*Por Brunna Condini
Thalita Rebouças agora também para maiores. Em ‘Felicidade inegociável e outras rimas’, a escritora reconhecida por suas obras-sucesso infantojuvenis, volta agora seu foco para temas do universo feminino maduro, como menopausa, divórcio, ter ou não filhos, autoaceitação, entre outros. Pouco antes de lançar sua nova publicação no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (20), na livraria Janela, no Shopping da Gávea, ela conversou conosco sobre seu 21º livro, a liberdade de ser o que é em cada fase da vida e os ganhos do passar dos anos, inclusive no amor e no sexo.
Amar é muuuuuito melhor hoje! O sexo então… o gozo é profundo, a relação é intensa. Sei lá. Uma loucura (risos) – Thalita Rebouças
Aos 49 anos – ela completa 50 em novembro – contabilizando 25 anos de trajetória dedicada à escrita, Thalita conta que ainda há muito por vir. “Estou fazendo projetos para o audiovisual sobre menopausa, separação pós-40 e relacionamentos maduros. Não posso falar muito, mas vem aí série e filme para adultos. Então estou muito nessa pegada. Em junho vou lançar o ‘Falando sério sobre a adolescência‘, um livro que fiz com o meu marido, que é terapeuta, o Renato Caminha, que vai ser o segundo não-ficção. É um glossário de A a Z com assuntos para os pais”.
Com aproximadamente três milhões de exemplares vendidos, com livros que viraram filmes, peças de teatro e até jogos, Thalita também faz sucesso fora do país desde 2009 e é considerada a nossa maior escritora infantojuvenil hoje. Construiu sua história até aqui como sonhou? “Pelo contrário, consegui muito mais do que eu sonhei. E posso dizer que não me arrependo de nada. Fico muito feliz com todas as escolhas da minha carreira e também a forma como eu lido com ela”, analisa.
Cada vez mais feliz na própria pele, com criatividade e humor, Thalita divulgou recentemente o lançamento do novo livro de forma inusitada na sua conta do Instagram: de biquíni e com as informações anotadas no bumbum. “Estou mostrando esse corpinho, porque é o meu momento. Mulher madura pode tudo. E já que bunda engaja, é nela que eu anuncio”, divertiu-se.
Falando ao site sobre a ‘estratégia’ de divulgação, Thalita observou ainda:
É isso, amor. Se é a bunda que engaja, eu vou botar minha bunda pra jogo. Há 24 anos, subi em uma cadeira na Bienal para chamar a atenção das pessoas. Agora não tem mais isso, então a ‘cadeira’ é o Instagram. E no Instagram o que dá certo? Não é qualquer grito, é a bunda. Então é a bunda que eu tenho e realmente juntei-me a eles – Thalita Rebouças
Liberdade inegociável
Em ‘Felicidade inegociável e outras rimas‘, Thalita Rebouças escreve para mulheres que, assim como ela, se encontram em uma fase mais madura da vida e encaram desafios diferentes e desconhecidos. Em mais de 60 textos, que intercalam prosa e poesia — ou rimas, como a autora gosta de chamar —, ela aborda temas importantes do universo feminino e muitos deles, ainda tabus.
“Ninguém quer falar de menopausa, é um assunto ainda cercado de preconceitos. O que a gente tem de ganho nessa fase? Fogacho, falta de memória, impaciência, mas eu acredito que é importantíssimo falar cada vez mais sobre isso. Quando eu era mais nova, ninguém falava. Acho que é muito bom hoje poder falar para as pessoas que estão se aproximando da idade da menopausa, para que entendam o que está por vir, desmistificando o assunto, sabe? Eu entrei ali pelos 46 anos e estou aí fazendo reposição hormonal e querendo cada dia mais dizer para as mulheres que está tudo bem”.
Mulher madura pode tudo? “Ah, pode tudo porque a gente encontra a paz e o sossego que não temos, nem com 30 anos, nem com 20, nem com 35. Quanto mais envelhecemos, mais sábias ficamos, mais cedo a gente reconhece a toxicidade das relações, mais cedo a gente consegue se livrar de coisas que 10 anos antes não conseguia. Então, a maturidade nisso só trouxe coisa boa”. E frisa:
Sem contar que tudo fica muito melhor, sexo, a pele. Você perde colágeno, mas você ganha tanto de paz e de maturidade, de sabedoria que está valendo – Thalita Rebouças
E que conselhos daria para quem deseja de viver de contar histórias? “Para correr atrás. É difícil pra caramba, mas acho que se eu consegui, todo mundo consegue. É importante ler bastante e escrever, não adianta ter ideia e não escrever”.
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