*Por Kika Gama Lobo
Não é porque tenha minha hashtag #riodemerda que farei ode positiva à terra da garoa, mas em tempos de guerra civil carioca fica fácil amar a pauliceia. A lua de mel com o coxinha João Dória continua e remediados e endinheirados amam o político da gomalina que acorda às 5h, as 6h está no trabalho e atua como workaholic urbano. De fato, São Paulo pulsa. Carros, pressa, muita gente, muitos celulares, muitos apps, muitos shoppings, restaurantes, academias, muito tudo. Pujança e fartura em demasia frente a carestia total dos pobres cariocas. Sou 100% da gema, mas tá puxado acordar com pampampam de traficante; ter o celular roubado a cada mês; levar bala perdida em qualquer esquina e conviver com o espírito de Faixa de Gaza em meio a aplausos do por do sol. Sérgio Cabral na cadeia e Crivella orando na África dão o tom aterrorizante da cidade de Deus ( que Deus?). Estou com saudades de ordem. Tô precisando de moldura. Não me refiro aos tempos da ditadura com seus militares demiurgos, mas, sim, a uma ética mais real. Cansei de achar legal a lei do Gérson. A Lava-Jato moralizou meu caráter e quero usar cinto de segurança no banco de trás; não jogar nada no chão; cuidar do canteiro da minha rua; valorizar o mobiliário urbano; colaborar com minhas atitudes para um Rio melhor. Olhando pra São Paulo bate um recalque. Aqui parece que as leis são respeitadas; que o Brasil tem jeito e que tudo flui sem a neura do “será que volto pra casa vivo”? E para não dizer que peruei, hoje vou conhecer a cracolândia, afinal uma vez carioca, sempre carioca!
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