Longe de trabalhos na telinha, a atriz Mariana Lima está no elenco da peça “Os Realistas” e dos filmes “Polidoro“, “O Banquete”, que tem o governo Collor como pano de fundo, e “3.000 dias no Bunker”, que conta sobre a criação do Plano Real. Em entrevista ao HT, a artista contou que o espetáculo está em cartaz em São Paulo, mas deve voltar ao Rio em breve. Sobre a Sétima Arte, o único que ainda não foi rodado foi “Polidoro”, mas que já deve começar a ser filmado, segundo Mariana. Todos os longas têm estreia prevista para 2017. Com enredos que giram em torno da política brasileira, em um momento que esse assunto está tão à flor da pele, a atriz diz que não existe uma separação entre esse tema, carreira e arte. “Qualquer ação e qualquer indivíduo recai sobre o mesmo ponto: política. Do mesmo jeito que tudo o que eu faço, como minha arte e atitudes, tem o mesmo resultado. Não há como separar as circunstâncias, elas estão sempre juntas. A hora que todo mundo entender isso, nós vamos ter um país melhor”, opinou a atriz.
Durante a manifestação pela saída do governo Temer no edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, Mariana Lima, que estava presente, destacou a importância de qualquer ação da população “contra o golpe”. “Eu acho que todas as pessoas que se sentem livre o suficiente para manifestar a sua opinião devem fazer isso nos espaços públicos e privados, como praças, cinemas, teatros, feiras e etc. O único modo de conter essa onda fascista e direitista do poder ilegítimo é se expressando. Não é à toa que a cultura está sendo vítima disso”, disse a atriz. Após assumir o cargo de Presidente interino da República, Michel Temer pôs fim ao MinC, transformando a pasta em uma secretaria vinculada ao Ministério da Educação e, depois, por conta da pressão da classe, voltar atrás e anunciar que vai recriar o Ministério da Cultura. Sobre o ex-secretário de cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero, que foi nomeado o novo Ministro da pasta, a atriz disse que não espera muito da gestão do carioca em Brasília. “Achei lamentável qualquer pessoa se dispor a ocupar esse cargo e compactuar com esse governo. Embora aqui no Rio eu o acompanhasse de longe, já tinha visto algumas manifestações de uma personalidade bastante vaidosa”, afirmou a atriz sobre Calero.
Mariana Lima, que se declarou petista e afirmou que votou no partido nas últimas eleições, disse que a solução justa e democrática, neste momento, é a reforma política através de novas eleições. “Eu não acho que a volta da Dilma seja a saída. Minha luta agora é por diretas e que a gente tenha aprendido um pouco mais sobre o espetáculo que vimos na Câmara. Estamos conhecendo agora quem são os deputados e vereadores que elegemos para não repetirmos mais isso. Eu espero que as pessoas tenham ficado, como eu fiquei, com as mentes mais claras de quem nos representa no poder. Para isso, eu acredito em novas eleições”, argumentou a atriz que, apesar de ter votado em Dilma Roussef em 2014, não concordava com determinadas atitudes e afirmou ter “profundas críticas” à gestão da presidente afastada.
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