* Por Carlos Lima Costa
Camilla Camargo sempre gostou das redes sociais. Acredita que fatores positivos podem vir delas, mas pondera que elas precisam ser usadas com atenção e equilíbrio. “Hoje, infelizmente, muita gente se esconde nas redes para disseminar comentários negativos, então, precisamos nos cuidar para que isso não vire algo destrutivo. Acho um pouco perigoso quando as pessoas saem cancelando sem saber a fundo os fatos. Às vezes, só pelo que alguém fala, responde, comenta, ou algo do tipo. Devemos sempre olhar mais para nós mesmos, em matéria de erros já cometidos, aprendizados. Assim corremos menos risco de sermos injustos com o próximo”, alerta e ensina.
Em tempo: ontem, a mãe, Zilu Godói, publicou uma foto com a barriga de fora e foi criticada nas redes. A resposta? “Tudo me pertence, porque eu me permito tudo! A idade não está nos anos vividos, está em nossa mente”.
O interesse pelas redes faz com que ela mergulhe mais fundo neste universo e se torne uma youtuber. Mãe de Joaquim, 1 ano e 3 meses, e grávida de 22 semanas de Julia, a atriz dividirá suas experiências maternas com os internautas em um canal no YouTube, produzido pela Non Stop, empresa responsável pelo canal de Whindersson Nunes. “Pretendemos mostrar um pouco do meu dia a dia de mãe, sobre família, mulher. Também teremos perguntas dos meus seguidores. Inclusive, um dos vídeos que já gravei é com perguntas que eles mandaram sobre os bastidores do meu trabalho, outro tema do qual falarei. Esta ideia já existia, mas se formatou agora com a pandemia. Vou abordar as minhas experiências mas também outras porque a maternidade não tem um ponto de vista apenas, quero trazer diversidade”, explica ela. Ainda não está definida a data, mas deve ser lançado este ano e, à princípio, se chamar canal Camilla Camargo.
Muitos posicionamentos que tem atualmente são provenientes da transformação decorrente da experiência materna. “A Camilla de hoje é mais madura, intensa, sentimental também (risos), que olha mais para o lado, que busca mais um futuro respeitoso e que descobriu o maior amor do mundo”, reflete.
Seu primogênito tinha acabado de completar um ano quando ela descobriu a gestação do segundo filho. “Foi uma surpresa. Por estar prestes a fazer um tratamento para endometriose não estávamos imaginando que eu já estaria grávida novamente”, conta. O nascimento de Julia está previsto para final de fevereiro, início de março de 2021. “Tive só os enjoos e mal estar do primeiro trimestre. Agora está tudo tranquilo, o segundo trimestre é o mais fácil de lidar. Só que fico cansada porque tenho o Joaquim para cuidar também, mas amo tudo isso e não trocaria por nada”, assegura. E enaltece o marido, o diretor Leonardo Lessa. “Leo é um pai incrível, me apaixonei por ele quando vi como era como pai na relação dele com meu enteado. Leo é pai de verdade, se faz presente em todos os momentos.” Mas não planeja aumentar a família no futuro. “Acho que fechei a fábrica”, diz, rindo.
Por conta da maternidade, os últimos oito meses de isolamento social foram intensos. E assim vão prosseguir os próximos. “Não tem como não afetar, pois o bebê precisa de estímulos, contato com outras crianças, mas não tinha jeito, a gente teve que se adaptar como todo mundo. Agora, o cuidado é redobrado, estou em casa, seguindo a quarentena, curtindo e cuidando do Joaquim. Me cuido o máximo que posso. Saio de casa apenas para algo ligado ao Joaquim ou a minha gestação, como ir fazer ultrassom, por exemplo. Eu não sou perfeita, mas não surtei, o que não quer dizer que não tenham sido dias difíceis. Ainda assim, tento lembrar de todo o privilégio que é poder estar em casa com segurança. Muita gente, infelizmente, não tem esta oportunidade ou até, por algum motivo, está na linha de frente se expondo à riscos diariamente”, pontua.
Por conta da quarentena, os avós Zezé Di Camargo e Zilu Godói não têm podido pegar Joaquim nos braços. “Só veem virtualmente. Faço vídeochamada com eles para matar um pouco a saudade”, descreve e conta que o pai já soltou a voz para o neto. “Infelizmente ainda não cantou para ele dormir, mas já fez isso em outros momentos. Não lembro exatamente quais músicas, mas não eram infantis não”, diverte-se ela.
Ao contrário do pai e da irmã, Wanessa Camargo, Camilla definitivamente não deseja enveredar na área musical. “Sou apaixonada por música, porém nunca cogitei seguir carreira como cantora. Costumo dizer que em uma família cheia de músicos é bom ter alguém que atua para dar uma equilibrada (risos). Profissionalmente, encaro o canto como complemento, sempre brinquei que sou uma atriz que canta e não cantora que atua”, afirma.
A pandemia também interferiu na vida profissional. “Quando começou a quarentena, estava prestes a voltar a trabalhar, saindo do puerpério, fazendo testes, com um projeto encaminhado para televisão mas como tudo ainda seria gravado, foi corretamente suspenso na ocasião. Também estava lendo textos para teatro, que é uma das minhas maiores paixões. Foi nos palcos que fiz minha base em mais de 22 peças. Mas tudo estava andando apenas em matéria de ideias e antecipação de burocracias e projetos já que não temos previsão concreta de quando poderemos voltar a nos apresentar”, comenta.
Mas, em 2021, poderá ser vista na telona no filme Intervenção, que não foi lançado este ano por conta da quarentena. Na pele da repórter Luiza Bastos, acompanha o dia a dia das UPPs, lidando com fatos diários que acontecem na relação delas com a comunidade.
O tema acaba remetendo a questão política e às eleições para prefeito e vereador, neste domingo, 15. O que ela espera de seus candidatos?
“Consciência, respeito, integridade e comprometimento com a população. Que governem para todos”, avisa Camilla. Ela deixa claro que acompanha com interesse os acontecimentos da política nacional e internacional, e é contrária a polarização exacerbada. “Acho importante tentarmos estar atentos às notícias e tudo que acontece, até para o nosso voto ser o mais consciente possível em momentos como este. Vejo com um pouco de tristeza a polarização quando ela se mostra de forma desrespeitosa, ofensiva ou opressora, como infelizmente vemos acontecer. Por outro lado, tento ver com bons olhos o aumento do interesse das pessoas por matérias e notas sobre Política. Comparando com 10 anos atrás, acho que se percebe um maior interesse de forma geral pelo assunto”, finaliza.
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