Val Marchiori ensina passos para a riqueza e dispara: “Tem artista que faz de tudo para aparecer e depois acha assédio um cúmulo. Vai ser marceneiro!”

* Por Karina Kuperman e Lucas Rezende

Val Marchiori ouviu toda vida que se tornou rica por causa de um bom casamento com um milionário. “Eu nem ligo mais. O ser humano é que nem boiada. Onde um boi vai, os outros vão atrás. Até para falar de mim, tem que procurar saber. Se tiver interesse, procure, leia. Mas se não tiver, ok. Não vivo da opinião de ninguém e sim do meu trabalho”. Foi assim, no maior estilo papo reto, que a socialite conversou exclusivamente com HT direto de sua residência no Jardins, bairro de classe alta da Zona Sul paulistana. “As pessoas não sabem da minha trajetória e por isso fiz questão de escrever o livro”, disse, se referindo ao “Livro de Ouro da Val” com sete passos para a riqueza e prosperidade (Companhia Editora Nacional, 224 páginas, R$ 31,90).

Na obra, divida em sete capítulos, Val disserta em casa um sobre uma atitude: identificar as necessidades e valorizar os desejos, criar oportunidades onde elas não existem, buscar aliados para a prosperidade, gostar do dinheiro, livrar-se de comportamentos que limitam, ter muita autoconfiança e compartilhar as conquistas. Uma espécie de auto ajuda, portanto? “Nem eu sabia que podia fazer livro desse tipo. Eu não sou velha, né. Como fazer um livro? As pessoas achavam que era um livro de fofocas, de perua, mas é motivador e não sabiam que eu tinha passado fome, morado na igreja. Ninguém sabe o que a gente passa”, ressaltou.

Mas a gente, ah, a gente quis saber. “Dinheiro veio por necessidade. Não é que eu gosto de ostentar. Eu queria comprar um sapato porque meu pé tinha crescido e o meu não cabia. Aí eu fui vender cosméticos, porque uma professora também vendia, mas levei um calote logo no primeiro mês, quando eu tinha 11 anos de idade. Compravam e não me pagavam. Meu pai, na época, era boia-fria, só recebia no dia 10 de cada mês, mas quando o dinheiro entrou eu reverti a situação”, lembrou Val, que não parou por aí: “Participava de concurso de rainha de estudante e vendia calculadora. Não queria ser famosa, e, sim, rica, não depender de ninguém. Queria voar de avião, conhecer outros lugares”.

A fala pode até parecer contraditória perto do currículo na TV que Val conquistou. Mas ela garante: “recebi convite dentro da minha casa. Nunca procurei ninguém”. “O Amaury Jr. quem me convidou para fazer parte do programa dele. Queria eu do jeito que eu era, falando ‘Hello!’. Nunca fui atrás de fama, nunca plantei bananeira, posei nua. Eu gosto de fama, sim, a TV é um bichinho que pica. Você começa a trabalhar e vai aprendendo. De repente você está andando na rua, as pessoas te abraçam, choram. Eu gosto de gente, de ser humano. Meu pai falava desde pequena que eu parecia politica. Tem muito artista que faz de tudo para aparecer e depois se esconde, acha assédio um cúmulo. Para que tá la então, querida? Vai ser marceneiro, empresário. Faz tudo pra aparecer depois quer ser blasé”, ironizou.

Hoje, Val evita falar de valores, e avalia seu patrimônio como “considerável”. “Estou muito feliz com ele, de onde vim para o que tenho. Meus filhos (ela é mãe de Victor e Eike) vão ter boa educação, boa casa”. Palavras de quem já gastou em uma loja de Nova York 28 mil dólares em um vestido da grife Marchesa. “Sabe aquele que você não pergunta o preço, coloca no corpo e quando vê é super caro? Mas eu fui rainha do Brazilian Bowl Grill (restaurante da Big Apple) com ele. Me deu sorte”. Isso é ostentação, certo? “Não! Tenho direito. O dinheiro é meu. Ostentar é não ter e querer mostrar. Ir para camarote e pagar para quem não conhece. Eu me sinto feliz, me dá prazer.  Sou merecedora, trabalhei para isso. E pode ser um carro, um anel, uma viagem. Se isso é ostentar? Não. É resultado do trabalho”, respondeu.

Val, aos 41 anos, ainda quer comprar “muita coisa” que não pode. “Um jato e um apartamento em Paris”, por exemplo. Mas não é deslumbrada e tem traquejo para comentar sobre a crise política e econômica por qual passa o país. Discurso, aliás, bem diferente de quando encontrou HT na 20ª São Paulo Fashion Week e debochou sobre o preço da Chanel. “Eu como empresária que pagos meus impostos sei que está difícil. Tudo é caro e o trabalhador quem paga. Estou indignada com essa vergonha que estamos vivendo. Que país esperar para os meus filhos e netos? Vejo como momento de reflexão, que aprendam com isso. Que não se vendam por cestas básicas, que aprendam a votar. Os eleitores são culpados também, porque quem se vende é cúmplice”, criticou.

Palavras de quem perdeu tudo à época do confisco do governo Fernando Collor de Mello (1990-1992). “Meu pai fazia feira no nosso sítio. Quando ia político oferecer algo, ele não se vendia. É cultural, educação. Temos que viver num país em que as pessoas tenham hospital, por exemplo. Até hoje pago plano de saúde pra minha avó. Os velhinhos morrem na fila do SUS por causa dos políticos. E outra coisa: se tiver que ir para a rua protestar, vou também. Sou cidadã, não devo nada a ninguém”. Uma entrevista bem à la Val, mulher que “fala o que pensa, a verdade”. “As pessoas são muito chatas hoje em dia. Eu falo o que quero. Não estou magoando, falando do caráter de ninguém. Errado é dever, roubar”. Tá bom ou quer mais?

Serviço

Livro: “O livro de ouro da Val – sete passos para a riqueza e a prosperidade”

Autora: Val Marchiori

Editora: Companhia Editora Nacional

Páginas: 224

Preço: R$ 31,90

Lançamento na Livraria da Travessa, na Barra da Tijuca (RJ), no dia 08 de dezembro