Tate Modern, em Londres, recebe a mostra “The EY Exhibition: The World Goes Pop” e mostra como o movimento artístico revolucionou o mundo


Berço da pop art, a Inglaterra abre suas portas para 200 obras que contam a história do movimento, a importância das mulheres e o viés político na cultura

A pop art é um movimento artístico que surgiu entre as décadas de 60 e 70 na Inglaterra e é conhecido como o marco de passagem da modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental. Pois é para onde tudo começou que a exposição “The EY Exhibition: The World Goes Pop” volta para contar a história do movimento. Mais precisamente para Londres, na Tate Modern. A ideia é contar como a cultura surgiu em regiões da América Latina, Ásia, Europa e Oriente Médio através de 200 obras e mostrar que o movimento, muitas vezes, já foi além do comercial ao longo de sua história.

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As obras são significativas e mostram como a cultura pop art foi se inserindo no mundo (Foto: Matt Dunham)

Em cartaz até janeiro de 2016, os artistas selecionados para a mostra se destacam por dois fatores: a importância das mulheres na pop art e o viés político, principalmente em regiões como China e América Latina, que viviam em ditaduras na época. Os movimentos mais famosos destacados são o comunismo e a revolução islâmica na África e Oriente médio, onde o grupo Saqqakhaneh de jovens artistas reinterpretara símbolos da cultura persa e a marroquina Nicola L. criou a obra “The Red Coat” em alusão ao comunismo. Já na América Latina o destaque fica por conta das mulheres como protagonistas e a repressão política da ditadura. Enquanto nos Estados Unidos a mulher era a musa na pop art, mais para baixo do continente elas eram autoras de obras fortes que criticavam o governo militar e revelavam o impacto negativo da política, como foi o caso de Anna Maria Maiolino e da argentina Delia Cancela. Enquanto a primeira apresentou uma série de imagens do sistema digestivo em alusão à situação política do país, Delia pintou corações partidos em fragmentos pendurados por fitas.

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The Red Coat, da marroquina Nicola L., faz alusão ao comunismo (Foto: Reprodução/VisitLondon)

Do outro lado do mundo, na Europa e na Rússia, os governos repressores, junto aos protestos de maio de 68 da França, também foram tema da pop art. O espanhol Joan Rabascall, exilado em Paris, produziu uma montagem que combinava uma boca vermelha e a bomba atômica, misturando sensualidade e violência. O trio espanhol Equipo Crónica também retratou a ditadura e as convicções políticas da época em imagens coloridas. Já na Ásia, as cores vibrantes foram usadas em gravuras ocidentais, em um diálogo harmônico entre o Ocidente e o Oriente. Obras de Ushio Shinohara e do artista gráfico e ilustrador Keiichi Tanaami estão em destaque no Tate. Arte que vale conferir de perto. Veja mais na galeria abaixo:

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