Arnold Schwarzenegger fala sobre idade, cinema e política: “Eu posso estar velho, mas não estou obsoleto”


Trinta anos após o lançamento do primeiro filme da franquia “Exterminador do Futuro”, o ator volta às telonas para o quinto filme da sequência e vem divulgar a produção no Rio

* Com Isabella Pavão

Arnold Schwarzenegger, que já estava no Rio por causa do evento de fisiculturismo que leva o seu nome, o Arnold Classic, aproveitou a passagem pela Cidade Maravilhosa para mostrar um pouco do que espera o público nos cinemas no dia 2 de julho, quando rola o lançamento de “Exerminador do Futuro – Gênesis”, idealizado por James Cameron. Com o preview das cenas do filme, que nós vimos com exclusividade nesse domingo,  já dá para perceber que os fãs vão ter muita ação, como já era de se esperar, mas também um tanto de comédia. “Nesse filme, nós procuramos puxar um pouco para o lado do humor. Agora, o Terminator tem um lado um pouco mais humano, mas sem deixar de ser máquina. Por exemplo, ele aprende a sorrir, mas não fica tão espontâneo, já que ele não tem sentimentos, o que acaba ficando cômico”, contou Schwarzenegger em coletiva no Copacabana Palace, nesta segunda-feira (01/06)

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Arnold não poupou elogios a Emília Clarke, atriz conhecida mundialmente pelo papel de Daenerys Targaryen do seriado “Game of Thrones” e sua companheira de set. “Foi uma escolha ótima, até porque as pessoas já amam a Emília pocausa r do papel dela em GoT. Principalmente os rapazes. E quem não gosta de trabalhar com gente bonita e querida, não é mesmo? Substituir a Linda Hamilton (atriz que deu vida a Sarah Connor nos primeiros filmes) foi uma tarefa difícil, eu imagino, mas ela deu total conta do recado” disse Arnold. “Eu a observei durante os ensaios, treinamentos e tudo mais, e ela me impressionou com esse trabalho, que fez tão bem, de forma tão dedicada. Acho que foi uma ótima escolha da produção”.

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Arnold ainda falou sobre voltar ao papel, depois de não conseguir participar do quarto filme da série: “Eu amo fazer filmes, sinto que nasci para isso. E não me importo se forem filmes pequenos, médios ou grandes. Existem algumas franquias que as pessoas amam e que acabam virando clássicos. E foi isso que aconteceu com o ‘Exterminador’ que eu sinto ser um personagem feito para mim. Por isso, voltar foi muito fácil, porque eu não perdi a prática. É como andar de esqui ou de bike”.

Inclusive, ele comparou os sets de gravação de 1984 com os de 2014, e deu sua opinião sobre a tecnologia: “Em 1984, era um absurdo pensar que as máquinas tomariam conta do mundo, e olha aonde chegamos. Eu nem consigo ganhar do meu iPad no xadrez hoje em dia! Nesse ponto, o James Cameron foi mais do que brilhante, pois parece que ele previu o futuro. Mas a maior diferença de lá para cá foi a evolução das técnicas de filmagem. Hoje em dia, eu gravo uma cena inteira com chroma key. Por exemplo: na cena em que eu seguro um ônibus que está caindo da ponte eu tive que usar a minha imaginação para ser convincente, já que tudo o que eu via ao meu redor era fundo verde”.

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Como não poderia ser diferente, o ator, que também é um dos maiores – literalmente falando – ex-fisiculturistas do mundo, falou sobre sua forma física. Afinal, robôs não envelhecem, ao contrário dos humanos. “Eu acho que a melhor coisa é que ele não envelhece, só a pele humana que tem por cima. As habilidades de luta dele não vão diminuir e ele não vai ficar mais lento, então eu precisei me certificar que eu também estava bem fisicamente. Tive que me exercitar bastante, ganhar peso para ficar no tamanho exato, treinar minha habilidade com armas, essas coisas”, contou o ex-governador da Califórnia.

Ao ser questionado se voltaria para a política, ele disse que não: “Voltei às telas para ficar. Agora, além do ‘Exterminador’, ainda vem aí uma comédia e a continuação de ‘Conan, O Bárbaro’. Então eu acho que meu lugar é nos sets de gravação mesmo”. E sobre o seu mandato polêmico no Estado americano? Ele se limitou a dizer que errou em alguns aspectos, mas que aprendeu a lição. Mas Arnold tirou uma mensagem positiva das dificuldades, e fez questão de dividi-la com o público: “Quando eu penso no passado, lembro da minha sorte de poder ser esportista, ator e político, mesmo com as tantas vezes que ouvi que seria impossível… Diziam que seria impossível ser fisiculturista e ator ao mesmo tempo, que meu corpo era hipertrofiado, que eu tinha sotaque por não ser americano, e sim austríaco… E consegui tirar um lado positivo disso tudo. Quando eu trabalhei com o James [Cameron, diretor e produtor dos primeiros filmes], ele dizia que a frase ‘I’ll be back’ só funcionava porque era eu, por causa do meu sotaque, que parecia uma máquina falando. Então, a mensagem que eu gosto de passar às pessoas, especialmente aos jovens, é que eles não deem ouvidos a negativistas. Se você tem uma ideia clara e um objetivo em foco, você tem que batalhar e ir atrás, sem ligar para o que falam”.

E Arnold ainda deixou uma mensagem em especial para os fãs cariocas: “Eu amo o Rio de Janeiro, sou completamente apaixonado por esse lugar desde a primeira vez que vim aqui. Estava indo para a África e meu voo fez escala aqui, então tive que passar a noite na Cidade Maravilhosa. Desde então, eu não me canso de voltar. Quando tivemos a oportunidade de escolher um lugar para colocar o Arnold Classic, não tivemos dúvidas de que seria nessa cidade. E já aviso: sempre que puder voltar, seja para o campeonato, para promover os filmes ou só para passar férias, eu vou voltar. I’ll be back”, brincou, se despedindo.