Se no mundo real estamos diante da Quarta Revolução Industrial, que já bate à porta fazendo os players das empresas – desde CEOs até gestores de produtos e marketing e designers – compreenderem o novo papel das máquinas e as inovações que elas promovem com a utilização de inteligência artificial, big data, branding 4.0, realidade aumentada e omnichannel, dentre outras, é essencial entendermos também as novas tendências de comportamento/imersão em tecnologias que têm impulsionado uma forma disruptiva com o mindset de empreender no ambiente virtual.
E venho contar aqui o case da artista plástica carioca Paula Klien, uma das pioneiras em arte contemporânea no Brasil a aderir ao uso do “Non-fungible Token”, o NFT, que permite autenticar uma obra digital. O comprador de um NFT adquire o registro de propriedade de uma obra única. Agenciada pela Metaverse Agency, ela lançou, neste fim de semana, sua chancela na principal plataforma de negociação de NFT no mundo, a MakersPlace, com o primeiro drop em collab com o canadense Jeff Lemay.
Vamos lá: O Non-fungible Token é uma espécie de certificado digital, estabelecido via blockchain, que define originalidade e exclusividade a bens digitais. Tokens são criptoativos que representam, de forma digital, produtos e serviços do mundo físico (ou do digital) e não-fungível por serem únicos. Portanto, é de suma importância para as artes com o objetivo de proteger na web os direitos autorais do criador. Por meio dos tokens não-fungíveis e de contratos inteligentes, os artistas conseguem incluir sua identidade na criação e vender o “direito” dele para outra pessoa. Os NFTs têm chamado a atenção após somas milionárias terem sido usadas para comprar esse tipo de ativo na internet. De uma forma simplificada, um NFT atrelado a um item digital qualquer — uma obra de arte, foto, vídeo, música, mensagem, postagem em rede social etc. — permite autenticar uma obra digital, tornando-a única, mesmo que haja milhões de cópias digitais espalhadas pela internet.
O ativo digital da obra de arte de Paula Klien se torna um NFT ao ser registrado pela tecnologia blockchain, ganhando uma sequência única de dígitos. Assim, qualquer pessoa pode verificar sua autenticidade e propriedade, tornando a falsificação desse ativo impossível.
Representada em Berlim e em quatro estados brasileiros, Paula Klien já teve diversos de seus trabalhos expostos no Brasil e no exterior e tem visto sua arte ganhar o mundo nesses tempos de pandemia através do ambiente phygital, ou seja formatos físico e digitais. Só para vocês terem uma ideia, nos últimos meses, ela apresentou sua obra em nanquim sobre tela, batizada “Pranto e Baba”, na coletiva “Arte da lembrança”, promovida na Bianca Boeckel Galeria, que Bianca pediu aos artistas que fizessem uma imersão em suas memórias afetivas neste tempo tão difícil que estamos atravessando com a pandemia do coronavírus; na SP-Arte Viewing Room, versão inovadora e virtual da SP-Arte – Festival Internacional de Arte de São Paulo, um dos mais importantes eventos do mercado no mundo e na 10ª edição da ArtRio, que reforçou seu propósito em desenvolver um trabalho focado na valorização da arte brasileira e latino-americana. Ao entrarem no site www.sp-arte.com, repleto de projetos de galerias de arte e design, os amantes da arte puderam ver o ambiente assinado por Bianca Boeckel Galeria, no qual estavam obras de autoria de Paula Klien, tais como as das séries “Correnteza”, “Fluvius” e “Calmaria”.
Coletiva em Berlim 2021
Paula Klien foi convidada a participar da novíssima coletiva da aquabitArt, galeria de arte contemporânea em Berlim, que a representa na cidade desde 2017. Para a coletiva, que abre no dia 7 de maio, a curadora da galeria, Irina Ilieva, selecionou quatro pinturas e um vídeo performance, que fizeram parte da última exposição individual da artista no Brasil, do final de 2019 ao início de 2020.
A galeria fica em um dos endereços mais emblemáticos da capital alemã, a Augustrasse 35, coração da cidade e epicentro da arte e da cultura. A exposição, UNMASKED#2, reúne, ainda, outros dois artistas: o escultor sul-coreano Huang Poren e a alemã Janine Mackenroth, que trabalha com arte gráfica e escultura. A exposição fica em cartaz até o dia 29 de maio.
Foi na cidade de Berlim, que Paula, em 2016, fez residência na escola de artes visuais KUNSTGUT. Ao longo dos anos foi convidada para individuais e quatro coletivas na galeria que a representa, além de ter participado das feiras de arte contemporânea mais importantes da cidade e de ter exposto no Deutsche Bank.
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