Claudia Leitte quebra silêncio sobre assédio de Silvio Santos e revela: “Me senti constrangida sim”


Em seu Instagram, a cantora desabafou após ao ser assediada pelo apresentador no Teleton 2018. O apresentador recusou abraçá-la alegando que ia ficar “excitado”. “Quando passamos por episódios desse tipo, vemos em exemplificação, o que acontece com muitas mulheres todos os dias, em muitos lugares’, lamentou a artista

O Teleton 2018 na emissora SBT foi alvo de polêmicas no final de semana. Mesmo com a conversa ao vivo do Silvio Santos com o presidente eleito Jair Bolsonaro e a arrecadação de 30 milhões de reais, a real polêmica foi o comentário de Silvio Santos para a cantora Claudia Leitte, que revelou no Instagram nesta segunda-feira (12), o constrangimento. A cantora ofereceu um abraço ao apresentador e foi pega de surpresa com a observação feita em tom inadequado: “Esse negócio de ficar dando abraço me excita e eu não gosto de ficar excitado”, afirmou Silvio. A cantora ainda tentou consertar brincando: “No sentido feliz da palavra, né? De alegria, euforia, excitação”. Mas Silvio continuou sendo com o assédio. “Não é euforia, não, é excitação mesmo”, completou o apresentador. Em texto na rede social, Claudia contou abertamente sobre o dia e sobre sua reação. A artista não é a primeira e nem será a última a sentir-se mal com os comentários do magnata, que já acumula uma lista de momentos em tom de abuso dentro dos programas na televisão.

Nem com a presença da filha e da esposa Silvio sentiu-se inibido. Com o último comentário, a cantora retrucou: “Agora eu acho que meu marido tem uma razão para ficar chateado”. O clima continuou tenso e no momento de se despedir, Silvio disse: “Tchau, Claudia Leitte” e foi abraçá-la, mas ela recusou. “Não vou te abraçar, não”, falou ao puxar a mão do apresentador para lhe dar um beijo na mão.

Claudia Leitte e Silvio Santos (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)

A cada 1 segundo uma mulher é assediada no Brasil. O dado impactante pertence aos Relógios da Violência – do Instituto Maria da Penha. Mesmo com campanhas nas ruas, na internet, a lei Maria da Penha e mecanismos de denúncia, o assédio continua sendo naturalizado e acontece dentro de casa, do transporte público, do grupo de amigos, na rua, nas festas e principalmente no trabalho. O que acontece na televisão é apenas um reflexo de uma cultura internalizada durante décadas, que também atingem mulheres famosas, como Claudia Leitte.

No desabafo contou o caso e manteve-se do lado das mulheres que sofrem com situações parecidas e em piores contextos todos os dias. “Aonde quer que eu vá, minha entrega é total. Tem que ser com todo amor do mundo, especialmente quando se trata de contribuir para o bem de alguém. Senti-me constrangida sim! Quando passamos por episódios desse tipo, vemos em exemplificação, o que acontece com muitas mulheres todos os dias, em muitos lugares. Isso é desenfreado, cruel, nos fere e nos dá medo. A provocação vem disfarçada de piada, e as pessoas riem, porque acostumaram-se, parece-nos normal! E lá se vai a nossa vida, cheia de reflexões quanto ao que usar como artista, como empresária, como esposa, como amiga, como empregada, como patroa… como mulher. Até que horas podemos estar nas ruas? Aprendemos a nos esquivar. Fizemos concessões porque fomos educadas assim. Mas, nós que somos vítimas! ‘Ah, mas se estivéssemos usando outra roupa?’. Definitivamente a culpa não é do que estamos usando! A culpa é dessa atitude constrangedora e de dois pesos e duas medidas. Somos livres! Eu, como cantora, ciente do meu papel e da responsabilidade que carrego, sentia que precisava dizer isso a vocês, meus fãs, e a todas as pessoas, em especial às mulheres, que longe do olhar público sofrem todos os dias”, escreveu ela.

 

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Aonde quer que eu vá, minha entrega é total. Tem que ser com todo amor do mundo, especialmente quando se trata de contribuir para o bem de alguém. Senti-me constrangida sim! Quando passamos por episódios desse tipo, vemos em exemplificação, o que acontece com muitas mulheres todos os dias, em muitos lugares. Isso é desenfreado, cruel, nos fere e nos dá medo. A provocação vem disfarçada de piada, e as pessoas riem, porque acostumaram-se, parece-nos normal! E lá se vai a nossa vida, cheia de reflexões quanto ao que usar como artista, como empresária, como esposa, como amiga, como empregada, como patroa… como mulher. Até que horas podemos estar nas ruas? Aprendemos a nos esquivar. Fizemos concessões porque fomos educadas assim. Mas, nós que somos vítimas! “Ah, mas se estivéssemos usando outra roupa?” Definitivamente a culpa não é do que estamos usando! A culpa é dessa atitude constrangedora e de dois pesos e duas medidas. Somos livres! Eu, como cantora, ciente do meu papel e da responsabilidade que carrego, sentia que precisava dizer isso a vocês, meus fãs, e a todas as pessoas, em especial às mulheres, que longe do olhar público sofrem todos os dias.

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A publicação, com mais de milhares de curtidas, contou com apoio de várias personalidades conhecidas, como Simone e Simaria, Andressa Suita, Mariana Xavier e Deborah Secco. Os fãs também marcaram presença declarando apoio à cantora na publicação, em solidariedade. “Lindas e sábias palavras. Nós mulheres somos julgadas desde nossa infância, como vivemos, o que podemos e o que não podemos. É triste, mas é essa a realidade em que vivemos”, escreveu uma das internautas.