“O Brasil é meu país de escolha e por isso meu país duas vezes. Eu não nasci aqui, escolhi este lugar para viver. Quando a gente nasce não escolhe nada, nasce por acaso. Eu escolhi meu país”. A declaração de amor ao Brasil foi feita por Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta modernista ítalo-brasileira que, com seus traços disruptivos, criou uma chancela singular de formas livres e inovadoras, reverberando a identidade do Brasil que tanto amou. Seus projetos de vida também abraçaram as artes plásticas, o design, a literatura e antropologia. O legado e a beleza dos seus trabalhos podem ser conferidos na mostra ‘Traços de Lina‘, realizada na Casa Birman, em São Paulo, cuja arquitetura é modernista, assim como o mobiliário. O local sedia o hub criativo da label Alexandre Birman e a exposição celebra ainda a sinergia que pode ser feita magistralmente entre moda e design, grandes pilares da marca Alexandre Birman, consolidada internacionalmente, e resultar em acessórios-desejo.
Na exposição, podemos mergulhar em uma seleção de fotografias e desenhos originais e refletirmos sobre a narrativa autoral de Lina Bo Bardi. A trajetória da arquiteta, nascida em Roma, na Itália, e que se tornou uma cidadã brasileira, é retratada através de uma linha do tempo, na qual projetos importantíssimos, como por exemplo a Casa de Vidro, onde morou, o MASP, o SESC Pompeia, primam pela excelência de olhares múltiplos da artista lançados para a cidade de São Paulo. Lina, que também desenhou joias e desenvolveu móveis, veio para o nosso país com o marido, Pietro Maria Bardi (1900-1999), em 1946, após a Segunda Guerra Mundial, buscando novos mercados para a arte e seu trabalho, já que a Europa encontrava-se devastada pela guerra. Ela sempre ressaltava que o Brasil era o seu lugar, onde encontrou solo fértil para fazer germinar ainda mais sua sensibilidade por temas humanísticos, e também para a idealização de projetos.
A sincronia entre o DNA modernista da arquiteta e designer e a essência das criações da equipe da marca de calçados Alexandre Birman, sinônimo de vanguardismo, efervescência criativa e cuja filosofia é permeada por contemplar as artes. Bravo, Lina Bo Bardi! Bravíssimo, Alexandre Birman, à frente de um dos maiores conglomerados de moda, CEO e CCO do Grupo Arezzo&Co – que agora se une ao Grupo SOMA e se torna a maior plataforma fashion da América Latina. Os calçados são pura sofisticação em design e inovação em matérias-primas e a excelência do fatto a mano e a originalidade impactam positivamente a atmosfera das clientes-protagonistas.
Na semana de moda de Milão, tendo como cenário o Four Seasons, a coleção LINA, cápsula da marca Alexandre Birman, foi apresentada também em grande estilo na Europa. Os modelos foram desenvolvidos a partir de um processo criativo meticuloso entre a marca, o Instituto Lina e P.M Bardi e a ETEL, renomada fabricante brasileira de design, que edita móveis icônicos há mais de 30 anos. Os modelos que estão disponíveis nas lojas são verdadeiras joias e a mostra é memorável, já que Lina desbravou caminhos corajosamente em suas plurais atividades, deixando seus traços como referência mundial. Amamos mulheres que inspiram!
Lina Bo Bardi foi uma mulher à frente de seu tempo. Seus traços estão no teatro da sede da companhia do Teatro Oficina Uzyna Uzona, que foi cofundada e dirigida pelo dramaturgo José Celso Martinez Correa (1937-2023), o Zé Celso. A conexão de Lina com o universo da moda é representada pelo símbolo do Teatro Oficina, onde ela se envolveu com a indústria têxtil, desenvolvendo também figurinos para teatro.
Destaque também para a o projeto do Sesc Pompeia, concluído em 1977. O centro cultural da Zona Oeste da capital paulista entrou na lista de um dos principais jornais do mundo, o New York Times, por estar entre as 25 obras mais significativas da arquitetura do pós-guerra. Podemos contemplar ainda a emblemática Casa de Vidro, projetada em 1951, residência de Lina e do marido Pietro, no bairro do Morumbi, celebrada até hoje como uma das construções mais emblemáticas do modernismo brasileiro. Desde 1990, o lugar abriga o Instituto Bardi/Casa de Vidro, fundado pelo casal, denominado como uma organização sem fins lucrativos para a produção intelectual no campo da arquitetura, do urbanismo, do design e das artes. Lina segue inspirando no campo da arquitetura, das artes e da cultura.
A coleção da marca Alexandre Birman conta com Rocking Mule, Bola Sandal e Trolley Sandal, modelos inspirados respectivamente nas obras icônicas da arquiteta: a Poltrona de Balanço (1948), a Cadeira Bola de Latão (1951) e o Carrinho de Chá (1948). Acessórios atemporais, verdadeiras obras-de-arte em sinergia com a arte de Lina Bo Bardi! As peças que inspiraram os produtos estarão na Casa Birman até o dia 30, já as fotografias e desenhos permanecerão em exposição aberta ao público por 3 meses, após o evento para convidados, mediante disponibilidade e agendamento (recepcaocasabirman@arezzo܂
É um espaço que representa a alma e a essência dessa marca tão especial – Alexandre Birman
A Casa Birman conta um um showroom, espaço para exposições de arte, desfiles, e serviços inéditos, incluindo “um ateliê exclusivo para customização das sandálias Claritas, um hit absoluto da AB, e serviço made to order, em atendimentos com hora marcada. Propicia à cliente, por exemplo, a produção de um dos modelos nos mais diversos materiais, além do desenvolvimento de uma forma de sapato sob medida visando futuras aquisições.
Coleção artsy Lina by Alexandre Birman
A Bola Sandal traduz perfeitamente o design da cadeira homônima; o destaque fica por conta de uma bola dourada robusta na ponta no salto, que contrasta com o couro Vacchetta da parte superior.
Já a Rocking mule é uma sandália com duas tiras acolchoadas de camurça, salto metálico e solado em tom amadeirado, que com acabamento minimalista, faz referência à estética modernista dos projetos da arquiteta.
Por último, a Trolley Sandal é a versão do carrinho de chá sobre saltos, uma sandália obra-prima com linhas angulares na parte superior, que harmonizam perfeitamente o salto de madeira, uma escultura por si só.
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