*Por Brunna Condini
De uma geração que é determinada a respeitar a pluralidade e o próprio desejo, Bruna Griphao vê na liberdade de ser sua grande potência. E nesta conversa exclusiva com o site, fez questão de falar sobre a importância do calendário da diversidade, que, agora, em agosto, traz o Mês da Visibilidade Lésbica. A atriz, cantora e ex-BBB, salienta que o momento é de potencializar a luta por igualdade, direitos e inclusão. “O amor é algo natural e deveria ser reconhecido assim. Me assumi bissexual no Big Brother e achei importante normalizar isso. Meu pai sabia, mas muita gente da minha família não. E, quando sai, conversamos muito sobre o tema. Sou grata por ter tido o acolhimento deles. Sei que não é assim para muita gente, pode gerar sofrimento. Mas para mim é algo simples, não é uma questão. Não tenho medo de ser quem sou, é uma libertação”.
Bem resolvida, Bruna aproveita para esclarecer uma fala sua dentro do BBB23, quando disse que ficava com mulheres também, mas que até então nunca havia se envolvido romanticamente com uma. “Falei brincando esse negócio de ser bissexual heteroafetiva. Mas já me envolvi amorosamente com mulheres e já até namorei uma. Nunca falei isso antes”. Na agenda profissional, Bruna está com projetos na música e teatro, no qual vai atuar e produzir.
“No programa falei isso fazendo graça e viralizou. Não vou dizer com quem, porque não sou de expor relacionamentos de nenhum tipo. Me envolvo romanticamente com homens e mulheres. Já amei uma mulher. No momento estou solteira, embora toda hora noticiem que estou com alguém. Até já estou acostumada com isso, já era assim antes do antes do Big Brother. E entendo a curiosidade das pessoas, não me incomoda. Posso dizer que no momento estou ótima, sozinha e vivendo muito bem”, arremata.
O que diria para alguém que está passando por um período difícil de aceitação do próprio desejo sexual e/ou romântico? “Acho que cada um tem seu tempo, mas é preciso entender que não há nada de errado em amar quem você quiser. Quem vê algo ruim nisso é que está equivocado. Saiba que você não está sozinha ou sozinho. Amar nunca vai ser errado. É muito triste que tenha gente ainda se incomodando com o amor dos outros. É horrível, até cafona. A sociedade tem questões mais importantes para se ocupar do que ficar julgando quem está amando quem. É lamentável que exista esse tipo de preconceito”.
A vida na música
Uma das finalistas do BBB23, Bruna se lançou na carreira de cantora ainda no confinamento, com a canção autoral ‘Bandida’. Sobre a nova carreira, a atriz que trabalha desde os 10 anos, expressa: “No momento estou tentando me entender neste caminho, tentando compreender que tipo de artista quero ser na música. Tenho estudado, composto. A música sempre esteve na minha vida, desde o início da carreira de atriz. Sempre cantei. Antes cantava em cena, tinha um personagem na frente. Agora cantar como Bruna, tem outra dimensão. É muito bom fazer coisas novas, tenho tido muitas descobertas”, compartilha, acrescentando: “Já compus mais três músicas, com a parceria de outras compositoras. Escrevo sobre minha vivência. É o que faz mais sentido, é visceral para mim. A novas canções falam sobre um amor gostoso e experiências minhas do momento”.
A artista comenta sobre a tal ‘síndrome de impostora’ que acompanha tantas pessoas em suas trajetórias profissionais e também já a pegou. “Foi isso que fez eu demorar a me lançar na música. Como cresci fazendo outra coisa, pintou uma sensação de não pertencimento, achava que não era o meu lugar. Cuido para superar essas inseguranças”, diz.
Não tenho medo de ser quem sou, é uma libertação – Bruna Griphao
“Mas quando a vontade de fazer supera as inseguranças e medos, você vai em frente. A primeira vez que me apresentei ao vivo no TVZ (programa do Multishow) com a Pocah, eu estava muito nervosa, tremia, parecia que não daria certo, mas deu. Foi maravilhoso e sai de lá querendo fazer muito mais. A arte me escolheu e cura. Principalmente a música, que tem mesmo um poder terapêutico, de identificação. Minha primeira composição veio assim, para transformar a dor em arte. É uma maneira de expor minhas fragilidades, sentimentos, de uma maneira artística, pessoal. Acredito que posso tocar e me conectar com as pessoas”.
A vida da atriz
Vista na TV pela última vez em ‘Nos tempos do imperador‘ (2022), na Globo, ela entrega que em breve o público vai poder matar a saudade do seu trabalho como atriz. “Estou com projetos em andamento, um deles no teatro, que vou atuar e ajudar a produzir. Esse texto está em construção. E, na TV e no cinema, estou vendo coisas bacanas”, desconversa.
Aos 24 anos, Bruna conta que tem se cuidado cada vez mais, por dentro e por fora, com exercícios, terapia, buscando autoconhecimento e realiza que está em um momento muito feliz. “Me sinto mais segura, mais forte e livre. Me faz bem saber que consegui superar tantas coisas, tantos medos. Me sinto potente e corajosa. Estou construindo a vida que desejo. Tenho estado presente, tentando ser uma pessoa melhor todos os dias”.
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