*Por Brunna Condini
Adriane Galisteu é sinônimo de energia e alegria. Ainda mais no carnaval, festa que ama e vive intensamente. Entre um compromisso e outro de uma agenda cheia, ela é a rinha do Camarote Allegria (tendo à frente Diógenes Queiroz e Gabriel Lobo), ela conversou com o site sobre seu amor pela festa de momo, sobre pressão estética, menopausa e o 2024 em que vai respirar trabalho, bem do jeitinho que gosta. A apresentadora voltou com uma agenda de carnaval ano passado após 12 anos e se prepara para desfilar pelo segundo ano consecutivo pela Portela, sua escola do coração, nesta segunda-feira (12).
Ao fazer uma retrospectiva sobre seus sentimentos em relação à folia, Galisteu diz que manter o frescor que a trouxe até aqui é fundamental. “Estar no carnaval hoje, aos 50 anos, me traz a mesma sensação da menina do passado que era levada para concursos de fantasias pela mãe, lá em Atibaia (SP), em bailes de clubes. Foi nessa época que me apaixonei por essa festa. E apesar do carnaval representar muito trabalho para mim, quando o samba começa me divirto. É muito sobre diversão”. E fala sobre seu caso de amor com a agremiação de Madureira. “Minha relação com a Portela é a primeira com o carnaval do Rio. Lembro que vim pra cá em 1995 e achei que meu papel era só assistir, até ser convidada para desfilar pela escola em 1996. Foi a Portela que me colocou na avenida pela primeira vez. Dali pra frente estive nos seus desfiles por sete anos consecutivos, quatro como rainha de bateria. Depois fui para Acadêmicos da Rocinha, para a Unidos da Tijuca, mas nunca deixei de ver a águia entrar, nem de aplaudir a comunidade de alguma maneira. Daí no passado, toca meu telefone, a escola comemorando 100 anos e não teve jeito, voltei e não abro mais, é o meu lugar. Meu coração é azul e branco”.
Linda há muitos carnavais e também neste, aos 50 anos, a apresentadora comenta o tipo de manchete que vem ganhando destaque em sua cobertura na folia, como por exemplo: “Adriane Galisteu choca aos 50 anos com abdômen sarado”. Por que acha que ainda hoje surpreende que uma mulher madura esteja bela, vivendo sua plenitude como acredita ser melhor?
É curiosa esse tipo de chamada, mas sempre me acompanhou essa coisa de falarem da barriga, do peso, da magreza, dos pelos na coxa. Sempre vem umas questões que chamam a atenção como se fossem a primeira vez. De qualquer forma, fico feliz com a matéria, mas acho que é um assunto que precisa ser martelado um pouco mais para normalizar, porque lugar de mulher, em qualquer idade, é onde ela bem quiser – Adriane Galisteu
Adriane, que também será rainha do camarote Allegria, na Marquês de Sapucaí, segue falando sobre a potência da mulher 50+. “Somos ativas, tentando administrar as questões hormonais a nosso favor, dando as mãos umas para as outras. Precisamos falar sobre os temas dessa fase e quanto mais fizermos isso, mais traremos as mulheres para a realidade de que é possível ter 50+, 60+, 70+, sendo felizes e participando de tudo o que quisermos. E não estou sozinha nessa, tenho visto muitas mulheres da minha idade, mais velhas, se expondo lindamente. Não só no carnaval, mas durante o ano inteiro. Acreditando naquilo que elas realmente são, se olhando no espelho e gostando do que veem, se jogando na folia, felizes da vida, de corpos à mostra ou cobertos, o importante é fazer o que têm vontade. A idade não pode jamais impedir qualquer tipo de alegria que possamos ter”.
A gente vem conquistando essa liberdade depois dos 50 anos, falando mais de menopausa, de maturidade, das dificuldades e alegrias dessa idade. Tenho trazido esses temas nas redes sociais, porque na cabeça das pessoas uma mulher de 50 está meio fora do game. Vivemos em uma sociedade em que precisamos quebrar muitos tabus – Adriane Galisteu
Envolvida com os temas pertinentes a fase da vida que experimenta, como a menopausa, ela avisa que assim que acabar o carnaval vai voltar a falar do assunto em sua redes. “Os sintomas são muito parecidos em todas as mulheres. Decidi falar porque é um tema cercado de medos, tem o estigma da menopausa da mulher como ‘carta fora do baralho’. Meu papel aqui é justamente provar o contrário disso tudo. Não só eu, como muitas outras mulheres que estão juntas comigo nessa idade, se sentindo bem, trabalhando loucamente, cheias de energia, administrando as questões hormonais. E não estou aqui dizendo que a menopausa é uma delícia. Não, não é nada gostosinho, não é fácil, porém tem tratamento, diferente de antigamente. As mulheres passavam por isso sem ter para onde correr. Hoje existe mais informação. Esse é um assunto que abordo porque já tem um tempo que estou vivendo. Tenho me informado e trazido para perto de mim pessoas que sabem muito sobre esse assunto. E vejo que as mulheres têm dificuldade de falar sobre tudo o que vivenciamos neste período”.
Corpo e mente sãos
Galisteu compartilha também como cuida da saúde física e mental para enfrentar a maratona do momento. “Não faço nada específico para o carnaval. Sempre cuido da alimentação, do treino. Claro que nessa época intensifico tudo. Como a correria é grande, quando não é na esteira, é no dia a dia. Vou para a quadra e sambo a noite toda, me acabo, vale como treino de cardio (risos). Mas a verdade é que gosto de me alimentar bem, me exercitar, ficar sempre de olho nas novidades que possam me fazer bem, um creme aqui, uma maquininha ali, vou fazendo um pouco de tudo, mas isso durante o ano todo”, conta.
“Para cuidar da saúde mental também uso e abuso do cardio. No meu caso, a escolha da corrida como esporte tem muito a ver com a minha ansiedade, tem muito a ver com as pressões do dia a dia. É um momento em que fico muito feliz treinando e faz bem para o corpo e a alma. Quando termino de correr me sinto mais preparada para enfrentar a pressão, mais tranquila, pronta para encarar as questões que não são tão boas assim”, acrescenta.
Pressão estética
Ex-modelo, a apresentadora lida com a pressão estética desde muito cedo, mas reafirma que se exercita e mantém sua forma física em prol do seu próprio bem- estar. Defendendo a liberdade e a pluralidade humana de ser, ela comenta as duras críticas estéticas e comentários ofensivos que Paolla Oliveira, outra musa do carnaval, precisou lidar nas redes sociais recentemente. “Tudo no fim das contas acaba tendo a ver com como você constrói sua autoestima. A Paolla é um exemplo disso. Uma mulher linda, maravilhosa, que conseguiu passar por cima dessa história. E nem chamo o que fazem de críticas, acho que essas pessoas estão ali nas redes só pra causar, cutucar. A internet dá voz tanto para as pessoas que têm o que falar, quanto para as que não tem. Mas essas pessoas acabam exercendo um papel, porque através da resposta a elas podemos ajudar outras que enfrentam essa pressão”.
A Paolla é atacada, eu sou atacada por outros motivos, pelo meu samba, pelo meu nariz…levo isso para as redes para ajudar outras mulheres, é assim que lido. Mostrando que nada tem a ver com fama, conta bancária. Eu e Paolla temos em comum um espaço, visibilidade, nosso trabalho é público, então conseguimos falar com as pessoas de forma mais direta. Agora os dedos apontando continuarão aí, porque as redes sociais também abrem espaço para isso – Adriane Galisteu
Ano intenso
“Tem muita coisa a caminho, a agenda está cheia. ‘A Fazenda 16’ começa em setembro e vai até dezembro, com tudo. Antes, tem o canal Universal Plus que chega ao Brasil em março e sou uma das embaixadoras. Para eles gravei uma primeira temporada de um doc-reality, que começou no carnaval do ano passado e terminou na estreia de ‘A Fazenda 15’. Esse ano já gravo a segunda temporada, que começa agora no carnaval e vai até a estreia do programa novamente, mas com outro tipo de conteúdo. Fora isso, tenho minha parceria com as marcas que me fazem trabalhar e viajar bastante. E minha clínica de estética que é uma novidade na minha vida e já conta com 20 lojas espalhadas, que é e ‘Academia da Face’, sou sócia do doutor Alberto Cordeiro que é um gênio na área da dermatologia, então vou me dedicar muito a essa rede”, anuncia Galisteu. “Além disso, tem o meu avatar, a Galis (@iamgalis), que tem um trabalho forte no metaverso. Começamos há dois anos, junto com o mercado bitcoin. Vale muito a pena pra quem gosta dessa parte de IA, que achamos que ainda está distante, mas já está aí no mundão é o presente. Quero que essa representação traga boas contribuições para esse ambiente e que possa ter um legado”.
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