*Por Kika Gama Lobo
A coluna EU TESTEI de hoje é suada. A convite da modelo e manequim ageless e professora de ioga Nadja Winits, fui convidada a conhecer o trabalho dos dançarinos que atuam na aula coletiva da Bodytech 2 do Leblon. Batizada Let´s Dance, eram quatro profissionais, cada um de uma área. Kiko Guarabyra de Broadway Disco; Almir Reis de Hip-hop, Katia Bezerra de Afrobeat e Flavio Souza em Dança solta. Todos são coreógrafos e bailarinos, mas quem mais me chamou a atenção foi a pernambucana Katia, moradora do subúrbio, em Marechal Hermes e mestre em danças brasileiras, afros e folclóricas. Cinquentona, cheinha, mas com um rebolado incrível, branca de nascimento, mas negra nas raízes ela me disse que sofre um preconceito às avessas. “O fato de eu não ser negra, não ter o biotipo do corpo da brasileira afro-descendente, me questionam se eu serei capaz de mostrar toda a ginga dos povos nativos. E o pior: sofro um questionamento maior dos próprios negros. Nas comunidades ou locais menos favorecidos, minha cor grita e até que eu apresente minha competência, me olham diferente” comenta Katia. “Na Zona Sul, em especial no Leblon, Ipanema e Copacabana – não vivo nem de longe esse clima. Mas como sou da dança, meu foco é meu trabalho, entrego toda minha energia a dar o meu melhor. E sempre consigo”. E foi assim que eu dancei o carimbó de Belém (tão desconhecido até a personagem Ritinha de Gloria Perez ensinar ao Brasil este ritmo), frevo, xaxado, bumba-meu-boi, cururu e catira. Ela costuma dançar com peneira, leque, guizos e fitas. Trabalho dos mais lindos e culturalmente falando, desconhecido da maioria da elite brasileira. Aliás, além da dança tonificar, ajudar na proteção cárdio, diverte. Naquele sábado, sol a pino, 10 hs da manhã, mais de 50 mulheres estavam a toda naquela sala. E usavam cangas, bonés e total look preto para danças como New York New York, Macho Men, tribais e Mcs. Fomos de Pabllo Vittar passando por Tina Turner e Shakira. De Despacito até Lou Rawls. Kiko Guarabyra narrava seus passos só falando inglês: Up, down, turn, stretch, e o frenesi tomava conta da sala a cada movimento mais sexy. Do alto dos meus 53 anos achei a mulherada linda. Tinham algumas mais novas, mas a predominância era de mulheres maduras. Todas inteiras. De corpo e alma e fechadas com o prazer de rebolar e causar. Simplesmente amei.
SERVIÇO
BODYTECH LEBLON 2
Endereço: Av. Ataulfo de Paiva, 1100 – Leblon, Rio de Janeiro – RJ, Tel: 21- 2512 5332
Horário: aos sábados, às 10hs
Preço Aula Broadway Disco : a combinar com professor Kiko Guarabyra – cel: 21- 995990559 ou dayuse na academia por R$150,00
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