Paula Klien com toda intensidade na arte e na vida em duas mega exposições em São Paulo

Domingo, 23 de agosto, primeiro dia do signo de virgem, é aniversário da artista plástica plástica Paula Klien. Virgem tem como elemento a terra e qualidade mutável. E vamos pegar a palavra mutável. É exatamente o que define este momento em sua vida. Paula vai sentir a experiência de ver sua arte exposta em dois importantes eventos na capital paulistana. “Será uma experiência disruptiva”, avalia. Dona de uma energia vibrante que remete muito ao signo anterior, Leão, o mestre supremo na ardência das paixões, ela tem toda a intensidade refletida no seu trabalho que já rodou o mundo e é repleto de um abstracionismo lírico.

Ontem, sábado, dia 22, véspera do níver, sua obra em nanquim sobre tela, batizada “Pranto e Baba”, estará em sinergia com a de outros 17 profissionais na coletiva “Arte da lembrança”, promovida na Bianca Boeckel Galeria. Bianca pediu aos artistas que fizessem uma imersão em suas memórias afetivas neste tempo tão difícil que estamos atravessando com a pandemia do coronavírus.

Pranto e baba – nanquim sobre tela

Na segunda-feira, outra emoção para Paula: várias de suas obras estarão na SP-Arte Viewing Room, versão inovadora e virtual da SP-Arte – Festival Internacional de Arte de São Paulo, um dos mais importantes eventos do mercado no mundo. Os apaixonados pelas artes que navegarem no site www.sp-arte.com, repleto de projetos de galerias de arte e design, ao entrarem no ambiente virtual assinado por Bianca Boeckel Galeria poderão conferir obras de autoria de Paula Klien, tais como as das séries “Correnteza“, “Fluvius” e “Calmaria“.

Correnteza 1,2,3

Paula Klein certa vez nos disse “Eu sou arte, como arte e respiro arte”. A frase foi exatamente a síntese do seu viver e dita quando expôs na Paper Positions Berlin, na Berlin Gallery. Sim, ela atravessou o mundo das artes nas suas mais diversas vertentes: trabalhou com música, dança, fotografia e pintura. Sempre ressaltou que suas principais influências estão relacionadas à fluidez e aceitação das imperfeições, e vêm da China, do Japão e da Alemanha… Podemos complementar esta análise com as palavras que estão escritas em seu site: “Pesquisa o invisível trabalhando os acidentes no campo da espiritualidade, transcendência, silêncio e entrega. Sua prévia experiência com equipamentos fotográficos ao longo de dez anos, foi um contraponto libertador para a jornada intuitiva”.

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“Eu considero Paula Klien uma das mais extraordinárias artistas que surgiram na arte brasileira nos últimos anos. É a representatividade de um momento novo na arte brasileira, uma artista excepcional. Paula é intensidade na vida e na arte. E consegue transferir muito bem isso para o seu belíssimo trabalho, que tem muita força e referências do Brasil ao Oriente. O trabalho dela me remete à pintura chinesa, que eu considero uma das principais referências pictóricas da arte contemporânea”, afirmou Heitor Reis na abertura de “Fluvius”, ano passado, no Centro Cultural Correios, com curadoria de Denise Mattar.

“Fluvius” foi um sucesso e atraiu ao Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, artistas, galeristas, colecionadores, museólogos, curadores e críticos de arte, como Vanda Klabin, Fabio Szwarcwald, Heitor Reis, Lula Buarque de Holanda, Cabelo…  Entre os mais de 50 trabalhos recentes da artista, além dos de nanquim, integravam a mostra papéis, digigrafias, duas instalações com raízes e um vídeo performance em que a artista pinta dentro de um rio e que, segundo ela, que, segundo ela, serviam “para proteger o rio das erosões e segurar a terra, evitando que o rio seja soterrado, deixando a água fluir”.

“Simbioticamente unidas, águas e raízes refletem bem esse momento do trabalho de Paula Klien, instável, sutil e delicado, mas também denso, intenso e profundo. São as águas mansas de um rio turbulento”, disse, à época, Denise Mattar. As pinturas expressivas surgiram do mergulho de Paula Klien no seu mundo interior, sem deixar de lado espontaneidade do gesto que as criou.

Paula Klien revelou seu interesse pelas artes visuais desde cedo, com desenhos, pinturas e retratos que surpreendiam a família  pela acuidade. Autodidata em desenho, pintura e fotografia, estudou na Escola de Artes visuais do Parque Lage (EAV) em 1982, fez laboratório com Steve McCurry – Nova Iorque em 2006 e estudou na Academy Kunst Gut de Belas Artes – Berlim em 2015.  Na fase dos cursos livres no Parque Lage, também mergulhou em história da arte, música e dança. E, a partir da década de 2000,  dedicou todos esses conhecimentos à fotografia. Realizou campanhas e editorais de moda, que se caracterizaram pela excelência técnica, pela dinâmica perfeita entre modelo e roupa, mas tudo criado a partir de um olhar inusitado, de um certo desafio às convenções, permeado de humor inteligente. Ao longo de dez anos de carreira, entre 2004 e 2014,  se tornou uma das mais renomadas e consagradas fotógrafas, imprimindo vanguardismo em seus trabalhos. É dela o último retrato de Oscar Niemeyer, em seu quarto, em 2012, dias antes de falecer.