*Por Brunna Condini
Como muitos brasileiros e pessoas ao redor do mundo, que tem colaborado com a orientação de afastamento social recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), visando a não proliferação do Covid-19, Angélica tem feito sua parte. Na última semana, a loira compartilhou com seus fãs e seguidores, momentos do seu dia a dia ao lado da família. “Ainda estou sem uma rotina, porque há uma adaptação com as crianças. Estão em “home learning” e, na parte da manhã até 14h, fico em função de todos nessa questão dos estudos”, conta. “Entre uma aula e outra, faço um exercício ou outra coisa para mim. Essa semana que passou, usei a tarde para organizar trabalho, o programa, e tentar adaptar essa nova realidade, inclusive com coisas da casa. Agora cada um tem que fazer algo para ajudar nas tarefas, porque não podemos ter muita gente por aqui, nossos ajudantes também estão em casa, se cuidando. Todo mundo está se adaptando a cuidar das próprias coisas. Mas estamos ainda na fase de estruturar a rotina daqui para frente”.
Mãe de Joaquim, 15 anos, Benício,12, e Eva, 7, do seu casamento de 15 anos com Luciano Huck, Angélica se preparava para estrear seu novo programa, com título provisório de “Curva da Felicidade”, ainda no primeiro semestre deste ano. Por conta do isolamento necessário, as gravações pararam, mas o trabalho não, conforme ela nos conta: “Temos feitos reuniões por Skype e estamos tentando organizar essa volta. O programa tem algumas coisas gravadas, e material que gravaríamos semana passada. Está tudo andando, engatilhado para assim que pudermos começar a gravar novamente e agendarmos uma nova estreia. Mas o foco do pensamento ainda está realmente nesta nova rotina e na ajuda mútua”.
Afastada da TV há dois anos, a apresentadora diz que o programa novo tem muito da sua nova fase, e também observa, que pós Coronavírus, com toda a experiência com o isolamento, e a necessidade de união da população para vencer a proliferação da doença, a atração se torna ainda mais significativa. “Estou animada, porque esse programa vem com uma força muito grande depois desta tempestade que a gente está passando. Ele vem falando de coisas boas, reflexão, vem trazendo uma tranquilidade simples, uma paz interior para todo mundo, se Deus quiser”, analisa Angélica. E completa: “É um programa bem autoral e dá uma satisfação muito grande de fazer. Tem muito a ver comigo, em tudo. É a primeira vez na vida que consigo parar e formatar um programa, sem estar trabalhando. Sempre emendei um trabalho no outro, em um momento da minha vida onde eu precisava disso. Depois de 40 anos trabalhando sem parar, essa pausa era necessária para minha vida pessoal, para mim, e para me entender também, e o programa reflete isso, esse meu momento”.
Nos últimos anos, Angélica conta que anda voltada para uma rotina de mais autocuidado, reflexão, prática e estudos que envolvem a meditação e a yoga, por exemplo, e isso se refletiu nas inspirações para o novo formato que vai ao ar na Rede Globo. “Depois de fazer pesquisas para o programa, vi que esse também era o momento de muita gente. Nele tem isso de buscas e aprendizados que vivi, e que ainda estou vivenciando. Vai ser legal aprender com o público e dividir minha experiência. É gostoso quando você tem esse propósito e quando consegue atingir isso também junto das pessoas. A ideia desse programa é mesmo deixar reflexões saudáveis para quem está assistindo”.
Adepta da meditação transcendental há cerca de quatro anos, ela diz que o hábito tem se feito cada vez mais necessário. Quantas vezes medita ao dia? As crianças e o Luciano já meditam? “Procuro praticar duas vezes ao dia. Mas essa semana eu consegui pouco, apesar de estar em casa, foram dias muito cheios de coisas para fazer. Mas medito pelo menos uma vez ao dia”, divide. “As crianças as vezes meditam, claro que um tempo menor, alguns minutos. O Luciano medita, fez um curso comigo, tem um mantra dele, mas essa semana não conseguiu meditar com a gente, porque está muito envolvido com os trabalhos sociais neste momento, mobilizado com essa coisa toda, e ainda não conseguiu parar”.
Você fez uma meditação ao vivo com a Renata Rocha, fundadora do aplicativo @positivapp, na última quinta-feira, pelo Instagram. Qual foi a sensação de estar conectada com tantas pessoas, em um propósito de amor e união, neste momento? “Foi muito louco. Eu medito há bastante tempo, mas foi a primeira vez que meditei com tanta gente. Apesar de não ter sido presencial, a energia flui através da sensação que temos, de saber que tantas pessoas estão pensando coisas positivas ao mesmo tempo, emanando isso. Foi emocionante. No meio da meditação, teve um momento que eu quis eternizar aquilo na memória, sabe? Foi muito lindo e pretendo fazer outras vezes. Lá no aplicativo tenho três meditações guiadas, mas sem dúvida, essa de estar ao vivo com as pessoas, foi uma emoção única”, compartilha a apresentadora. “Sempre ouvi do meu professor de meditação, o Klebér Tani, que meditar em grupo é outra onda. E realmente é. Ainda mais em um grupo com tanta gente, foi demais. Teve uma hora que olhei, claro que provavelmente não estava todo mundo meditando, mas tinham 159 mil pessoas passando pela nossa live. Fiquei pensando, que se 1% destas pessoas estivessem meditando, já me deixaria muito feliz”.
Você já disse que a meditação entrou na sua vida após o acidente de avião que sofreu em Mato Grosso do Sul, em 2015, com sua família. Explica como a prática mudou a sua vida? “Na verdade, depois do acidente, comecei a ressignificar as coisas. Depois de uma coisa muito grandiosa como foi esse acidente, a pessoa tende a buscar respostas. Acho que esse momento coincidiu também com a idade, o momento de carreira, de trabalho, com os filhos já crescendo, tudo isso me fez buscar respostas, alternativas. E a meditação caiu no meu colo não por acaso. Eu estava em busca de algo”, lembra. “Fui buscar cursos e encontrei a meditação como um remédio mesmo. Nunca tomei remédio para ansiedade, para depressão, pânico. E depois do acidente, quando comecei a ter crises de pânico, era indicado para mim, mas eu não quis, porque comecei a fazer meditação e ver que não precisava do remédio. Funcionou muito, e o que acho mais incrível da meditação transcendental, é que é muito simples. Ela deixa fluir, não tem essa pressão de ter que meditar, transcender. Todo mundo consegue meditar”.
Esse período que estamos vivendo, tem gerado mais ansiedade em relação a que exatamente? O que tem sido emocionalmente mais difícil para você? “Acho que essas semanas, viveremos uma ansiedade coletiva, do novo, do que não controlamos, esperamos, de um momento único na história do mundo. O desconhecido gera muita ansiedade. Por isso, acho que as meditações online, as conversas, os pensamentos positivos, essa coisa da união, é tão importante, porque estamos todos no mesmo barco. Todo mundo unido em uma dor. Então, vamos nos unir também no amor e no pensamento positivo. E é isso que vai melhorar, que vai ajudar na ansiedade do mundo”, reflete. “Quando eu e minha família tivemos o acidente do avião, fazendo uma analogia com o que estamos vivendo hoje, estávamos juntos, a família toda. E o fato de estarmos unidos, mesmo em um acidente, de estarmos vivendo aquela dor juntos, de um saber o que o outro estava sentindo, um saber o trauma que o outro tem, isso ajudou muito na recuperação da família toda. Então, acho que o fato de hoje estarmos no mesmo barco, de sermos uma grande família no Brasil e mundial, faz com que tenhamos mais empatia e entendimento. A ansiedade coletiva pode ser amenizada se lembrarmos sempre que o outro também está vivendo aquilo, e podemos tentar ajudá-lo a sair disso”.
Você tem 46 anos e cada dia está mais bonita, demostrando estar plena e segura de si. O que o amadurecimento te deu e ninguém te tira? Além de yoga, meditação, exercícios, quais são os cuidados? “Obrigada. Olha, não é fácil essa coisa de estar bem fisicamente o tempo todo também. Mas me cuido mesmo. Tenho uma dermatologista há anos que já me conhece, então sempre faço um laser para me cuidar, para manter. Nunca fiz nenhuma intervenção cirúrgica ainda, mas se tiver que fazer um dia, farei. O meu estilo de vida ajuda bastante a me manter bem. Sempre tive uma rotina muito saudável. Me cuido desde cedo, por conta da saúde, da imagem. Sou vegetariana desde os 12 anos, sempre gostei de comer legumes, verduras. Não como mais muito açúcar, que é uma coisa que mudei de uns tempos para cá. Eu era um pouco viciada em açúcar por conta da ansiedade, mas quando ela baixou, consegui parar. Me sinto mais leve em tudo. O açúcar me fazia mal, na verdade é a ansiedade que faz mal”.
E destaca como o amadurecimento e a confiança também tiveram seu papel na mulher que é hoje: “Quando passamos por situações difíceis, momentos de superação, voltamos fortalecidas, me sinto cada vez mais forte com tudo que vivi. O fato de estar mais madura traz boas lembranças e bons aprendizados, e acho que é isso que acabamos transparecendo. Fora a ansiedade, que acho que prejudica a gente muito, em todos os sentidos, então procuro deixa-la bem longe da minha vida. Claro que não consigo sempre, mas procuro enxergar quando ela chega e afastá-la. Também tenho o hábito de curtir e ter gratidão pela vida. Até pelas coisas difíceis, porque acabam nos fazendo crescer, é isso que eu procuro cultivar no meu coração hoje. Acho mesmo que a beleza é de dentro para fora. Parece historinha, mas não é. Quando você está realmente bem, vão te achar lindo. Quando você está amargurado, pensando negativamente das pessoas, com aquela energia pesada, não adianta, vai refletir também”.
Angélica tem priorizado a serenidade à pressão, e o amor ao medo. Pensando além da “bolha”, ela faz questão de deixar uma mensagem para os leitores e seguidores: “Vamos sair fortalecidos dessa. Vai passar. Mas vamos tentar passar por isso da melhor forma possível: ter consciência, respeitar as regras, mas sem entrar em pânico, respirando, olhando o próximo. Aproveitar esse momento para olhar para dentro, e para olhar também para o lado, ter cuidado com o outro. Trabalhar essa palavrinha que está tão famosa nos últimos anos, que é a empatia. Apesar da distância, vamos olhar no olho, porque estamos juntos e temos que lutar juntos. Mas quando acabar, também estaremos unidos, e vai ser muito bom. Vamos sair mais fortes, tenho certeza disso”.
Também torcemos por isso, Angélica!
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