*Por Brunna Condini
Quem canta seus males espanta, já diz o dito popular. Mas quem canta, também fortalece o pulmão e precisa dele para cantar. E quando ele se compromete por alguma doença? Ainda mais se tratando de um tenor. Aliás, de dois dos maiores tenores do país, Jorge Durian e Armando Valsani. Eles tiveram a Covid-19, com mais de 40% dos pulmões comprometidos, mas transformaram a experiência em aprendizado e força de conscientização, promovendo a ação realizada em forma de vídeo ‘Venceremos: use a Máscara, você me ajuda e eu ajudo você’.
O vídeo viralizou na internet pedindo que as pessoas se protejam do vírus que continua se proliferando e fazendo vítimas. “É uma maneira de conscientizar a população sobre a importância do uso da máscara. Ele foi gravado em São Paulo, no Museu do Ipiranga , seguiu todos os protocolos de segurança”, diz Duran.
Armando Valsani participou das novelas ‘O Rei do Gado’ (1997) da Rede Globo e ‘Água na boca’ (2008) da Band, cantando e atuando. Engajado, há dois anos participou de um projeto com o Ministério da Cultura e o Instituto Cociocultural Hospital de Câncer de Barretos, lançando dois álbuns interpretando canções e árias de óperas ao lado dos tenores Rubens Medina e Marcello Vannucci acompanhados pela orquestra sinfônica do estado de São Paulo.
E, além da campanha ao lado de Jorge Duran para incentivar o uso da máscara, Valsani também se envolveu em outras ações durante a pandemia a convite do maestro Renato Misiuk. “É um projeto de incentivo de doações ao hospital filantrópico Boldrini de Câncer e Doenças do Sangue . Junto com mais sete tenores e comandados por Agnaldo Rayol, gravamos a música ‘Hallelujah’ unindo nossas vozes para fortalecer a solidariedade neste momento”, diz.
Ele e Jorge Durian também são apresentadores do programa Rede Vida e já dividiram o palco em apresentações inúmeras vezes. Durian deu voz ao tema de abertura da novela ‘Esperança’ (2002) da Rede Globo, e também é criador de um dos maiores espetáculos de combate ao Câncer no Brasil, o ’Concerto pela Vida’, no Teatro Municipal de São Paulo. Até a pandemia, o artista trabalhava nos maiores transatlânticos espalhados por todo o mundo e é idealizador de um projeto social, o ‘Ópera na Escola” que, em 2019, chegou a mais de 68 mil crianças pelo Brasil. E mais: criou a obra “A ópera de Jobim” que rendeu ao tenor reconhecimento internacional. Mobilizar pessoas ao redor da arte e de temas importantes para a sociedade como educação e saúde, têm sua atenção. Com a campanha sobre a prevenção da Covid-19, Durian pretende conscientizar as pessoas para que não passem pelo o que ele e Valsani enfrentaram. “Cheguei perto da morte! Somente tenho que agradecer aos profissionais da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo”, disse, na ocasião. E completa: “O pior momento foi o começo da falta de ar. O pânico foi piorando com as mortes de milhares de pessoas acontecendo pelo mundo. Outra coisa, é que os medicamentos têm que ser tomados no início dos sintomas, porque esperar o pior? Só temos a agradecer ao nosso médico, que rapidamente nos receitou e em poucos dias fomos nos restabelecendo à vida”.
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