“Quando trabalhamos com alguém de fora o que salta são as diferenças, mas a arte é uma linguagem universal. Enquanto temos a dificuldade da linguagem, da palavra, o afeto, a coisa estética, o sentir, o campo das sensações nos traz um outro modo de comunicação que supera a linguagem verbal – que é o que salta a princípio como diferença”. É com essas palavras que Pedro Kosovski define o projeto HOBRA, idealizado pelo TEMPO_FESTIVAL, de Bia Junqueira, Cesar Augusto e Márcia Dias e financiado pela Holanda através de seus Ministérios de Negócios Estrangeiros e da Educação, Ciência e Cultura (Dutch Ministry of Foreign Affairs and Dutch Ministry of Education, Science and Culture). A ideia era promover uma residência colaborativa inédita com brasileiros que compõem um retrato da nova geração que produz arte em diferentes plataformas. Ou seja: dez artistas holandeses das mais variadas áreas desembarcaram no Rio de Janeiro no dia 11 de julho para uma experiência transversal entre os dois países que une arte e reflexão através de linguagens multidisciplinares.
Ficou curioso? Pois, além de teatro – que tem Pedro como integrante de uma dupla ao lado de Sjaron Minailo, o HOBRA juntou duplas de arquitetura, artes visuais, cinema, design, literatura, música, novas mídias, dança e teatro documental que estão trabalhando em obras inéditas que serão apresentadas ao público no domingo, 31, em uma ocupação para lá de especial em museus e centros culturais em Santa Teresa, como a Casa Laurinda Santos Lobo, o Museu Casa de Benjamin Constant e entornos – tudo com entrada franca.
“Com o advento das Olimpíadas nós criamos essa oportunidade de fazer esse projeto que foi muito nos moldes do Ocupation London, que eu fui um dos curadores – de artes cênicas. Ele foi idealizado pelo Paul Heritage e ocupou uma série de instituições na Inglaterra durante os Jogos Olímpicos lá. Foram 30 artistas do Rio para lá para essa ideia de uma troca de bastão cultural porque justamente logo depois de Londres seria o Rio de Janeiro a sede das Olimpíadas”, explicou César Augusto, que ressaltou as diferenças entre os projetos: “Demos outro perfil, uma vez que aqui no Rio todos vão apresentar suas obras na Laurinda e na casa Benjamin Constant. Em Londres era mais disperso. Aqui, levamos a obra para lugares que todo mundo merece conhecer. Ainda tem essa situação da arquitetura, de ser no bairro de Santa Teresa – que é perfeito pra receber esse tipo de engajamento”, disse.
Pois bem, são dez duplas… dez trabalhos, certo? “Saíram 34. Cada dupla fez mais de um e eles se misturaram, design fez cenário para teatro, por exemplo. Isso foi o mais legal”, destacou ele, que considera o intercâmbio o grande responsável por tanta inspiração. “É fundamental em todos os sentidos. A arte só nasce através do diálogo. Você sempre pensa e faz para o outro. Isso é exercício de diálogos contaminações e associações de ideias. Quando você cria um projeto como esse esta desenvolvendo laços para obras e parcerias futuras. Isso não acaba dia 31”, disse ele, que foi além: “É uma relação, com várias relações incluídas, e só mostram como a arte e cultura unem ideias, pessoas. São peças de teatro, intervenções de dança, shows, música. O mais legal é, de fato, juntar todas as tribos”, disse.
Fazer tudo isso durante as Olimpíadas também tem um gosto especial. “A ideia de uma residência artística dentro dos Jogos faz parte do próprio pensamento Olímpico – até soube há pouco tempo que as Olimpíadas tinham seu lado cultural inclusive com medalhas, as Olimpíadas artísticas eram tão merecedoras de medalhas quanto as de esportes”, contou César, que não descarta, no futuro, promover novos “BRAs”. “É a primeira edição desse projeto, qye nasceu para ser uma programação de residência Holanda-Brasil, mas talvez continue. Minha vontade é que tenhamos outros intercâmbios com outros países no sentido de residências internacionais, que já é um pouco a proposta desde o início do Tempo Festival. Gostamos de criar projetos especiais mesmo que não estejam dentro do escopo da programação do nosso festival – que acontece em outubro”, disse. Afinal, a arte é sempre “achar novas soluções e caminhos”. “Aliás, essa não é a primeira nem será a última crise pela qual passamos. É necessário ser forte, ter diálogo e abrir a comunicação para mais entendimentos – e que a coisa não sucumba. Porque não vai. A gente sabe fazer e nunca foi diferente”, endossou.
De fato: haja gente que sabe fazer! Wagner Novais, da dupla de cinema, por exemplo, nasceu na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, começou sua carreira em 2005, como promotor no projeto Cinema para Todos e, hoje, acumula trabalhos incríveis como ‘Fonte de Renda’ e um dos episódios do longa ‘Cinco Vezes Favela – Agora por Nós Mesmos’, de 2010, todos filmados por realizadores egressos de comunidades carentes do Rio de Janeiro. Produzido por Cacá Diegues e Renata Almeida Magalhães, o filme foi escolhido para a Seleção Oficial do Festival de Cannes de 2010 e recebeu os prêmios de melhor filme de ficção – pelos júris oficial e popular –, atriz, ator coadjuvante, roteiro, trilha sonora e montagem no Festival de Paulínia de 2010. Além disso, ele roteirizou, dirigiu e editou diversos curtas- metragens e, atualmente, cursa cinema na Universidade Estácio de Sá e direção cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro.
“Eu já tenho o hábito de trabalhar de forma coletiva, porque faço parte do coletivo da Maré, o ‘Maré vive’ e ajudei na formação de outros pela cidade, então, para mim, fazer um trabalho colaborativo não é difícil”, explicou ele, que forma dupla com a holandesa Daan Gielis. “A parte mais complicada é a comunicação, mas trabalhar com artistas de fora é bem legal porque são outras realidades, experiências e vivências. Isso é muito agregador para a arte e traz uma bagagem diferente”, analisou ele, que adiantou um pouco do que vai apresentar: “É um curta com tema bem atual: Olimpíadas, questões da cidade. Eu fotografei intervenções urbanas e perguntei o que os artistas responderiam a elas. Mas não é documental, é ficcional, as respostas viraram falas de personagens”, explicou.
Já Pedro Kosovski, o dramaturgo, ator e diretor carioca premiadíssimo que se formou na escola de teatro O Tablado, – onde atualmente é professor, também tem um projeto para lá de especial. Formado em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde também concluiu seu mestrado e atualmente é professor da pós-graduação, desde 2005, integra ‘Aquela Companhia’, como autor e ator. Entre seus trabalhos mais recentes destacam-se ‘Outside’, de 2011 – indicado ao Prêmio Questão de Crítica na categoria Dramaturgia e ao Prêmio APTR na categoria Melhor Texto, além de vencedor do Prêmio FITA pelo texto – , ‘Cara de Cavalo’, de 2012, indicado aos prêmios Shell e Questão de Crítica pelo texto – e ‘Caranguejo Overdrive’, de 2015, que lhe rendeu os prêmios APTR, Cesgranrio e Shell. “Tive sorte esse ano”, brincou ele, que foi convidado por César para o HOBRA. “Fiquei muito feliz porque é um projeto muito específico, primeiro porque trabalhamos com alguém junto, então é desafiador – afinal, as pessoas são diferentes. Além de serem artistas com outra língua, outra cultura, é uma situação singular porque é uma residência com muitos linguagens artísticas. O pessoal do design, arquitetura, dança, novas mídias e outros se mistura. É bem bacana, nunca vi nada igual”, disse.
A dupla de Pedro, Sjaron Minailo, é diretor de ópera e musicais, lida em sua obra com a fusão de música, dança, teatro, moda e artes visuais em uma experiência estética emocional. O núcleo de sua prática é a colaboração com diferentes artistas, sobretudo europeus, americanos e do Oriente Médio. “Ele é fantástico, brilhante. Nós vamos fazer um trabalho na Laurinda que tem como ponto de partida o espaço, que é uma casa quase caindo aos pedaços então é um tipo de trabalho em um lugar, junto com a materialidade do espaço. São duas atrizes no palco. É uma criação coletiva, não vim com projeto pronto. O nome é ‘Arariboy’, um trocadilho com araribóia e boy, que fala da minha pesquisa e da onda do Sjaron. O trabalho dele é abstrato, de teatro imagético, visual, e eu trouxe esse lugar da cidade, da memória do Rio”, adiantou ele, que não chegou a trocar tanto com os artistas das outras áreas. “Estou bem próximo do Sjaron, nosso trabalho está bem afinado”, confessou.
E não são só os brasileiros que estão felicíssimos com o projeto. O holandês Johnnas Ohlsson, que está trabalhando ao lado de Marcos Chaves no projeto de artes visuais, é um artista multifacetado: desenha, faz instalações e objetos, compõe música, escreve textos e toca regularmente. Sua arte visual é composta de coleções caóticas de referências pessoais e populares. Além da música, provocação e humor estão claramente presentes em seu trabalho, bem como sexo, drogas, política, história da arte e cultura urbana de rua. “Eu sou muito fã do Marcos Chaves, já o conhecia porque estive aqui no Brasil por seis meses em 2007 e ele me deu uns livros. A arte dele é incrível, tive contato há quase dez anos e depois nos vimos na Holanda de novo”, contou ele, que adiantou o que os dois estão preparando: “A gente vem conversado e gravado essas conversas sobre nosso projeto para transformar em performances sobre elas com música. É uma pequena intervenção, com direito a vídeos”, disse.
Para Johnnas, o melhor do projeto é a oportunidade de troca entre os artistas. ”O HOBRA é uma forma muito legal de conhecer pessoas. Estamos aqui há três semanas e a exibição dos resultados em si é curta, mas a ideia principal acho que é essa, conhecer gente, falar sobre arte, vida, fazer amigos para a vida… aqui é só um começo de uma relação”, analisou ele, que acredita que, em época de Olimpíadas, o HOBRA veio na hora certa. “Acho que os Jogos são mais sobre competição entre Holanda e Brasil e outros países e aqui é sobre cooperação, que é a maior força humana. Nós aprendemos uns com os outros a como fazer arte. Estamos aqui para celebrar o mais poderoso poder humano: a união”.
Quem concorda com ele é Fernando Belfiore – o artista que talvez seja a síntese do projeto como um todo, afinal, é brasileiro, mas é a parte “holandesa” da dupla de dança. Explicamos: coreógrafo e performer, Fernando estudou teatro na Universidade de São Paulo antes de mudar-se para Amsterdã, onde formou-se na SNDO (School for New Dance Development). Seu trabalho de conclusão, The Miserable Thing, foi indicado para o prêmio ITs Festival Choreography Award e recebeu o prêmio de Melhor Direção do ACT Festival, na Espanha, em 2012. Convidado a fazer parte do Europe in Motion de 2012, ganhou a bolsa de estudos ImPulsTanz DanceWEB em 2013. Fernando faz residência artística na casa de produções Dansmakers Amsterdam e, em 2013, começou a desenvolver a performance ‘Supernatural’, com Florentina Holzinger, apresentada na SSBA-Salon Stadsschouwburg. Atualmente, mostra seu solo, AL13FB<3, e trabalha com um novo grupo a performance D3US/x\M4CHIN4. Ele ensina pesquisa de movimento na SNDO, é artista convidado no ICK (International Choreographic Arts Centre) e colabora com o Workspacebrussels. “Quando eu decidi aplicar para o projeto pensei nisso – da identidade, de eu juntar tudo. Já moro na Holanda há nove anos”, contou.
Sua dupla? A brasileiríssima Dani Lima, bailarina e coreógrafa fundadora da Intrépida Trupe, grupo que integrou por 13 anos. Em 1997, criou sua própria companhia, com a qual tem realizado espetáculos, residências e workshops por todo o Brasil. Suas montagens ‘Piti’ (1998), ‘Nato’ (1999), ‘Digital Brazuca’ (2001), ‘Vaidade’ (2001), ‘Falam as Partes do Todo?’ (2003), ‘Vida Real em 3 Capítulos’ (2006-2007) e ‘Pequeno Inventário de Lugares-Comuns’ (2009) foram destaque da crítica especializada como os melhores espetáculos de dança de seus respectivos anos. Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e mestre em Teatro pela Uni-Rio, publicou os livros ‘Corpo, Política e Discurso na Dança de Lia Rodrigues’, em 2007 e ‘Gesto – Práticas e Discursos’, em 2013. “O mundo está permeado em trocas e o mais legal desse projeto é pensar isso, nas trocas íntimas e verdadeiras, não só as superficiais”, disse Fernando, que não conhecia a cena do Rio: “Sou de São Paulo e o mais engraçado é que eu não conhecia nenhum brasileiro e nem holandês do HOBRA, mas acho que são relações que vão prospectar, porque o povo é muito interessante”, disse.
E será que fazer isso durante as Olimpíadas tem um gosto especial para Fernando? “Acho que, realmente, o destaque é a questão da troca, de ela ser o centro da atenção, não uma forma de rotular identidades, mas de produzir juntos. Os Jogos são o menos importante de tudo isso, a situação política do país é o que merece destaque, tudo que está acontecendo e como o Brasil está sendo afetado. E, por aqui, estado está mais normal do que eu pensava, de fora parece pior. Vejo que existe a mobilização, mas também tem um estado de normalidade que não esperava e não queria ver. Quero que continuem lutando por seus direitos, por um mundo que as pessoas possam trocar e serem iguais e amarem sem ser oprimidas e baleadas na rua”, defendeu.
Fernando foi além e adiantou um pouco de seus projetos no HOBRA. “São dois. Um é a vídeo performance junto com a Clara Cavour, que é a convidada especial, e o outro, a Dani e eu começamos já a fazer workshop para mobilizar a cena, conhecer quem está envolvido com a dança. Dividimos nossas praticas com as pessoas também. Vamos fazer uma life performance, uma coreografia com nossas ideias”, disse.
Ficou curioso? Pois Clara Cavour, jornalista e mestranda no programa de Literatura, Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio, que foi repórter do Jornal do Brasil e, desde 2008, trabalha como filmmaker, diretora de documentários musicais e videoclipes, além de desenvolver o trabalho autoral ‘Retratos’, uma série de retratos filmados de pessoas do tempo presente, nos contou um pouco do que está preparando. “Encontrei com a Dani Lima, que estava a fim de fazer um trabalho em vídeo de investigar gestos do grupo que estava aqui trabalhando. E eu já tenho um trabalho de retratos filmados, começamos a pensar juntos fizemos quase que um trio – eu, ela e Fernando 0para investigar e fazer um inventário gestual desse grupo”, contou ela, que, além dessa, apresentará outra obra. “Inicialmente eu tinha pensado em, de alguma forma, entrevistar. No final das contas é de gestos, não fala. Para mim foi bom porque estoh acostumada a trabalhar em cima da fala e tiramos justamente as palavras. Vai estar na exposição e também vou ter outro trabalho lá, um vídeo sobre a relação das pessoas com o mar”, adiantou.
E como surgiu essa ideia? “Olhando as pessoas entrando no mar (risos). Tive vontade de filmar como é aquele momento que você se aproxima de uma coisa tão grande, selvagem, da natureza, maior do que você. Você fica pequeno, medroso. É a relação do ser humano com o mar – que é tão maior que ele, o momento de respeito, de medo, de frio, de adaptação, até se jogar e ser um lugar tão de conforto também quando você entra”, explicou Clara, que, coincidentemente, em seus dois trabalhos, tem olhado especialmente para como o corpo das pessoas fala. Afinal, ela mesma está grávida. “Estou mais sensível com isso, então esse trabalho é menos racional, como eram meus trabalhos antes”, explicou ela, que se apaixonou pela ideia do intercâmbio cultural. “E para mim foi perfeito porque, de alguma forma, eu passei por todos daqui. Foi muito legal documentar as pessoas pelos seus gestos. É íntimo”, analisou.
Ninguém melhor para nos dizer, então, quais as particularidades dos brasileiros e dos holandeses. “É engraçado porque os holandeses se mexem muito menos do que nós. É mais plácido. A gente gesticula mais”, revelou.
Outros artistas:
DESIGN
YURI VEERMAN – NL
É um artista e performer, cujo trabalho lida com símbolos culturais. Se você remixa uma bandeira, ainda restam traços do país em cada cor? Se você rala uma moeda até virar poeira, para onde vai seu valor original? Se você traduz o hino nacional holandês para o árabe, a quem ele está sendo endereçado? Ao reconstruir esses elementos, as obras de Veerman criam espaço para uma nova narrativa. Ele é formado pelo Instituto Sandberg, de Amsterdã. Ensina design gráfico na Escola de Artes de Utrecht e na Academia Willem de Kooning. É um dos fundadores da Platform for Visual Arts, um “think tank” (laboratório de ideias) sobre artes, nos Países Baixos.
CLARA MELIANDE – BR
A designer e curadora tem formação em Comunicação Visual e mestrado em Design, Teoria e Crítica. Em 2013, fez parte do Autumn Curatorial Residency Program, projeto de residência artística do Node Center for Curatorial Studies, em Berlim, onde ficou por três meses e desenvolveu uma exposição que explorava o papel do curador como tradutor. Como designer independente, Clara tem se envolvido em projetos colaborativos voltados para edição, educação, curadoria e crítica de design, como Escola Aberta (2012) e Editora Temporária (2013). Entre 2013 e 2015, morou na Bélgica, onde trabalhou como designer e pesquisadora, além de colaborar com a equipe de curadores do Design Museum de Gent. Tendo trabalhado em diversos estúdios do Rio de Janeiro, Clara gosta de pensar exposições como meios para discutir assuntos como a verdade histórica e os papéis políticos do design.
LITERATURA
JAN CLEIJNE – NL
Jan Cleijne começou sua carreira em 2001, ilustrando livros infantis e colaborando com revistas em quadrinhos. Desde então, tem trabalhado junto a uma ampla gama de editoras, museus e produções teatrais. Ciclista amador, Cleijne fez de sua primeira graphic novel, Legends of the Tour, um retrato apaixonado sobre o esporte e sua principal prova, o Tour de France. Na obra, ele apresenta lendas como Jacques Anquetil, Fausto Coppi e Eddy Merckx, e narra a evolução do ciclismo, do seu começo inocente no início do século XX (quando os competidores paravam no meio do caminho para uma cerveja) até a máquina de fazer dinheiro de hoje em dia, marcada pelo escândalo de doping de Lance Armstrong, destituído de suas sete vitórias no Tour de France.
LUCAS VIRIATO – BR
O carioca é formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É mestre em Literatura Brasileira pela mesma universidade, na qual cursa atualmente o doutorado em Literatura. Desde 2006, edita o jornal literário Plástico Bolha, que já publicou centenas de escritores e poetas, entre novos e consagrados. Lançou Memórias Indianas (2007), Retorno ao Oriente (2008), Contos de Mary Blaigdfield, a Mulher que Não Queria Falar sobre o Kentucky – E Outras Histórias (2010), Antologia de Prosa Plástico Bolha (2010), Curtos e Curtíssimos (2012), Muestras (2013), Corpo Pouco (2013), Antologia de Poesia Plástico Bolha (2014) e Blue (2015). Após passar pelo evento CEP 20.000, no qual trabalhou com o poeta Chacal, organizou o Labirinto Poético e o Estação Nordeste. Seu trabalho mais recente é a curadoria da exposição Poesia Agora, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Já participou de diversos festivais de poesia pela América Latina e recebeu, em 2012, o prêmio Agente Jovem de Cultura, concedido pelo Ministério da Cultura. Está com dois livros no prelo: Nepal Legal e Índia Derradeira, ambos para 2016.
MÚSICA
EMMA REKERS – NL
Possui licenciatura em música pelo Conservatório de Amsterdã. Quando criança, fez parte do Coro Infantil Nacional da Holanda. Hoje, atua como regente de coro, pesquisadora e coordenadora de workshops para instituições, eventos e salas de concerto como National Opera & Ballet, Splendor Amsterdam, Rotterdam Philharmonic Orchestra, Opera Forward Festival, Vocal Group LEFT e Het Concertgebouw Amsterdam. Emma também exerce a função de vocal coach para integrantes da Royal Concertgebouw Orchestra. Desde 2013, é trainee do programa puntComp, que pesquisa a prática de workshops criativos na produção musical na Holanda.
FLORIANO ROMANO – BR
Formado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, trabalha na criação de obras que combinam instalação, performance e som – intervenções urbanas e sonoras, abertas à participação e produzidas com o auxílio do próprio público. Em 2011, participou da Mostra Panorama da Arte Brasileira e desenvolveu o projeto INTRASOM, com quatro ações no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Integrou a coletiva Voces Diferenciales em Cuba e a 7ª Bienal do Mercosul, em 2009, além de mais de uma centena de exposições desde 2000. Foi o criador do programa de rádio Oinusitado, ponto de encontro da cena de arte sonora carioca entre 2002 e 2004. Entre os prêmios recebidos por suas instalações sonoras estão: Projéteis de Arte Contemporânea, Marcantonio Vilaça e Interações Estéticas. Atualmente, é professor da Escola de Belas Artes da UFRJ.
NOVAS MÍDIAS
THOMAS KUIJPERS – NL
Desenvolveu o gosto por investigar fotografias, em vez de produzi-las; durante o mestrado em fotografia, eventualmente parou completamente de tirar suas próprias fotos. Desde 2011, trabalha como artista visual, abordando a maneira como imagens (e textos) são usadas para criar narrativas sobre acontecimentos, e como essas narrativas influenciam nossa percepção. A partir da coleta de materiais a respeito de algum fato recente, Thom inicia a busca por um tema, um fragmento ou pequena metáfora que desenrola o modo como a história será contada. Essa coleção de materiais forma a base de um novo projeto e, não raro, se transforma em parte da obra em si. Seu trabalho tem sido exibido em espaços como Art Weekender (Bristol), MASP (São Paulo), B.A.D. (Bruxelas), Kunsthal (Roterdã), Stedelijk Museum (Amsterdã) e Krakow Photomonth Festival 2016 (Cracóvia).
JÚLIO PARENTE – BR
Formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 2012, o designer se interessa pelos campos da música, artes visuais e tecnologia. Nos últimos meses, tem trabalhado com projetos que incluem montagem de exposições multimídia, projeções e vídeo-cenários para shows, festas e peças de teatro por todo o Brasil.
DOC TEATRO
PATRICK PESSOA – BR
Doutor em Filosofia pela UFRJ/Universität Potsdam e professor do Programa de Pós-Graduação e do Departamento de Filosofia da UFF. É editor da Revista VISO: Cadernos de Estética Aplicada e atua como crítico teatral na Revista Questão de Crítica. Em 2008, publicou A Segunda Vida de Brás Cubas: A Filosofia da Arte de Machado de Assis (Ed. Rocco), finalista do prêmio Jabuti de Teoria e Crítica Literária. Em 2013, em parceria com Alexandre Costa, publicou A História da Filosofia em 40 Filmes (Nau Editora). Assinou a tradução e a dramaturgia dos espetáculos Na Selva das Cidades, de Brecht, dirigido por Aderbal Freire-Filho (2011), e Oréstia, de Ésquilo, dirigido por Malu Galli e Bel Garcia (2012). Em 2014, em parceria com o diretor Marcio Breu, escreveu a peça Nômades. Em 2015, em parceria com Alexandre Costa, escreveu Labirinto (2015), dirigida por Daniela Amorim. Em 2016, em parceria com o diretor Adriano Guimarães, escreveu O imortal: Um Ensaio.
JÖRGEN TJON A FONG – NL
Diretor de arte, produtor e ator de Suriname baseado na Holanda. Formado pela Escola de Teatro de Amsterdã, abordou o Stadsschouwburg Amsterdam, um dos teatros mais antigos do país, com a proposta de dirigir e produzir uma série de programas mirando um novo público. Desde 2002, Jörgen produz e dirige peças de sua companhia, a Urban Myth, organiza debates e produz espetáculos para apresentação de novos talentos. Os eventos são um sucesso, quase sempre com lotação esgotada. As produções teatrais inspiram-se em textos clássicos, que variam de tragédias gregas à obra de escritores contemporâneos dos Estados Unidos. No palco, Jörgen reúne jovens intérpretes com bagagens culturais bem distintas. Ele também tem mestrado em Estudo de Práticas Avançadas de Teatro pela Universidade de Londres.
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