Bebel Gilberto wannabe: conheça a intérprete da cantora no novo musical sobre Cazuza!

Em meados de agosto deste ano, a atriz Yasmin Gomlevsky recebeu uma notícia de peso dos produtores do musical ‘Cazuza – Pro dia nascer feliz, o musical’: tinha acabado de ser escolhida para viver, nos palcos, Bebel Gilberto.  Com a desafiadora missão de viver a filha de João Gilberto e amiga íntima do personagem-título do espetáculo, Yasmin embarcou na ideia de compôr sua própria Bebel, tentando evocar trejeitos da cantora carioca, sem apenas imitá-la.

Imersa em sua terceira aventura teatral sob a direção de João Fonseca (o musical ‘Rock in Rio’ e a peça ‘Cyrano de Bergerac’ foram as experiências anteriores), Gomlevsky bateu um papo com a gente sobre a desafiadora empreitada, além de revelar um sucesso ou outro do ídolo que estará na sua voz, quando o espetáculo estrear, no próximo 4 de outubro, no Theatro Net Rio, na capital carioca: “É uma honra interpretar a Bebel”.

Yasmin Gomlevsky interpretará Bebel Gilberto no musical ‘Cazuza – Pro dia nascer feliz’, que estreia dia 8 de outubro, no Rio. (Foto: Divulgação)

Heloisa Tolipan: Você está encarando a missão de encarnar Bebel Gilberto no musical sobre a vida do Cazuza. Como abordou a personagem? Vocês se conheceram? Quais características dela procurou preservar?

Yasmin Gomlevsky: É uma grande honra interpretá-la. No ano passado, conheci a Bebel no Baixo Leblon, lugar que ela, Cazuza e a turma deles frequentava nos anos 80 e eu frequento, atualmente, com meus amigos. Para construir a personagem sem que se tornasse uma imitação, tentei puxar pela memória alguns trejeitos que me lembrava de ter reconhecido nela, além, é claro, de assistir a todos os vídeos possíveis em que ela dá depoimentos e canta, para tentar reproduzir seu timbre de voz. Bebel, quando mais jovem, tinha uma voz mais aguda, da qual tento me aproximar.

HT: Cazuza e Bebel viveram numa espécie de Rio de Janeiro idílico, nos anos 70 e 80. Tem vontade de entrar numa máquina do tempo e vivenciar esta época? Que diferenças vê entre a juventude atual e a deles?

Yasmin: Tenho muita vontade. Acho os anos 80 o máximo em termos de música, moda e arte em geral. No escuro, diria que é a época em que eu gostaria de ter nascido. Mas acho que a gente sempre quer o que não tem, então, se eu tivesse nascido nessa década, provavelmente desejaria viver em outra. Acho que uma das principais diferenças é a forma ainda meio riponga de se relacionar, as pessoas se tocavam muito, eram muito mais demonstrativas com relação aos seus afetos. Depois que a tecnologia entrou na vida das pessoas, não existe mais tanto espaço para trocas presenciais, tudo é muito menos espontâneo, mais mecânico.

HT: Que sucessos do cantor podemos esperar ouvir na sua voz, no espetáculo?

Yasmin: ‘Eu preciso dizer que te amo’ não poderia faltar, é a música de mais sucesso que Bebel compôs junto a Cazuza e Dé Palmeira. Além disso, ‘Mais Feliz’ e várias outras.

HT: O musical ‘Rock in Rio’, do qual você foi protagonista, também foi dirigido pelo João Fonseca. Como é a parceria profissional de vocês, agora caminhando para o terceiro trabalho juntos?

Yasmin: Fizemos juntos também ‘Cyrano de Bergerac’, em 2011. Eu amo o João, e é maravilhoso trabalhar com ele. Me sinto extremamente privilegiada de ter tido já por três vezes essa oportunidade, porque ele é como uma escola ambulante. Além de um diretor muito talentoso, é prático, sabe o que quer, é simples e, no final, consegue sempre acertar em cheio. Espero que venham o quarto, o quinto e o milésimo espetáculo que realizemos juntos!

HT: Você já fez bastante coisa interessante fora do campo dos musicais. Pretende continuar se aventurando na área ou tem vontade de se dedicar a outros projetos, especialmente no teatro?

Yasmin: Vida de ator é uma montanha-russa, nunca sabemos ao certo o que vem na próxima curva. Independente do que seja, quero projetos que me desafiem e que me deem prazer. Com essas duas condições, serei feliz. Pretendo fazer de tudo um pouco e, se possível, tudo junto!

Por Victor Gorgulho