Adeus inverno! Como o verão do Rio, a primavera lisboeta é a vida que segue, cheia de opções ao ar livre. Confira!


Enquanto a cidade-maravilha cruza os dedos para o calor africano acalmar, em Lisboa a contagem regressiva pela chegada da nova estação termina neste finde!

* Por Bruno Muratori

Se, por aqui, a chegada do outono traduz certo alívio por conta do calor de rachar, agora, no hemisfério norte a chegada da primavera é celebrada, sendo a estação mais esperada do ano. Hora de guardar os casacos e jogar o corpitcho na rua, sacolejando como s estivesse em um desenho musical da Disney! Em Portugal, por exemplo, Lisboa renasce: gente com pouca roupa sensualiza em praças públicas e os sorrisos preenchem os lábios de quem circula pelas esplanadas repletas do povo descolado, tudo sublinhado por uma luz que só a capital lusitana tem. Aliás, quem conhece Lisboa sabe dessa atmosfera, que é diferente da luminescência de qualquer outra cidade do globo. Dizem que essa luminosidade da qual tanto se fala é puro reflexo da pedra sabão, a calçada portuguesa espalhada por toda cidade. Hum, talvez.

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Fotos: Bruno Muratori

A primavera é uma excelente época para visitar Portugal que, em 2013, foi considerada um dos melhores destinos do mundo. Além da sua diversidade e do charme europeu – que conversam muito bem com suas praias idílicas, bem próximas – tudo é cenário perfeito para quem deseja tanto descanso quanto aventuras. E é mesmo um país incrível, daqueles que envolvem. Com um ou dois dias, sem esforço, já é até possível falar “pá”. Entre todos os países do continente, “Portugale” possui invernos mais suaves e os verões quentes e secos. Aliás, o número de horas de sol chega a atingir as 3300 no sul e 1600 ao norte, índice dos mais altos da Europa! Por esta razão, a primavera é uma excelente época para dar um rolezinho (no bom sentido) por Lisboa. Dias mais longos, a temperatura amena e brisa primaveril convidam todos a atividades revigorantes ao ar livre. E, claro, as opções são inúmeras, com o visitante podendo decidir se enveredará por passeios mais descontraídos passeios ou aventuras de esportes radicais. O único possível problema é que, em abril, pode ser que chova mais do que em outros períodos. Sim, enquanto os cariocas têm as “águas de março”, os lisboetas costumam dizer “abril águas mil.” Mas, francamente, nada se compara, nem de perto, com as chuvas torrenciais do Rio ou, atualmente, de São Paulo. Até que, na capital lusitana, são chuvas bem tranquilinhas, se comparadas. E, apesar do pé d’água, os “tugas” (como eles apelidam quem é de lá, diminutivo para portuga) nada se importam e caem na rua assim mesmo, na vibe do badalo molhado. Aliás, chuva e frio é ótimo sinal, com bares e discotecas cheias, já que não dá para socializar ao ar livre, sem virar um pinto molhado. Um alívio para o comercio atual em recessão.

Na primavera, quem não quer perder dinheiro se reinventa. Há casas noturnas e bares que fecham na capital e partem para as regiões de praias, como o Algarve, no sul do país, equivalente à Búzios, só que com preços muito mais aceitáveis e opções para todos os bolsos. Sim, lá ainda não chegou a moeda brazuca “surreal”. Mas, de volta a Lisboa, agora mesmo, há uma febre surgida na primavera do ano passado, com uma enorme quantidade de esplanadas e restaurantes-terrasse inaugurados, espalhados por toda a cidade. O bacana é que se tem a possibilidade de respirar a atmosfera da cidade nestes points badalados, quase sempre cheios, apesar da crise. E, dentre esses agitos que tomam conta da estação, acontece um que, desde 2006, vem deixando a capital muito mais vibrante. O Out Jazz é uma ideia que dinamiza a metrópole e que acabou se tornando, sete anos mais tarde, uma espécie de encontro fundamental nos finais de tarde. Entre Maio e Setembro, as sextas-feiras e domingos ganham nova vida em Lisboa. Pelo segundo ano consecutivo, tendo o MEO (empresa de telefonia) como principal patrocinador, este festival é solução perfeita que acalma o público frenético, relaxando todos e deixando respirar, por entre espaços livres. Ótima música e bom ambiente tornam a cidade muito mais feliz. O evento corre por praças e espaços de fácil acesso e o melhor é que é gratuito. Aos domingos, o festival começa mais cedo. No ano passado, em torno de 17h, sempre ocupando espaços verdes, e ficando instalado durante um mês, em harmonia com a natureza e o por do sol. Com as notas musicais ecoando pelo parque, grupos de amigos e casais apaixonados se entregam a um belo piquenique ao som do suprassumo do jazz, soul, música de fusão e até DJs convidados. Imperdível!

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Fotos: Bruno Muratori

Mas, para aqueles que desejam pegar uma prainha e continuarem próximos do burburinho, sem precisar descer até Faro, o vilarejo mais ao sul do Algarve, basta ir até Cascais, uma vila portuguesa marítima, pertinho e que equivale à nossa Barra da tijuca em termos de proximidade. Lá pode se refrescar em sua praia calma, chegando por lá de uma hora para outra. É bem rápido, basta pegar um “comboio” na estação do Cais do Sodré e, da janela do trem, já se degusta a vista, apreciando o mar.

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Fotos: Bruno Muratori

Mas, caso a opção não seja praiana, um passeio de bicicleta cai bem, se o ciclista estiver preparado para desafiar as colinas da cidade ou desfrutar o percurso à beira Rio Tejo nas ciclovias do Parque das Nações e de Belém. De fato, os lisboetas tambpem fazem essa linha saúde, tipo os cariocas, com uma rede de responsa com vias para bike. Já para aqueles espíritos indóceis, bem mais aventureiros, a empresa de turismo ativo Equinócio representa uma solução, cheia de programas de pura adrenalina. Paintball, trekking, rafting, escalada e rappel são algumas das opções de diversão. Se o visitante quiser, por exemplo, realizar um passeio em outra praia bem badalada,com uma enorme extensão e mar agitadão, aproveitando para praticar surfe, poderá contatar a Guincho Adventurous, que dispõe de serviço de aluguel de bicicletas, scooters, equipamentos para surfar e até paras prática do tênis. Tipo sport delivery.

Foto: Bruno Muratori

Foto: Bruno Muratori

Lisboa tem muitos encantos em todas as estações, mas para os brasileiros – e sobretudo cariocas – o que mais deixa todos maravilhados é entender que como a primavera de lá acaba traduzindo a renovação da vida (árvores e flores florescendo e mudando completamente o cenário urbano), mas em meio a práticas que, de longe, não se imagina que possam ser usuais em uma cidade milenar com pecha de antiga. Como diria Cecília Meirelles: “Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.”