*Com Lucas Rezende
No dicionário, coexistência significa: “característica, propriedade ou condição de coexistente; que existe de maneira simultânea, que convive harmoniosamente ou de maneira pacífica”. Esse é o mote e nome da coleção da Ocksa, que abriu o último dia de Casa de Criadores, no Ginásio Esportivo do Pacaembu, na sexta-feira (24). A ideia era levar para a passarela elementos da natureza que convivem com o urbano e perdem a essência. Como as peças sempre foram atemporais, a temática de conscientização ambiental servirá para as duas temporadas deste ano da Ocska. Na passarela, o que se viu foi unidade. As modelos, manchadas, surgiam com redes de pesca e também tricô, distribuídos em cores terrosas, preto e azul. Usou a moda em sua vertente mais nobre.
O primeiro desfile oficial da noite foi um dos pontos altos sob os olhos de HT. Karin Feller não errou em nada. Foi um acerto do início ao fim, dos pés à cabeça. A estilista, pensando no verão 2016, abriu o calendário no mês de janeiro, onde a estação está no auge, em pleno clima de férias, quando nós estamos em férias na praia ou no campo. As estampas, ponto forte, foram de estrelas do mar, passaram por peixes e chegaram aos pavões. Com um verão leve, Karin trouxe tricô, listrado, e mostrou que as saias estarão com a cintura alta. Quando não, um cinto dará um plus no look. Ah, e para arrematar Karin apostou em uma viseira em formato de concha. Contamos até os dias para o primeiro mês do ano…
E, finalmente, a moda-praia baixou na Casa de Criadores. Sob a tutela de Marcello Martins, o nosso próximo verão vai ser vintage, inspirado nos anos 60. Sua coleção foi total P&B, sugerindo litorais com areias muito estilosas. Na passarela, hot pant, cropped, e sungas mais tradicionais. Já para as saídas, ele pede uma mulher fatal na estação quente: estampas étnicas, transparências, muito vazado, e, na cereja do bolo, maxi brancos, para mostrar que todo exagero é pouco e não perde a elegância no pós-mergulho.
A quarta coleção da noite foi a que mais cumpriu com a proposta de trazer a inspiração com plenitude para a passarela. Tudo por que Ale Brito quis fazer a gente conhecer um pouco sobre os chavs, um estilo dos boys londrinos dos anos 90, que adoravam misturar roupas esportivas com a pegada de moda de rua. E foi exatamente o que se viu na passarela. Tinha cueca aparecendo, óbvio, mas com motivo nobre: nos elásticos estavam inscritos “not gothered” (“não tô nem aí e nem cheguei aí”). Com uma cartela restrita ao P&B, ele abusou de correntes, zíperes, calças de elástico e neoprene (aqui está o esporte de sua forma mais clara). Ale fez o dever de casa.
Para terminar a noite de sexta-feira já em alto estilo, a Gralias chegou para sua pocket apresentação (formato que vem fechando as levas de desfiles nessa edição da Casa) com a proposta de levar bom humor para a passarela. Tinham estampas de poá, bordados, xadrez, franjas, tudo isso em uma bagunça organizada de texturas diversificadas. HT prefere deixar as modelos, com bolinhas coladas na pele, e os looks todos sobrepostos, falarem por si só nos cliques de Marcelo Soubhia.
HT acompanhou todas as tendências mostradas nessa Casa de Criadores para o verão 2016. Durantes esses três dias tivemos a mulher poderosa com um quê de Medusa, dança na catwalk, viagem interestelar, um pulinho na Ilha de Fidel, o retorno de Fabia Bercsek e muita ousadia pelas mãos do habitué Fernando Cozendey. Para conferir os looks e nossas impressões sobre essa temporada é só clicar aqui (#Day 1) e aqui (#Day 2).
Fotos: Marcelo Soubhia/ Agência Fotosite
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