Desde que se mudou para a Flórida, nos Estados Unidos, há dois anos para apresentar o programa “Planeta Brasil” pela Globo Internacional, Fernanda Pontes só dorme seis horas por noite. Leva Malu, sua filha de três anos, e Matheus, de um, para a escola, enquanto grava reportagens, estuda pautas e faz almoço. “Uma rotina inspirada na Mulher Maravilha”, brinca. Ainda sobra tempo para o marido Diogo Boni, filho de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. “Reservo um dia só para ele”, contou. E mesmo com saudade dos amigos, da família e “das montanhas junto do mar”, Fernanda não se imagina voltando para o Brasil de mala e cuia. “Minha vida profissional está toda aqui”, justificou em entrevista ao HT direto de Orlando.
“A grande questão que acredito ser o diferencial é a violência. Me preocupo muito com isso, ainda mais com filhos indo para escola todos os dias. Poder viver sem mais esse problema já é uma preocupação a menos”, confessou. Para Fernanda, outra diferença é o foco “absurdo” que o governo de Barack Obama dá à educação. “Malu aqui já está fazendo aula de canto, ballet, pintura, tênis, natação e futebol. Pode parecer brincadeira pós-escola, mas é uma preparação já para definir habilidades. Dependendo do resultado ela já pode se tornar uma atleta e as faculdades investirem nela. É essa a maior diferença do Brasil. Foco no esporte, fora as artes. Um país melhor tem que começar pela educação. Sem isso, não cresce”, analisou.
Enquanto desfruta desses privilégios americanos, Fernanda já negou dois convites para voltar às novelas, de onde está longe desde 2013 quando interpretou a Vanessa de “Flor do Caribe”. “Estou focada na minha carreira como apresentadora. Agora não me vejo fazendo novela. Estou muito realizada no trabalho que tenho feito”, justificou. Porta-voz dos brasileiros que vivem no exterior devido ao “Planeta Brasil”, Fernanda estava grávida quando aceitou o convite sem nem pensar. “Aprendo muitas coisas. Levo histórias de vida para a minha própria trajetória, e a força que eles têm por terem chegado com tanta dificuldade, seja ela financeira, imigratória, ou qualquer uma outra, e se tornarem brasileiros de sucesso”, contou. Fernanda disse passar “noites em claro” e se antecipou: “Se você me perguntar se eu quero mais, te digo que sim”.
Um objetivo ela já tem: “Quero entrevistar a Gisele Bündchen“. O motivo do desejo? “Para mostrar o lado dela como imigrante, como é ser mãe de duas crianças em um país diferente, falar de tudo que passou ao viver em outro país. Acho ela um exemplo de sucesso e ser humano”, nos contou. Enquanto ela não mata a vontade, já se prepara para voltar à ribalta, onde começou a carreira com 16 anos. A peça “O Grande Amor da Minha Vida”, escrita por Guel Arraes, Karina e João Falcão, vai entrar em cartaz em Orlando. Ao lado de Fernanda no elenco estará o ator Thiago Martins, recém saído da novela “Babilônia”, com quem contracenou em “Flor do Caribe”.
“Fiquei super feliz em voltar a fazer teatro, principalmente para um público carente desse contato mais próximo do artista brasileiro. Aliás, diversos brasileiros que vivem aqui, nunca tiveram a chance de ir assistir uma peça brasileira”, pontuou. “É uma comedia sobre a vida de um casal bastante divertido. Vamos falar de situações do dia a dia, de coisas que todo casal passa”, adiantou Fernanda. Aliás, além dessa empreitada, ela está se preparando para cobrir o Brazilian Day Nova York. Se ela, com tantos trabalhos, tem tempo para pensar em um terceiro herdeiro?
“Todo mundo está me perguntando isso! (ri). Eu nasci para ser mãe e me cobro muito em relação aos meus filhos. Quero dar sempre o melhor para eles, principalmente participando ativamente da vida deles. Eu cresci ouvindo a minha mãe dizer que deveria ter tido 3 filhos. Só que no momento estou trabalhando muito”, explicou lembrando que suas primeiras gestações não foram planejadas. “Quando a Malu nasceu, fui convidada para fazer a novela ‘Gabriela’ na Globo. Quando foi o Matheus, fui chamada para fazer parte do time de apresentadores da Globo Internacional”. O raciocínio lógico não permite outra finalização: “Então realmente não sei o que pode acontecer quando vier o terceiro, viu?”.
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