Numa era em que Hollywood é dominada pela supremacia absoluta da produção de arte e pelos efeitos visuais de ponta – e com a televisão americana adquirindo níveis de excelência comparáveis à Sétima Arte – a cerimônia de premiação do 19ª Annual Art Directors Guild Excellence In Production Design Awards dá o que falar, mesmo não sendo tão conhecida quanto seus equivalentes mais famosos nas categorias de ator e diretor.
A premiação, cuja cerimônia aconteceu neste último sábado (31/1) no Ballroom do Beverly Hilton Hotel, em Beverly Hills, contemplou 11 categorias em cinema, televisão, música e comerciais de televisão. Entre os vencedores, “O Grande Hotel Budapeste” (The Great Budapest Hotel, de Wes Anderson), “Guardiões da Galáxia” (Guardians of Galaxy, de James Gunn) e “Birdman” (idem, de Alejandro Iñarritú Gonzalez) foram os grandes vencedores da noite, que teve George Clooney (sempre ele!) como mestre de cerimônia e na qual o diretor Christopher Nolan (“Interestelar”, “A Origem” e a última trilogia “Batman”) recebeu das mãos de Anne Hathaway o prestigiado Cinematic Imagery Award.
Traduzindo: é praticamente um esquenta dessa categoria no Oscar que será conferido no próximo dia 22 e também o reconhecimento daquele tipo de profissional que faz a alegria dos nerds. E, se o evento não tem a mesma repercussão de seus primos mais ricos como o Oscar, Globo de Ouro e SAG, por outro lado é o trabalho dessa moçada prestigiada por ele que torna o cinema e a televisão atuais a maior diversão, sobretudo quando o conceito é envolver o espectador com fantasia absoluta.
Entre os grandes vencedores, “O Grande Hotel Budapeste” arrebatou ‘Melhor Design de Produção em Filme de Época” (Adam Stockhausen), “Guardiões da Galáxia” levou por ‘Melhor Design de Produção em Filme Fantástico” (Charles Wood) e o resultado de “Birdman” conferiu à Kevin Thompson ‘Melhor Design de Produção em Filme Contemporâneo”. Sim, como o PDA é específico, ele subdivide as categorias em divisões pertinentes com o tipo de direção de arte.
Entre os premiados na televisão, os episódios “The Laws of Gods and Men” e “The Mountain and the Viper”, ambos de “Game of Thrones” e a cargo de Deborah Riley, conquistaram ‘Excelência em Design de Produção Para Televisão Em Série de Época ou Fantasia em Capítulo de Uma Hora com Câmera Única’, enquanto “True Detective” – a atração policial da HBO, com Matthew McConaughey, Woody Harrelson e Michelle Monaghan) – levou para casa ‘Melhor Design de Produção Para Série Contemporânea Em Capítulo de Uma Hora com Câmera Única’ pelos episódios “The Locked Room” e “Form and Void”, sob a batuta do competente Alex DiGerlando.
Parece confuso? É que nessa premiação não é o seriado por inteiro que ganha o prêmio, mas os episódios individuais de uma série, já que a equipe técnica de uma mesma atração pode variar de um capítulo para outro pelo fato de, pela necessidade de veloz produção, os mesmos precisarem ter mais de uma turma assinando cada um para poder dar cabo da demanda de colocar no ar ficções cada vez mais visualmente elaboradas.
O episódio “Massacres and Matinees” conferiu à “American Horror Story: Freak Show” o trofeu “Design de Produção Para Filme de Televisão ou Minissérie”. Quem assina este trabalho é Mark Worthington e o prêmio serviu para os fãs xiítas do programa se sentirem expurgados pelo fato de Jessica Lange não ter ganho o Globo de Ouro de ‘Melhor Atriz em Telefilme ou Minissérie’ novamente este ano pela atração. E o divertido “The Big Bang Theory” foi vencedor na categoria ‘Design de Produção Para Série de Televisão de Meia Hora com Câmera Única”, pelos episódios “Articles of Incorporation”, “Signaling Risk” e “Optimal Tip-To-Tip Efficiency”, com direção de arte sob o comando de Richard Toyon. Os fãs do mundo inteiro devem estar bradando “Bazinga”!
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