviver. “O clima do set era sombrio mesmo, tenso, pesado, de medo, suspense. Aquilo ajudava muito. Tanto que mesmo quando a gente não estava gravando, esperava cada um na sua cela, mexendo no celular, lendo. Foram cinco meses, mas não houve confinamento. Fizemos uma preparação que mexeu bastante com o meu emocional. Tive muitos pesadelos. Aquele clima macabro ajudava, mas eu até gostava”, relembrou. Pois bem, mas será que Cleo toparia participar de um verdadeiro reality show? Ela garantiu que não. “Tenho segredos demais para topar participar de um programa desses. O fato de estar confinada seria o mais desafiador para mim. Mas já vi alguns ‘Big Brother’, mas gosto mesmo do das Kardashian. Me identifico com elas, acho que a família dela tem um pouco a ver com a minha, cheia de mulheres, cada uma faz uma coisa…”, contou.
No entanto, é a primeira vez que a atriz se aventura no gênero do horror em seus trabalhos. Apesar de ser uma novidade na televisão brasileira, Cleo afirmou não ter ficado muito assustada, mas as sensações foram mesmo de arrepiar. “Não tive medo, mas vivi situações com as quais não tinha nenhuma referência e foi muito difícil chegar ao ponto necessário. Mas o clima do trabalho me deixou muito confortável. Foi muito intenso para mim”, destacou ela, que para viver a guerrilheira precisou mudar o visual e usar dreadlocks nos cabelos. E acredite, ela adorou. “Morro de saudade, me senti bem mais linda. Mas era complicado para cuidar. Se eu quisesse ir em uma cachoeira e molhar o cabelo, ele ficaria pingando o resto do dia. Ou eu iria para casa secar com secador até ele ficar pronto. Isso eu achava chato. Mas visualmente não tem nada mais bonito para mim”, disse.
Como estará no ar paralelamente em duas produções (“Haja Coração” e “Supermax”), Cleo viu com bons olhos o fato atípico da emissora permitir um mesmo artista transitar por duas produções simultâneas. Para ela, isso será como uma forma de exercício para o público e jornalistas. “Acho um bom exercício para o público, para separar o ator do personagem. O ator mesmo coloca um pouco de si nos seus papéis, e um pouco dos personagens em si, mas a mídia e o público fazem isso de uma forma nociva. É bom ver que cada um tem sua gavetinha”.
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