O caminhão que transportava as obras do artista plástico Isaque Pinheiro do Rio de Janeiro para Belo Horizonte foi saqueado na rodovia presidente Dutra, na altura de Belford Roxo. Cerca de 50 peças da coleção “AcorDo Rei” com valor estimado entre R$200 e R$300 mil reais sumiram. As obras do artista português foram expostas no Paço Imperial, no Centro Histórico do Rio, desde o dia 19 de setembro até o dia 25 de novembro e estavam sendo levadas para a galeria dotART na capital de Minas Gerais, onde participariam da mostra a partir do último sábado.
O veículo foi localizado no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, horas depois, mas estava vazio. Entre as obras que estavam sendo transportadas e desapareceram eram: cinco “esculturas/matrizes” em madeira de cedro, uma escultura em madeira, papel e latão e quarenta e cinco xilogravuras. E ainda uma outra em madeira, latão e inox que não fez parte da exposição no Rio, mas seria peça integrante da coleção mineira.
Em nota, a galeria dotART, que inauguraria a mostra completa, lamentou o incidente. “Restaram duas obras da mesma série, que Isaque Pinheiro produziu especialmente para a galeria, além de seis obras que não entraram na mostra do Paço, por serem de um porte maior que o espaço comportava”, detalha o texto. “Foi uma exposição belíssima e acabou se tornando efêmera. As obras que sobraram dão a dimensão da série e se tornaram, com este fato, ainda mais importantes”, continua a nota de esclarecimento.
Ainda segundo a galeria, foram recuperadas duas obras da mesma série, que o artista produziu exclusivamente para Minas, além de seis obras que não entraram na mostra do Paço, por serem de um porte maior que o espaço comportava. Essas foram expostas na dotART junto da exposição “Desejo de preto ou como desafinar o corpo dos contentes” da autoria de Roberto Freitas, com curadoria de Wilson Lazaro.
A exposição “AcorDo Rei”, curada por Marcelo Campos, é uma pesquisa inédita de Isaque Pinheiro. Através das obras, o artista retrata reflexões sobre o poder, a verticalidade de um signo, a imposta e rarefeita legitimidade de um monarca. Tal imagem carrega e manipula uma das mais valiosas cartas de um jogo que está presente em matrizes de madeira que servem para impressão de uma série de xilogravuras sobre papel oriental, representativas de cartas de baralho. O artista que veio ao Brasil para as exposições iniciou sua produção nos anos 90, tendo a escultura como sua principal veia artística.
Vamos torcer para serem recuperadas em boas condições e logo!
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